Para além da dor: conheça a importância do paliativismo na Casa de Cuidados do Ceará
A Casa de Cuidados do Ceará (CCC), espaço implementado pela Secretaria de Saúde Estadual (SESA) sob administração do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), é uma das instituições da Rede que atuam com cuidados paliativos, práticas que previnem e aliviam o sofrimento do paciente por meio da identificação precoce, avaliação correta e do tratamento da dor e de outros problemas. Este tipo de cuidado é destinado a qualquer pessoa que tenha uma condição de saúde que ameace ou limite a sua vida, sendo voltado para o controle de sintomas, conforto, qualidade de vida e bem-estar do paciente enquanto ele estiver sendo assistido, conforme foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O equipamento busca reabilitar afetados pela Covid-19 e recuperar e desospitalizar, de forma humanizada, pessoas acometidas por outras doenças, como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e traumas. Os pacientes recebidos na CCC possuem assistência de profissionais das áreas de Enfermagem, Fisioterapia, Assistência Social, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia, além de visitas médicas, com a adoção de todos os cuidados necessários na transição entre a estrutura hospitalar e o domicílio.
De acordo com a diretora do espaço, Ursula Wille Campos, os pacientes que recebem cuidados paliativos são aqueles com doença grave e sem cura, a fim de aliviar o sofrimento dessas pessoas. “Os cuidados paliativos visam ao tratamento de doenças ameaçadoras de vida que necessitam de cuidados especiais e tratamentos especiais para controle de sintomas, visando sempre a qualidade de vida do paciente. No caso do paciente lotado na CCC, ele recebe apoio de psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos, cada um atuando na sua área com o mesmo objetivo: promover um atendimento de qualidade”, afirma Wille.
A irmã de Elizabeth Marques estava internada no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA) para tratamento de diabetes avançada antes de ser transferida para a Casa de Cuidados. Elizabeth acompanhou todo o tratamento e, com isso, passou a atuar como cuidadora da própria irmã. “Quando minha irmã foi transferida pra cá (CCC), ela estava usando sonda. Ela não conseguia se alimentar nem se movimentar e sequer interagia. Ela é surda e muda. Os profissionais cuidaram dela com toda dedicação e a evolução foi incrível”, relata.
A irmã de Marques ficou cerca de dois meses na unidade até receber alta. “Ela não volta pra nossa casa como uma pessoa doente ou acamada. Ela volta interagindo com a gente. A situação dela só vem melhorando a cada dia. Isso eu devo à Casa de Cuidados aqui do Ceará. Sou muito grata a todos da equipe”, acrescenta, emocionada.