PNAD Contínua Trimestral: Ceará tem a menor taxa de desocupação do Nordeste

A taxa de desocupação subiu de 10,1% no 4º trimestre de 2019, para 12,1% no primeiro trimestre de 2020, maior taxa desde do 1º trimestre de 2018, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (15) pelo IBGE.

No estado do Ceará, a pesquisa revelou um contingente de 423 mil de pessoas desocupadas, nos últimos três meses do ano passado, para 496 mil pessoas nos primeiros três meses deste ano, aumento de 17,4%. Essa é a maior taxa desde o 1º trimestre de 2018, quando o Ceará registro uma taxa de desocupação de 12,8%. A nível regional, o Ceará teve a menor taxa entre os estados nordestinos, em que a maior taxa de desocupação estava na Bahia (18,7%).

Por nível de instrução, essa taxa é maior para quem possuía até o ensino médio completo  (15,9%) ou superior incompleto (17,6%). Já a menor taxa de desocupação estava para quem possuía o nível superior completo (5,9%)

Em Fortaleza, essa taxa era de 10,1% no último trimestre de 2019, crescendo para 11,8% no 1º trimestre de 2020.

No 1º trimestre de 2020, no Ceará, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foi de 30,3%, crescendo dois pontos percentuais em comparação ao último trimestre de 2019.

A quantidade de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas teve uma redução frente ao último trimestre de 2019, reduzindo 10,7%, para o primeiro trimestre de 2020. Já o número de pessoas desocupadas cresceu 17,4% em comparação ao último trimestre de 2019.

O número de desalentados no 1º trimestre de 2020 foi de 385 mil pessoas de 14 anos ou mais, no Ceará. O maior contingente estava na Bahia (778 mil), enquanto o menor estava em Sergipe (71 mil). O percentual de pessoas desalentadas (em relação à população na força de trabalho ou desalentada)no 1º trimestre deste ano foi de 8,6% e ficou estável em ambas as comparações.

A taxa de informalidade da população de 14 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência, no 1º trimestre de 2020, no Ceará, ficou em 53,8%, a quinta maior do país. O estado com a maior taxa foi o Pará (61,4%), enquanto a menor foi Santa Cataria (26,6%).

A informalidade – soma dos trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – atingiu 53,8% da população ocupada, o equivalente a 1,9 milhão de pessoas, menor do que o contingente do 4º trimestre do ano passado (2,1 milhões). “Houve queda de 0,9 ponto percentual e uma diminuição de 118 mil de pessoas”, avalia Helder Rocha, Supervisor da Disseminação das Pesquisas no Ceará.

Carteira assinada

O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada era de 59,3% (929 mil pessoas) do total de empregados no setor privado, no estado. No último trimestre de 2019, esse percentual era de 57,9%, correspondendo a 968mil trabalhadores. Já entre os trabalhadores domésticos, o percentual de carteira assinada ficava em 14,2%. O Ceará contava, 1º trimestre de 2020, com 638 mil trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, exceto empregados domésticos – decréscimo de 9,1%, comparado ao 4º trimestre de 2019 e de 3,6% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

Conta própria

Do universo de pessoas ocupadas, 29%, que representa mais de 1 milhão de pessoas, eram trabalhadores por conta própria no Ceará. Desses 88,6% são de trabalhadores sem CNPJ. O número de trabalhadores por conta própria (1,1 milhão) diminuiu em relação ao último trimestre do ano passado, sendo que a maior parte (88,6%), sem CNPJ. O número também representa um acréscimo de 16 mil de pessoas (1,7% a mais), comparando com mesmo período de 2019.

Esses dados mostram que houve diminuição, em números absolutos, dos trabalhadores com carteira assinada, e que também diminuiu o número de trabalhadores na informalidade, ambos com variação de 4,1%. Isso deve ter pressionado a taxa de desocupação do 1º trimestre deste ano.

Rendimento médio.

O Rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas de todos os trabalhos no Ceará era de R$ 1636,00, no primeiro trimestre de 2020, mantendo estabilidade com relação ao último trimestre de 2019 (R$1694).

Para os empregos do setor privado, a diferença entre quem tem carteira assinada e quem não tem é de cerca de R$ 600,00. Para o trabalhador doméstico, o rendimento médio é R$ 637,00, podendo chegar a R$ 1119,00 para os que trabalham de carteira assinada.

Já para os trabalhadores por conta própria o rendimento médio era de R$ 1047,00, reduzindo para R$ 913,00 para os que não possuíam CNPJ.

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