República é proclamada sob impulso de fake news
O debate sobre fake news está cada dia mais em pauta. Mas, se engana quem acredita que essa discussão é exclusivamente atual. Na história brasileira há diversos relatos de decisões e conflitos que foram impulsionados por fake news. E um deles foi a Proclamação da República.
Os últimos anos da década de 1880 foram marcados pela decadência da monarquia brasileira, após um período de significativos avanços. Paralelamente, crescia nos centros urbanos a classe média que reivindicava maior participação nos assuntos políticos. Já no campo, fazendeiros de gado e cafeicultores, que também queriam mais poder, juntaram-se ao movimento que se articulava para derrubar o Império. Pelo voto, porém, a questão parecia perdida.
Em 31 de agosto de 1889, o Partido Republicano elegeu dois deputados à Câmara. Nesse contexto, surgiu a figura do marechal Deodoro da Fonseca como o líder capaz de comandar o golpe. Logo ele, monarquista convicto e de lealdade declarada a Dom Pedro II, a quem devia favores, mas que não sabia do que seus futuros aliados eram capazes. Em 9 de novembro, o baile da Ilha Fiscal revoltou a população pelos gastos, e foi a última ostentação do Império. Deodoro resistiu o quanto pôde, mas acabou sendo iludido por duas grandes mentiras.
Em 14 de novembro de 1889, os republicanos espalharam um boato de que o primeiro-ministro, Visconde de Ouro Preto, havia determinado a prisão do Tenente-Coronel Benjamin Constant e do próprio Marechal Deodoro. Convencido de que seria detido, na manhã seguinte, o oficial reuniu as tropas e marchou rumo ao centro do Rio de Janeiro. A concentração aconteceu no antigo Campo da Aclamação, atual praça da República, e no interior do Quartel-General do Exército, decretando a demissão dos ministros. Para Deodoro, cuja missão se resumiria à substituição do Ministério Imperial, a Proclamação da República ainda estava fora de cogitação.
É aí que entraram em cena Quintino Bocaiuva e o Barão de Jaceguai, que enviaram um mensageiro com outra mentira ao marechal. O recado era que o imperador havia nomeado como primeiro-ministro o gaúcho Gaspar Silveira Martins, antigo desafeto de Deodoro. Foi a gota d’água para ele juntar as tropas do Exército e, enfim, proclamar a República Federativa em 15 de novembro.
Sobre o livro: Os 365 dias deste livro reúnem conhecimento e curiosidades imprescindíveis. Um acontecimento por dia, todos os dias do ano, sem exceção, que podem ser lidos aleatoriamente, sem ordem cronológica. Uma maneira atraente de aprender mais sobre a história do país em seus mais de 500 anos de existência. A seção “Você sabia?” enriquece e amplia, com notas curtas, o conhecimento sobre o fato abordado em cada data. Resultado de intensa pesquisa, 365 dias que mudaram o Brasil mostra-se como uma viagem movimentada pelas mais diversas áreas que marcaram, definiram e transformaram o Brasil. Tecnologia, música, teatro, TV, cinema, literatura, batalhas, fatos políticos, personagens queridas pelo povo, outras nem tanto, esporte, grandes eventos, realeza, heroísmo, ciência, religião, movimentos pela liberdade de pensamento e de ação, bastidores, homens e mulheres, tragédias, descasos, formam um painel do que foi e é este país, das suas mudanças socioculturais ao longo dos anos e suas conquistas. Como em toda viagem, o melhor é o que está por vir. Você certamente vai se deliciar com cada um dos dias desta obra. Depois do best-seller 365 dias que mudaram o mundo, é hora de descobrir o que fez a diferença na história do Brasil.
Ficha Técnica:
Não ficção
ISBN: 978-85-422-1452-9
Páginas: 768
Preço: R$ 89,90
Sobre a autora: Valentina Nunes é doutora em literatura, com pós-doutorado em poesia brasileira contemporânea. É autora de livros de sucesso, vários deles adotados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), como A década de 40 através da minissérie Aquarela do Brasil e A Revolução Farroupilha através da minissérie A casa das sete mulheres.