Trump X China: A guerra de araque

Essa onda de notícias internacionais que surgem a partir da Casa Branca e contagia o mundo não vai passar tão cedo, devendo durar até o fim do atual Governo Trump, mas também temos a certeza que países como o Brasil pode tirar vantagem dessa divergência, se souber aplicar as relações diplomatas nessa área, tão em falta há muitos. 

 

A chamada “guerra comercial” ou econômica, entre o dirigente americano e a China, vale ressaltar que esse notório conflito, ou seja, a bola da vez da mídia internacional, não é entre o povo americano e os chineses. É entre o Presidente dos Estados Unidos e a China, tema que vem abalando os mercados ocidentais, inclusive o povo americano no seu dia-a-dia, mas com certeza está muito longe de atingir a sociedade chinesa. Uma guerra de mentiras. 

Essa ideia ou decisão dos USA, digo Governo Donald Trump, de taxar, ou seja, elevar o imposto de importação primeiramente sobre o aço, atingindo diretamente várias nações, inclusive o Brasil, não passa das atrapalhações de um estadista já considerado populista e fajuto, para manter a sua falsa popularidade junto a um País que vem acumulando problemas econômicos. Trump sabe que é preciso vender e também comprar da China, do Brasil, da Argentina e do resto do mundo. 

Hoje, como todo analista de mercado internacional sabe, se já é difícil  realizar os acordos comerciais em bloco ou bilaterais, imagine gerenciar crise ou brigas criadas artificialmente. Mas não podemos dizer que isso é “briguinha” e que tudo será resolvido.  Visto que trata-se de mais um capítulo das crises econômicas que o capitalismo mundial vem revelando nos últimos 30 anos, principalmente, após o auge do regime neoliberal, onde muitos acreditavam que os Estados nacionais chegariam ao fim e que as nações seriam regidas por uma economia liberal onde as demais características da nacionalidade ficariam em segundo plano. 

Ou seja, o mercado mandando em tudo e em todos os Governos. E esse modelo de negócio que beneficiou o capitalismo após a Segunda Guerra mundial sob o comando do G7, o seu maior beneficiário, sempre foi considerado uma política perfeitamente correta, inclusive levando países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, a aceitarem essas regras, perdendo a oportunidade de criarem seu próprio modelo de negociação com o resto do mundo, seja através dos blocos regionais e nos tratados entre as nações. 

Até enquanto as desvantagens não atingissem os países ricos, tudo ia bem, mas chegou a todos, indistintamente, como os Tigres Asiáticos, Europa e depois Estados Unidos. Quando a crise da década passada atingiu os EUA, os Democratas de lá – Obama – não se levantaram a favor dessas mesmas bandeiras que o seu inimigo político destaca hoje, porque sabem eles que o liberalismo ainda é a maior saída do capitalismo.  

No fundo eles sabem, e querem sair da crise, no entanto, sem mudar a regra maior, quer dizer, os mercados livres, passando por cima da autonomia regional. O Brasil perdeu e continua perdendo pela falta de uma política de relações internacionais de negócios entre os países. Na onda do liberalismo recente o Brasil desprezou o MERCOSUL, entrou em uma série de questões bilaterais com a Argentina e outros países do continente, não avançou como deveria com o BRICS, e vem perdendo uma série de vantagens por conta da sua baixa expertise no mercado internacional. 

Essa onda de notícias internacionais que surgem a partir da Casa Branca e contagia o mundo não vai passar tão cedo, devendo durar até o fim do atual Governo Trump, mas também a certeza de que países como o Brasil podem tirar vantagem dessa divergência, se souberem aplicar as relações diplomáticas nessa área, tão em falta há muitos anos. 

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