A queda de um corrupto

Será que a queda do Ministro da Educação do abalado Governo Bolsonaro, acusado de negociatas com um bando de pastores envolvidos em um suposto “gabinete” paralelo dentro do Palácio do Planalto resolverá o grave problema da educação brasileira? No nosso ponto de vista nem de longe essa solução camuflada de corretivo político atingirá e/ou mudará o grupo que se alojou dentro do poder em Brasília e que, desde o início da atual administração, vem criando uma série de problemas no setor.

Lembramos há um ano as divergências entre a cúpula dos ministérios e os técnicos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP – sobre as provas do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio –, com as suspeitas de fraudes. Já naquela época, o ex-Ministro Ribeiro peitou a equipe de conselheiros jurídicos da Pasta que pediram demissão em massa, sob suspeita de “favorecimento privado contra o interesse público”. Nada foi apurado; e, agora, a nação toma conhecimento do que realmente vem acontecendo nesse importante órgão público federal e dos seus reais culpados.

A “derrubada” desse dirigente sob grave suspeita de negociar irregularmente – por debaixo dos panos, como se diz – verbas federais da educação para Estados e Municípios, através de privilégios dirigidos a pastores que tinham ou têm livre trânsito na burocracia do Ministério, foi a maneira de camuflar uma questão altamente negativa para Bolsonaro, e evitar que o Governo, às vésperas do início do período eleitoral – em uma eleição decisiva para o futuro do Brasil –, afundasse ainda mais na lama de denúncias que ele vem colecionando nos últimos meses.

O País vem enfrentando problemas seríssimos acerca do custo de vida das famílias das classes médias e mais baixas, com os aumentos descontrolados do preço da energia, consumo de gás e petróleo, da redução grave da renda do povo, enquanto o Governo trata os que já muito têm com cortesias e vantagens para os mais ricos, relegando a população a não ter acesso a bens e serviços, a direitos básicos, tais como, educação gratuita e de qualidade a todas as crianças e adolescentes, conforme determina a Constituição Federal.

A sociedade em geral não pode se contentar ou se conformar com a renúncia do Ministro. Ministério Público Federal, Congresso (deputados e senadores), obviamente os parlamentares de oposição, OAB – Ordem dos Advogado do Brasil – devem ir a fundo para apurar esse desmando, punir exemplarmente os criminosos e corrigir todas as falhas que existem atualmente na pasta da educação.

Não devemos jamais afrouxar a resistência popular de botar o Brasil nos trilhos e evitar que a nossa nação caia definitivamente nas mãos de uma ditadura que já mostrou, por demais, que o foco é implantar a censura geral e tirar do povo o direito de expressar livremente o seu pensamento e de se manifestar contra uma gestão que há tempo vem sendo reprovada pelo eleitor.

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