Governo Bolsonaro: uma incógnita
Enquanto a polarização política continua nas cidades e capitais brasileiras onde grupos radicais se organizam e negam a ciência e enfrentam o temido coronavírus de forma irresponsável, descumprindo os decretos governamentais e atentando contra a Constituição brasileira, indo para as ruas pedindo a volta do AI-5 e intervenção militar, medidas consideradas inconstitucionais pela nossa Carta Magna, mesmo assim, acreditamos que a nossa democracia não há de ruir, porque as instituições estão sólidas e com seus pilares em direção à paz e à pacificação do país. Vivemos um clima de histeria política, sim, pautada na ignorância e na negação da representatividade política da ciência e da cultura. Nesse momento em que famílias brasileiras estão de luto, pelo Brasil afora, precisamos de paz, união e, sobretudo de amor incondicional.
A demissão do delegado da polícia federal, Mauricio Valeixo por motivos pessoais pelo Presidente da República que levou à renúncia do ministro da justiça Sérgio Moro demonstra a fraqueza do Presidente Bolsonaro e sua equipe, no momento delicado em que as consequências da pandemia do Coronavírus geram pânico e medo em todas capitais brasileiras.
Não bastasse a exoneração do Ministro Henrique Mandetta, profissional técnico que vinha desempenhando um bom trabalho à frente do Ministério da Saúde, mas por imposição do Presidente que contrário às orientações da OMS e do seu próprio ministro e de governos do resto mundo e governadores das capitais brasileiras que adotaram medidas de isolamento social para proteção das pessoas desde o começo da Pandemia gerou um desgaste na cúpula de governo. Agora a troca de acusações entre Moro e Bolsonaro foi manchete na mídia nacional e internacional.
Sérgio Moro anunciou sua demissão do cargo, segundo suas palavras em rede nacional, porque Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal ao tomar a decisão de demitir o diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo.
Bolsonaro também em rede nacional tentou justificar alegando que o seu intento não era interferir na Instituição, e citou diversas afirmações dentre elas, retrucou:“Mais de uma vez, o senhor Sérgio Moro disse para mim: ‘Você pode trocar o Valeixo sim, mas em novembro, depois que o senhor me indicar para o Supremo Tribunal Federal’.Me desculpe, mas, não é por aí”, declarou Bolsonaro.
O mercado financeiro recebeu os últimos acontecimentos com muita desconfiança, principalmente porque há um ano e quatro meses de governo Bolsonaro não tem apresentado resultados positivos com a agenda do ministro da economia Paulo Guedes. A falta de apoio político do governo Bolsonaro na Câmara Alta, por inabilidade do próprio presidente e a ala ideológica que lhe cerca, tem causado sérios prejuízos ao País e deixado diversos motivos, para se começar um processo de impeachment, inclusive ações já protocoladas esperando a posição do presidente da Câmara Rodrigo Maia.
Em outra vertente, o Jornal do Comércio do Ceará ocupa-se desta edição especial para o importante registro de mais um aniversário de fundação da cidade de Fortaleza.
Neste momento em que a Nação brasileira, em particular o Governo do nosso Estado se preocupa com a saúde da coletividade, o nosso jornal irmana-se aos sentimentos de fraternidade que nos une a todos como verdadeiros irmãos. Acima de tudo, a união é que faz a força.
Enormes têm sido os enfrentamentos; o sacrifício de cada um em colaborar com as determinações das autoridades sanitárias que tudo têm feito e continuam a fazer, sem medir esforços, para o nosso bem-estar. Acreditamos que o trabalho da imprensa, em nenhum momento tenha fugido aos sagrados deveres do seu ofício, das suas finalidades. E isso muito nos anima e nos fortalece.
Ao longe, em brancas praias, embalada/ Pelas ondas azuis dos verdes mares/ A Fortaleza – a loura desposada/ Do sol dormitará sombra dos palmares – decantada nos maviosos versos de um cearense da estirpe de Paula Ney.
Logo ali à frente, vê-se o desembarque de Martim Soares Moreno que pisa, pela primeira vez, em 1612, o nosso solo, um canto de praia denominada Barra do Ceará. Martim funda ali o povoado de São Sebastião, vindo a conhecer Iracema, personagem que vira lenda no romance de José de Alencar.