O mundo nunca mais será o mesmo após a pandemia
A crise do Covid-19 que assola o mundo, causando até agora mais de 335 mil vítimas, deve ser tratada como uma guerra, e os governos mundiais têm a obrigação de disponibilizar políticas públicas para manter as pessoas em casa pelo menos até que surja uma vacina.
Os programas emergenciais do governo federal não conseguem contemplar toda a população emergente e comprovaram a existência de brasileiros que não têm nenhum vínculo de cidadania com o país, isso fruto das políticas públicas excludentes, a precária distribuição de renda e falta de gestão dos governos.
Essa renda emergencial deveria vir proveniente da taxação das riquezas e, notadamente, com a responsabilidade de controlar a inflação, com vistas a resguardar e garantir condições favoráveis aos mais necessitados.
A falta de investimento em saúde, incentivo à ciência e formação de profissionais nessa área podem ter sido fatores determinantes para que os países falhassem no enfrentamento à Covid-19. A injusta distribuição de renda que aumenta a pobreza há séculos em nosso país, criando bolsões de miséria promovidos por grupos que se auto remuneram através de políticas econômicas que privilegiam o capital e os grandes oligopólios do planeta.
A decisão do governo federal, sem consultar o seu ministro da saúde que, através de decreto, instituiu a abertura de salão de beleza e barbearia, mostrou a incapacidade do atual governo de lidar com a pandemia que, em menos de dois meses, já fez dois ministros de estado da saúde pedir demissão. É um absurdo!
O que se percebe é que, ao final de tudo, quando essa pandemia passar, nada voltará ao normal em todo planeta. Faz-se necessário construir uma nova estrutura que possibilite às populações mundiais a se adequarem a uma nova realidade, como por exemplo, preservação da natureza num plano global, combate mais enérgico às explorações, às poluições do clima e dos biomas de todos os matizes. Enfim, mudar a forma como o planeta é tratado, pois cada pais deverá assumir o seu papel nesse novo contexto.
O primeiro passo que deve ser dado por esses países será, notadamente, organizar as suas economias e a maneira de viver no planeta, obviamente para que todos esses esforços produzam reflexos para as futuras gerações.
O mundo está sob o efeito de mudanças climáticas causadas por países industrializados que não reconhecem, embora convivam com terríveis efeitos, o aquecimento global e a emissão de gases que causam o efeito estufa.
A cobrança aos governos de países que detém reservas minerais, principalmente a água, como o Brasil, que atualmente se contrapõe à ciência e que, através de decretos, tenta viabilizar o desmatamento na floresta Amazônica a pretexto de regularizar situação de invasores de terras indígenas e de reserva ambiental, obriga os organismos internacionais e as grandes nações que compõem o G7, grupo dos países ricos, a repensar as suas políticas voltadas às disparidades no tocante a distribuição de renda em diversos países do mundo, incluindo o Brasil.
Esses países, mais precisamente os EUA, agem como se fossem a palmatória do mundo, uma vez que os organismos internacionais de defesa ambiental atuam a seu favor, principalmente nos conflitos geopolíticos e sociais que envolvem países indefesos e com problemas internos.
Não basta só recuperar a economia com os sacrifícios daqueles que são o espelho da luta cotidiana do trabalho, sendo discriminados e tratados de forma desumana nos diversos aspectos de suas vidas.
Mais do que nunca é necessário descobrir e aplicar novas teorias que visem convergir e agregar o interesse do capital e do desenvolvimento sustentável em todas as áreas ao exercício de criteriosas políticas públicas com foco na melhoria da qualidade de vida para todos e, ao mesmo tempo, à preservação ambiental da Terra.