IPCA-15,expectativas na Europa, atividade e consumo nos EUA

Confira a análise econômica do Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira

 

Ontem, o mercado operou com baixa liquidez, devido ao feriado do Memorial Day nos EUA e com o feriado bancário no Reino Unido. Assim, o destaque internacional ficou para os mercados da Europa. No velho continente, os investidores, apesar de atentos com uma possível crise geopolítica na Ásia, os mercados operaram em alta. Esse bom humor adveio, principalmente, da reabertura de importantes economias, como Alemanha e França, com não apenas serviços essenciais operando, mas também eventos e cerimônias religiosas, mesmo que com público reduzido. Todavia, é preciso atenção, uma vez que tal retomada certamente não será em “V”. Frankfurt e Madrid lideraram as altas com avanços de 2,46% e 2,38% respectivamente. Paris teve ganhos de 1,66% e Milão subiu 1,21%.

No Brasil, o fato do vídeo referente a reunião ministerial do dia 22 de abril divulgada por Celso de Mello na sexta-feira, gerou ânimo aos mercados, com expectativa de que o risco político possa ser relativamente dissipado. Além disso, as sinalizações do governador de São Paulo, João Dória, de não buscar um lockdown para o estado, também animaram o mercado. Entretanto, ainda é preciso ter cautela, uma vez que o Brasil tende a ser o novo epicentro do covid-19 nos próximos meses, o que pode gerar instabilidade no campo político e maior retração da atividade econômica, como registrado no Boletim Focus. Com o ânimo dos agentes, o Ibovespa fechou a sessão com alta forte, em 4,25%, alcançando 85.663,48 pontos.  O dólar, fechou o dia com queda de 1,64%, seguindo a queda do risco político e do CDS para cinco anos (-4,98%), atingindo a cotação de R$ 5,4432. O petróleo, seguiu a expectativa dos agentes em relação à retomada da economia e possível reequilibro da oferta e demanda no mercado da commodity, o WTI subia ao 1,41%, a US$ 33,72 o barril ao fim do pregão e Brent registrava avanço de 1,46%, a US$ 36,12 o barril.

No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgará o IPCA-15 em relação ao mês de maio. Considerando a retração do consumo e, por consequência, da atividade econômica, o mercado espera fraca elevação no nível de preços, apesar de ainda ser uma leve elevação. O aumento se deve às expectativas de reabertura da economia em algumas cidades e da alta dos preços de alguns bens, por conta da elevação do dólar. Todavia, os níveis ainda tendem a ser baixos. A esperança do mercado é de queda de -0,45% na perspectiva mensal e de aceleração de 2,10% ao ano, se afastando ainda mais da meta.

Após o feriado do Memorial Day, os mercados americanos voltaram à atividade e, com ele, os dados de conjuntura econômica, que tiveram concentração no mercado imobiliário. Além disso, serão publicados índices de atividade econômica e confiança do consumidor. Entre os indicadores mais importantes referentes ao mercado imobiliário se destaca as Vendas de Novas Casas, indicando de forma indireta o nível de atividade da economia americana e como está a confiança do consumidor em relação ao futuro. Tendo em vista que o indicador divulgado pelo Census Bureau se refere ao mês de abril, ele absorve fortemente os impactos da crise ocasionada pelos efeitos advindos do covid-19. Considerando que no mês referido, os agentes estavam ainda mais receosos em relação ao futuro, mesmo com indícios de reabertura da economia americana e de outros países do ocidente. Assim, os agentes esperam que as vendas de novas casas saiam de 627 milhões para 490 milhões em abril, o que significa retração de 21,9%.

 

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