Natal: por um sentido verdadeiro

Chegamos a mais um fim de ano e, a cada ano, percebemos que os ensinamentos do profeta Jesus Cristo não estão sendo absorvidos pela sociedade. Vivemos num mundo em que as pessoas desprezam seus valores e desagregam a família. Muitos se utilizam desses ensinamentos para vender a fé, através do dízimo, e fazer fortunas.

Neste Natal, embora as manifestações da mídia que fazem apologia ao consumo sejam contumazes, as pessoas vivem assombradas com a violência e a corrupção que depenam os cofres públicos e fazem do Brasil o campeão em maus serviços para a população.

Existe hoje uma verdadeira pandemia em todo o mundo com o avanço e o comércio da droga, destruindo lares, ceifando a vida de jovens, principalmente no Brasil, onde assistimos o choro angustiante de mães que não sabem a quem recorrer para salvar seus filhos do assédio dos traficantes. Infelizmente, a festa que deveria comemorar a renovação e o amor ao próximo serve também para expor a dor de quem vive num país desigual e antenado a todo tipo de patifaria. A maldade reina entre as pessoas de forma verossímil. É comum vermos na televisão assassinatos de crianças por intermédio até de seus pais por motivos banais e sentimentos de inveja, coisa que o Cristo mais falava nas suas pregações. Percebemos que uma parte da população absorve a cultura da ostentação, da música idiota, enfim, da besteira, tudo patrocinado pela mídia e a fábrica do consumo exagerado. Aqui temos o carnaval e o futebol onde as máfias são os seus pilares, onde reina o ódio e a matança entre brigas de torcidas (a maioria jovens), que muito embora tenham tido algum tipo de formação cultuam o ódio e não hesitam em matar, pelo simples fato de não aceitarem a derrota. A vida humana no Brasil, um país laico, parece não ter nenhum valor. Mata-se por qualquer motivo; o traficante dá ordem de dentro de presídios e o Estado não consegue conter seus presos. Enfim, o Estado é inepto e fraco diante do crime.

Como entender isso tudo?

Em todo o mundo é obrigação do Estado zelar pela segurança de seus cidadãos, mas aqui no Brasil é cada um por si. Fica aquela sensação de impunidade onde o poder do Estado, se não é omisso, é conivente. Por mais que os juristas brasileiros queiram imitar o sistema europeu ou dos Estados Unidos para ressocializar seus presos, percebemos ser impossível, pela falta de estrutura material e intelectual para resolver o problema. E ainda tem as benesses da lei, que facilita a vida dos criminosos, fazendo-os voltar ao crime e atentar contra a sociedade. É comum vermos parentes de vítimas perdoarem seus criminosos ao vivo na televisão, como se um elemento pernicioso tenha capacidade de utilizar o sentimento do arrependimento. Tudo bem: o perdão deveria caber em casos leves, como um tapa na cara; mas, casos graves como homicídio, sequestros, tortura, estupro, de vulneráveis a nosso ver chegam a ser hipocrisia.

Não queremos aqui em nosso comentário causar indisposição nos pensamentos religiosos, procuramos separar as coisas. Criar um Estado forte capaz de organizar a sociedade, política e socialmente, com leis e sistemas que não deixem brechas para se atentar contra os direitos civis e a cidadania.

Que este Natal sirva como reflexão, principalmente para as autoridades, os arautos da lei, aqueles que legislam, aqueles que deveriam se responsabilizar pelo bem estar da nossa população. É conveniente, também, a união da família em torno de um só objetivo: a felicidade e o amor ao próximo. Uma família feliz é uma família unida em todos os laços.
Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo – sem mortes, sem dor, sem drogas e sem desamor.

 

Antonio José Matos de Oliveira é jornalista, consultor de empresas e diretor administrativo do Jornal do Comércio do Ceará.

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