No Ceará, mais de 80% dos recursos do Auxílio Emergencial alcançaram os estratos de renda mais baixos em maio
A PNAD COVID19 MENSAL do IBGE revela que, dos 2,79 milhões de domicílios existentes no Ceará, 54,6% (1,5 milhão de domicílios) foram beneficiados, em maio, com o Auxílio Emergencial, que tem por objetivo fornecer proteção social no período de enfrentamento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Em termos populacionais, no Ceará, 5,5 milhões de pessoas recebeu o benefício, o que significa cerca de 60% da população total (9 milhões de habitantes).
Ainda segundo a PNAD COVID19, em maio, foram repassados no total de cerca de 1,46 bilhão, distribuídos principalmente para aqueles que estão nos estratos de renda mais baixos da população, cuja renda domiciliar, naquele mês, não ultrapassa R$ 522,40, o que representavam 80,4% dos recursos.
Os dados da PNAD COVID19 MENSAL foram divulgados na quarta-feira (24), menos de três meses da implementação do Auxílio Emergencial, visando apresentar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho e na renda da população, de modo a produzir informações necessárias à elaboração de programas de apoio específicos ou de políticas públicas em geral. Esses primeiros resultados incluem estimativas detalhadas sobre cobertura e focalização do programa. O Auxílio Emergencial é destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados.
Nos estados das regiões Norte e Nordeste, o percentual de domicílios beneficiados com o Auxílio Emergencial ultrapassou os 40%. No Amapá e no Maranhão, a proporção de beneficiados foi superior a 60%. Em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, estados cujo rendimento domiciliar per capita são os mais elevados, a cobertura do programa não alcançou 30% dos domicílios.
“Foram incluídas questões relativas ao Auxílio Emergencial, que, por ser um programa de transferência de renda de grande envergadura, exigia uma avaliação de forma separada dos demais programas existentes. Para receber o Auxílio Emergencial, a pessoa deve atender a alguns critérios entre os quais que a renda domiciliar per capita não ultrapasse R$ 522,50 ou a renda total do domicílio não ultrapasse a três salários mínimos (R$ 3.135,00)”, lembra o diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
A pesquisa mostra que, na primeira faixa de renda, no Ceará cerca de 1,8 milhão de pessoas residem em domicílios com renda domiciliar per capita (excluindo o auxílio emergencial) até R$ 79,86. Desses, 1,6 milhão de pessoas, o equivalente a 89% dessa faixa, residem em domicílios que receberam o benefício.
No Ceará, na segunda faixa de renda (até R$ 201,10), o alcance foi de 90,9%, contemplando 850 mil dos 935 mil pessoas que residiam em lares onde pelos menos uma pessoa recebeu o Auxílio Emergencial. No caso dessa faixa, houve impacto positivo equivalente a 185%, ao passar de renda per capita de R$ 139,35 para R$ 397,08. No estado foi contemplada cerca de metade das 994 mil pessoas que residiam em domicílios cuja renda domiciliar per capita não ultrapassava R$ 694,21
Os domicílios com maior renda domiciliar per capita tem o menor percentual de domicílios beneficiados com o auxílio no Ceará.
Percentual domicílios beneficiados com Auxílio Emergencial no Ceará
-
Renda Domiciliar per capita (EXCLUINDO o Auxílio Emergencial) Limite Superior da Classe R$
Percentual domicílios beneficiados com Auxílio Emergencial
Total
54,6%
79,86
92,8%
201,10
90,1%
297,14
80,1%
396,42
68,3%
522,40
62,1%
694,21
52,1%
1.008,79
37,6%
1.434,30
14,7%