Mulherzinhas: do livro às telas

Editora dos clássicos lança a obra feminista que será mais uma vez adaptada para o cinema com as participações de Maryl Streep e Emma Watson

 

A união, a sororidade e a força das mulheres são relatadas em uma das obras mais sutis sobre feminismo, em uma época em que elas não podiam nem usar calças. Mulherzinhas, publicada pela editora dos clássicos, Via Leitura, do Grupo Editorial Edipro, está de cara nova com uma diagramação digna de colecionador.

Louisa May Alcott em um tom autobiográfico narra o crescimento de quatro irmãs no período da Guerra Civil Americana. O pai foi lutar, a mãe precisa trabalhar e as meninas necessitam aprender a viver. Esse enredo pode ser visto como uma emancipação feminina em pleno século XIX.

Na personagem principal, a Jo, podemos ver uma discrepância à época, levantando que talvez ela possa ser lésbica, porém mais parece um toque sutil da autora contestando as normas sociais que as mulheres deveriam seguir.

Mulherzinhas é um clássico juvenil da literatura norte-americana e já foi adaptado diversas vezes para o teatro, musicais da Broadway e para o cinema. A adaptação mais conhecida é o filme Adoráveis Mulheres (1994). A obra voltará aos cinemas neste ano em uma adaptação que contará com as participações de Maryl Streep e Emma Watson.

O drama familiar foi publicado pela primeira vez em 1868 e gerou inúmeras sequências em livros. A autora mostra que as irmãs precisam cooperar entre si para manter a unidade familiar, enquanto os pais vivem os percalços que a Guerra causou.

Meg, Jo, Beth e Amy são as personagens deste romance moderno e atemporal, que, juntamente a outros, fez Louisa May Alcott ser reconhecida como uma escritora que abordou questões feministas de forma leve e aberta.

 

Sobre a autora: Louisa May Alcott (1832-1888) nasceu na Filadélfia, EUA, em uma família dedicada à educação e à filosofia. Teve a oportunidade de conviver com personalidades como o filósofo Henry David Thoureau e o poeta Ralph Waldo Emerson, abraçando a carreira de escritora, apesar de suas aspirações de tornar-se uma atriz na juventude. Em seu trabalho, abraçou principalmente a literatura infantojuvenil. Sua família chegou a abrigar escravos em fuga e Louisa foi a primeira mulher a registrar-se como eleitora em sua região. Foi abolicionista e feminista, além de ter atuado como enfermeira durante a Guerra Civil Americana, ocasião em que quase morreu ao contrair febre tifoide. Seus relatos de guerra lhe renderam seu primeiro sucesso literário com a obra Hospital Sketches, mas o grande reconhecimento viria com Mulherzinha, cinco anos mais tarde. Faleceu em decorrência de um acidente vascular cerebral, aos 55 anos, dois dias após a morte de seu pai.

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