As providências necessárias
A agricultura familiar do Ceará é uma das mais produtivas e diversificadas do Brasil. A fruticultura cearense nos últimos anos se destacou mundialmente em qualidade e quantidade. A bacia leiteira se desenvolveu em tecnologia e aumentou a produção como em nenhum outro Estado nos últimos anos.
O Ceará hoje é um modelo nacional e até referência mundial quando o negócio é gerenciamento hídrico para fins de abastecimento urbano, rural e na indústria. As novas gerações não conheceram na pele os dramas sociais dos efeitos da seca nordestina quando as chuvas eram escassas. Políticas públicas seculares de manutenção da miséria através de medidas paliativas que não focavam o problema e sim o mantinha como um cartel social, transpassaram os tempos desde o regime Imperial às Repúblicas velha e nova.
O modelo de gerenciamento dos seus recursos hídricos e os resultados que o Estado vem obtendo é motivo de estudo acadêmico em vários países. As obras já construídas e em andamento no Ceará para garantir, mesmo em período de baixo índice pluviométrico, água em abundância e de boa qualidade para o consumo humano, criação de rebanho, irrigação e o abastecimento industrial já são copiadas por outros Estados da Federação.
As irregularidades de período invernoso não são mais um problema das regiões áridas e semiáridas como sempre se acreditou, e a prova disso é a seca que vem se abatendo sobre as regiões Sul e Sudeste do Brasil neste ano de 2021, afetando inclusive o consumo familiar. Durante séculos a região Nordeste foi palco de flagelos sociais por conta da falta do bom inverno. Foi preciso que as autoridades criassem vergonha na cara para enterrar um período de miséria e subdesenvolvimento que destinava as novas gerações ao mesmo sofrimento de seus antepassados.
O Ceará, há cerca de apenas 30 anos, iniciou as mudanças que hoje fazem um referencial importante na história do seu povo. Basta lembrar que, mesmo com o recente período de longos 8 anos de chuvas abaixo da média que abateu a região, nenhum abalo social foi registrado e ficou garantido o consumo humano na Região Metropolitana de Fortaleza, uma das que mais crescem no Brasil, assegurado também o abastecimento de rebanhos e um rigoroso controle para os demais setores econômicos, como agronegócios e indústrias.
Não é nenhuma ironia afirmar que o sofrimento regional mostrou que as providências reais deveriam ser o foco central das ações governamentais para que o homem rural fosse valorizado e sua família tivesse dignidade. E foi assim que aconteceu no Ceará. “Não dar o peixe, mas ensinar a pescar” – na estrutura hídrica de construção de açudes, adutoras, canais e distribuição de água nas comunidades interioranas que os cearenses estão realizando nas últimas décadas, e já com belos e promissores resultados alcançados.
A agricultura familiar do Ceará é uma das mais produtivas e diversificadas do Brasil. A fruticultura cearense nos últimos anos se destacou mundialmente em qualidade e quantidade. A bacia leiteira se desenvolveu em tecnologia e aumentou a produção como em nenhum outro estado nos últimos anos. As plantas industriais se diversificaram em várias regiões e o CIPP – Complexo Industrial e Portuário do Pecém não sofreu nenhuma descontinuidade devido as irregularidades invernosas recentes.
O dever de casa está sendo feito, e muito bem feito.