Personalize as preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como “Necessários” são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para ativar as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Não há cookies para exibir.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Não há cookies para exibir.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Não há cookies para exibir.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Não há cookies para exibir.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

Não há cookies para exibir.

Os aprendizados do Natal

O primeiro aprendizado é o de que a pobreza que priva do necessário não é um destino sem dono, mas uma invenção de homens sem escrúpulos. A pobreza da família de Jesus era fruto de uma terra dominada e explorada, de um poder sem natureza e que se sustentava pelo medo e pela violência. Daí a fuga, porque o rei tão poderoso era, ao mesmo tempo, tão fraco diante da possibilidade de perder o que não lhe cabia. E, diante disso, não hesitou em mandar matar crianças, centenas delas, pela simples hipótese de que uma pudesse reivindicar o que ele havia furtado para si, sem qualquer merecimento.

O segundo aprendizado é o da sobrevivência em condições extremas. A família de Jesus viveu dias terríveis, mas não temia por eles próprios e sim pela ameaça que pairava sobre aquele que estava por vir. E era preciso proteger aquele que ainda sequer havia tido a chance de experimentar esse mundo. E em meio a essa fuga, em um lugar ermo, junto aos animais em uma estrebaria, nasceu o menino. Seu primeiro choro, seu primeiro grito, foi a vitória decisiva sobre seus algozes.

O terceiro aprendizado é o do amor de José. O filho não era seu mas ele acreditara nas palavras de Maria. O amor é isso: acreditar. E José foi pai desde o primeiro momento, aceitando e protegendo, e depois dando o exemplo de sua existência honesta e amando a criança sem se sentir iludido ou enganado. O amor é isso: envolvimento. O homem mais velho, carpinteiro, viu a criança crescer com um destino sobre o qual ele sabia que não poderia intervir. Mas poderia, sim, oferecer o espelho de si mesmo para que Jesus soubesse o que um pai é: aquele que está sempre ao alcance do seu apelo. Ser pai não é um poder, porque o poder quer sempre dominar, tornar o sujeito súdito. Ser pai é ser o amparo da criança que vira sujeito, constrói-se a si mesmo, sabendo que haverá sempre um abraço sem explicações, um beijo sem motivos, à sua espera.

O quarto aprendizado é o de Maria, que deu seu sangue a Jesus e ensinou, pelo exemplo, a dar seu sangue àqueles que se ama. O sangue é a vida e as mães fazem isso para seus filhos desde sempre. O segredo da criação é a percepção de que todo o milagre da vida se dá no ventre da mulher que escolhe virar mãe e esse poder é o único capaz de se chamar milagre. Por isso, o medo atávico que os homens fracos têm das mulheres, o esforço brutal de reduzi-las, de confiná-las, como o medo do rei que tem um poder  que não lhe cabe e o exerce com o rosto crispado de pavor. Maria é a chave do cristianismo. O anjo vagaria tonto pelo deserto sem uma mulher para aceitar a incumbência de criar um ato de amor como herança para o futuro.

O quinto aprendizado é o milagre da festa. Jesus de Maria e de José escolhe um encontro alegre, a união de duas pessoas que se amavam e que queriam  dividir esse amor com seus amigos e conhecidos e desejavam que todos relaxassem e deixassem a alma vagar um pouquinho para além do corpo cansado da labuta diária para realizar seu primeiro milagre, e esse milagre foi feito de vinho. Porque Jesus compreendeu que sem a festa, sem o descanso, sem o relaxamento, sem o abandono temporário dos afazeres, sem a suspensão das preocupações, sem congraçar (que é o compartilhamento da graça), como medir o valor da vida? Pois que haja vinho! E também risos e dança e abraços e beijos e esse suspiro de satisfação e esse brilho diferente nos olhos de quem compartilha seu tempo com seus queridos e queridas.

O sexto aprendizado foi o da multiplicação dos pães e dos peixes. Pois não há como pedir para ser crente para quem não tem condições de ser gente. E gente precisa se alimentar. Não somente, mas para começar. É tão fácil ser o rei Herodes e julgar quem nada tem, ditando-lhes regras sobre honestidade e esforço para alcançar algo. É tão cômodo dizer que é preciso ensinar a pescar ao invés de prover a fome, principalmente para quem herdou barcos e mares. Jesus não deu ouvidos a esses falsos moralistas, ditadores de regras. Jesus, que nasceu sob o olhar de amor de seus pais, que se tornou adulto entre os que o amavam e cresciam em admiração, sabia que a semente que deve vingar na terra é a que pode ser colhida por todos. Esse é o maior aprendizado: o Filho foi maior do que o Pai. No mundo de Jesus, ninguém seria expulso do Paraíso por provar o fruto do conhecimento. Ao contrário, essa é a única porta de entrada para ele.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.