Salvador, Recife e Fortaleza lideram como polos de startups no Nordeste

A evolução do setor de startups no Brasil foi demonstrada em recente relatório do Google, preparado em parceria com a empresa especializada em pesquisas Kantar, chamado Google for Startups. Fica evidenciada a evolução do segmento nos últimos 5 anos, apontando os avanços alcançados e os desafios para os próximos períodos.

De 2016 para cá, passamos de 5 mil para 13 mil startups espalhadas por 692 cidades. Além disso, fomos de zero unicórnio (startup avaliada em, pelo menos, US$ 1 bilhão) para 15.

Em nível nacional, ‘’hoje ficamos atrás apenas de China e Estados Unidos em número de unicórnios. Ultrapassamos ecossistemas maduros, como Alemanha e Israel”, disse Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, em coletiva de imprensa realizada para apresentar o relatório.

A pandemia tem contribuído para esse cenário de abertura de novos negócios digitais. Em 2020, foram abertas 35.423 empresas de tecnologia, uma alta de 210% em relação a 2011, revela estudo da DataHub, plataforma de inteligência de dados.

De acordo com o levantamento, 176.482 novos negócios foram abertos na área na última década, sendo que a região Sudeste concentra essas novas empresas, com 107.499 empreendimentos. Em seguida, figuram Sul (29.582), Nordeste (19.626), Centro-Oeste (13.152) e Norte (5.856).

Segundo pesquisa da StartupBase sobre as startups atualmente em operação, a cidade do Rio de Janeiro (8.783) se destaca como uma das principais cidades no Sudeste, ocupando a 2ª posição, logo atrás de São Paulo (44.326).

A respeito do ecossistema nacional, houve significativos avanços legislativos recentemente. Enquanto a aprovação do Marco Legal das Startups trouxe maior segurança jurídica ao setor, a Lei Geral de Proteção de Dados possibilitou que as portas ao mercado europeu permanecessem abertas às empresas nacionais. Essa mudança se deve a existência de legislação nacional e sua observância se tornou um novo requisito (e desafio) para fazer negócios com empresas europeias.

Por outro lado, a complexidade da legislação brasileira continua sendo desafiadora. “Se o governo troca alguma coisa, temos que fazer um ajuste na engenharia, na raiz do nosso produto”, escreveu Vítor Torres, da Contabilizei, sobre o documento da empresa de mecanismo de buscas. “Estar sempre atualizado é o desafio da indústria, porque, se não estivermos por dentro de tudo, vamos errar para muito.”

“Nos próximos anos, serão necessários avanços regulatórios, novas legislações e políticas públicas que realmente coloquem os empreendedores e startups brasileiras nos mesmos níveis e patamares de competição com os principais mercados e ecossistemas globais”, de acordo com a pesquisa do Google.

Dessa forma, é importante estar atento aos avanços e aos desafios decorrentes da legislação brasileira para aproveitar da melhor forma esse cenário de crescimento, ainda mais diante da crise econômica imposta às demais empresas do país.

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Vinícius Laureano é advogado pós-graduado em Direito Societário pela FGV/SP, com extensões em Planejamento Tributário e em Direito Imobiliário pela com mais de 15 anos de atuação em Direito Empresarial.

É  membro da Comissão Especial de Privacidade e Proteção de Dados da OAB/SP, da ANPPD® – Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados e da ANADD – Associação Nacional de Advogados do Direito Digital.

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