Personalize as preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como “Necessários” são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para ativar as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Não há cookies para exibir.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Não há cookies para exibir.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Não há cookies para exibir.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Não há cookies para exibir.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

Não há cookies para exibir.

Mais da metade da população brasileira ainda não tem cobertura de esgoto

Ainda há um longo caminho a percorrer para a conquista da universalização dos serviços de saneamento básico. Não estamos parados, mas caminhamos muito devagar. Esta foi a afirmação do professor doutor Fábio Campos, biólogo com mestrado em Engenharia Sanitária pela Escola Politécnica da USP e doutorado em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da USP, na palestra “Poluição das Águas – Um panorama da Situação Atual Brasileira”, ministrada no dia 22 de março, Dia Mundial da Água, na sede da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, em Santo André/SP.
Ele destacou a falta de investimentos do Brasil em saneamento e tratamento de esgoto, colocando em risco a qualidade da água dos rios. O presidente da Abrafiltros, João Moura, considerou o tema muito oportuno e altamente importante, pois a água é um recurso natural que não pode ser desperdiçado e com o evento a associação chama a atenção para a preservação e o cuidado com este bem tão precioso da humanidade.
Na apresentação, Campos alertou que, apesar de a água ser um recurso natural renovável, precisa ser cuidada já que é finita. Há 1,4 bilhão de km³ de água na Terra, mas apenas 132 mil km³ disponíveis em água superficial, enquanto a população só cresce.
A América do Sul conta com 25% da água mundial e 6% da população. Privilegiado, o Brasil tem 12% de toda a água doce disponível no mundo. Quase 70% estão localizadas na Região Norte; 15,7% na Centro-Oeste; 6,5% na Sul; 6% na Sudeste e pouco mais de 3% na Nordeste. “O que adianta ter 12% de água se não sabemos o que fazer?”, disse. Sem falar na cobertura de esgoto. A média no Brasil é de 49,8% da população e deste percentual coletado, somente 40,8% é tratado.
De acordo com o biólogo, não há estações de tratamento de água e esgoto suficientes no Brasil. “Faltam investimentos. Segundo estudos, para a universalização do saneamento é preciso investir cerca de R$ 303 bilhões em 20 anos”, afirmou.
Segundo dados divulgados em 2015 pelo SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, só as capitais lançaram 1,2 bilhão de m³ de esgoto sanitário na natureza em 2013.
“O saneamento não pode ficar restrito a interesses políticos e pesquisas desenvolvidas na academia. Embora o tratamento de esgoto não renda votos, este cenário precisa ser modificado”, alertou o professor, acrescentando que o volume de perda de água é grande, devido principalmente, a uma infraestrutura antiga e a precária manutenção na rede.
Ele explicou que o descaso com o saneamento traz sérias consequências, sendo a mais sensível, a morte da vida aquática devido a introdução de grandes cargas de matéria orgânica que ocasionam a escassez de oxigênio, em função do favorecimento e a proliferação de bactérias.
Inicialmente, as bactérias aeróbias levam ao esgotamento de oxigênio dissolvido e dão lugar às bactérias anaeróbias, que liberam gases como metano, sulfídrico e resultam na coloração escura da água, características de um rio morto.
“Graves problemas de saúde são causados por toxinas liberadas por cianobactérias – microcistinas – às quais proliferam além do normal em função da eutrofização, excesso de nutrientes tóxicos resultantes do lançamento in natura de esgoto”, adverte.
Campos falou também sobre a situação do esgotamento sanitário e tratamento de esgoto nas grandes bacias hidrográficas. Na Bacia Amazônica, apenas 9,7% de domicílios são ligados à rede de esgoto; na Bacia Tocantins-Araguaia, 18% do esgoto é coletado e 6% tratado; na Bacia do São Francisco, com a transposição vai receber mais 57% de esgoto; na Bacia Paraná, onde há 1/3 da população brasileira, o IQA (Índice de Qualidade da Água) é péssimo em 61% dos pontos monitorados (891 pontos).
Para ele, a experiência mundial demonstra haver dois caminhos para solucionar a situação do saneamento: “privatização ou reestatização, sendo que no cenário brasileiro, talvez o exemplo chileno de estatização esteja mais próximo da nossa realidade”.
O evento fez parte do Ciclo de Palestras Abrafiltros 2018, que em 19 de abril abordará o tema “Gestão de Negócios: Inovação com competência”, e contará com a presença do Prof. Dr. Cesar Akira, Coordenador de Pós-Graduação em Negócios – IBMEC São Paulo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.