Apesar das dificuldades agravadas pela pandemia nos últimos dois anos, um estudo inédito, feito com as comunidades do G10, demonstram um clima mais festivo para o fim desse ano. Com potencial de consumo de R$ 9,9 bilhões, o G10 é o bloco das favelas com maior expressão econômica do país.
Realizado pelo Outdoor Social Inteligência®, instituto de pesquisa voltado para a classe C, este é o último estudo do ano dentro do levantamento “Persona Favela”, que, desde janeiro, se dedica a detectar tendências de comportamento e consumo dentro das 15 favelas que compõe o G10. O “Persona Favela” começou a ser construído no início de 2021 e lançado em agosto.
Com foco nas festas de fim de ano, a pesquisa perguntou aos moradores o que não pode faltar nesses momentos e a comida ganhou a preferência. 54% responderam que o Peru/Chester é essencial. Já 50% elegeram o churrasco como o principal da festa, acompanhado da cerveja, que é também imprescindível para metade dos entrevistados (50%). O panetone e o vinho também foram citados por 46% e 19%, respectivamente. Quanto ao valor dos produtos, a média de preço que os entrevistados estão dispostos a pagar pelo Peru/Chester é de R$ 97,00, já o panetone, pode custar até R$ 68,00 e, para a garrafa de vinho, o orçamento é de até R$ 47,00.
Para Emília Rabello, fundadora do instituto de pesquisa, os dados mostram que os entrevistados estão dispostos a realizar uma boa ceia esse ano. “O último Natal foi completamente diferente do que estamos acostumados a viver porque existia um risco maior de contágio, com isso, nos mantivemos isolados e com receio. Já esse ano, com boa parte das pessoas vacinadas, as festas de 2021 vêm com clima de confraternização e esperança para um 2022 mais alegre”, conta.
Em relação ao orçamento para as festas, a média de valor que os entrevistados estão dispostos a investir na ceia de Natal é R$ 314,27. Já na festa de Réveillon, o custo médio pode ser até R$323,27. Um destaque na questão econômica são as faixas de idade: a pesquisa detectou que os jovens de 18 a 34 são os que estão mais dispostos a pagar. Esse resultado pode estar associado ao crescimento de uma força de trabalho jovem dentro das favelas e a prioridade em relação ao lazer, por parte do grupo.
2022: estudo e cuidados com o corpo
Em clima de “ano novo, vida nova”, a educação está na prioridade de quem busca uma mudança no estilo de vida. Entre as resoluções para a virada do ano, um em cada quatro entrevistados (25%) pretendem estudar ou fazer algum curso no ano que vem.
A pesquisa também mostra que 34,8% possuem metas que envolvem a saúde ou a estética, incluindo: fazer academia/exercícios físicos, consumir alimentos saudáveis e perder peso.
Perfil dos entrevistados
A pesquisa ouviu 435 pessoas das 5 regiões do Brasil. 60% homens e 40% mulheres. Dentre os entrevistados, 25,6% possuem entre 18 e 24 anos; 27,5% têm entre 25 e 34 anos; 23,7% estão na faixa dos 35 a 44 anos; 13% têm entre 45 e 54 anos, e 10% possuem mais de 55 anos.
A maioria dos entrevistados são negros: 40% se autodeclaram pardos e 30% pretos. 22% são brancos. 5,6% se autodeclaram amarelos e 2,1% indígenas.
Entre as ocupações, 19% afirmam que trabalham de forma autônoma, 18% atuam no setor de serviços, 14% são microempreendedores, 12% atum no comércio, 14% estão desempregados. Parcelas menores compõe o grupo de aposentados (4,8%), funcionários públicos (4,2%) e outros.
Municípios e favelas consultadas: Belém (PA): Baixada Nova Jurunas, Condor; Manaus (AM): Cidade de Deus; Fortaleza (CE): Pirambú; São Luís (MA): Coroadinho; Recife (PE): Casa Amarela; Salvador (BA): Complexo de Amarelinha; Brasília (DF): Sol Nascente; Belo Horizonte (MG): Aglomerado da Serra; Rio de Janeiro (RJ): Rocinha, Rio das Pedras; São Paulo (SP): Heliópolis, Paraisópolis; Curitiba (PR): São Domingos Agrícola; Porto Alegre (RS): Cruzeiro do Sul.
Pesquisa sobre comportamento: fim de ano
Realização: Outdoor Social®
Metodologia: Pesquisa presencial, quantitativa por amostragem. Foram ouvidas 435 pessoas.