Encontro Lixo Zero 2024: cadê o lixo que estava aqui?

É essencial agir imediatamente diante dos desafios do desperdício de alimentos, mudança climática, legislação sobre doação e atuação dos catadores. A Casa Causa, em parceria com a ABRAPS e o Instituto Lixo Zero, reforça seu compromisso com a promoção das melhores práticas sobre lixo zero, economia circular e ESG, incluindo soluções aplicáveis no âmbito público, privado e civil e anuncia a Semana Lixo Zero 2024. Este evento abrangente visa não apenas disseminar, mas também debater e compreender os conceitos essenciais por trás da redução de resíduos, mitigação do impacto climático, incentivo à doação de alimentos, a realidade da Logística Reversa e a participação das entidades, o importante papel dos catadores na cadeia da gestão de resíduos, startups e tecnologias que apoiam o repensar, reduzir e descartar corretamente estes resíduos para inseri-los na cadeia produtiva e transformá-los novamente em produtos.

Desde sua primeira edição em 2010, o Encontro Lixo Zero tem sido um catalisador para a mudança, incentivando a reflexão e o engajamento do poder público, empresas e sociedade / cidadãos na adoção de práticas mais sustentáveis. O encontro deste evento será em São Paulo, nos dias 18 e 19 de outubro, na Praça Vitor Civita. Com o tema “Cadê o lixo que estava aqui?”, pretende-se estimular reflexões sobre o cenário atual do lixo em São Paulo e como a Prefeitura de São Paulo faz a gestão na cidade, a relação entre o desperdício, a fome, a crise climática e a atitude do consumidor, destacando as ações que podem ser tomadas desde já. Para a edição de 2024, o evento contará com o apoio da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Ade Sampa), gestora do Programa de Aceleração Green Sampa, iniciativa de fomento à sustentabilidade voltada para negócios ligados ao setor ambiental e de tecnologia e economia verde.

Flávia Cunha, percursora do movimento ILZ em São Paulo e coordenadora do GT Lixo Zero SP, destaca a importância de repensar nossas atitudes em relação ao desperdício e à fome. “É fundamental mudarmos nossa abordagem em relação ao desperdício de alimentos, para que possamos reduzir a fome e mitigar os impactos da mudança climática”, enfatiza Cunha. “O desperdício é uma das faces mais evidentes do nosso sistema insustentável, e é crucial que aprendamos a reduzir, reutilizar e redistribuir recursos de maneira mais eficiente”, acrescenta.

No evento, também será abordado o papel do show business na gestão de resíduos em eventos. É crucial promover uma cultura sustentável, incentivando a redução da geração de resíduos, a destinação ambientalmente adequada e o envolvimento de cooperativas de reciclagem. Essas práticas contribuem para a conscientização e a redução do impacto ambiental. Serão discutidos temas como arquitetura sustentável, o papel das escolas na formação de cidadãos mais conscientes e engajados, o papel das cooperativas, e soluções para todos os tipos de resíduos, desde papelão e latinhas até cosméticos e eletroeletrônicos.”

O Encontro Lixo Zero 2024 oferecerá uma variedade de painéis e atividades voltados para educar e inspirar a comunidade a adotar práticas mais sustentáveis em suas vidas diárias. Além disso, o evento também trará a oportunidade de novas assinaturas de acordos entre marcas e organizações, além do lançamento de campanhas e produtos, como mapeamentos ou projetos.

Dados sobre desperdícios de alimentos:

Os dados sobre desperdício de alimentos são alarmantes. O Relatório do Índice de Desperdício de Alimentos 2024 do PNUMA revela que mais de 1 bilhão de refeições são desperdiçadas diariamente em domicílios em todo o mundo, totalizando 1,05 bilhão de toneladas de resíduos alimentares em 2022. Isso representa quase um quinto dos alimentos disponíveis para consumo. O desperdício agrava a crise alimentar global, encarece os alimentos e causa danos ambientais. Destaca-se que 60% dos alimentos desperdiçados são em domicílios, enquanto 28% são nos serviços de alimentação e 12% no varejo. O relatório enfatiza a necessidade de ação global, especialmente através de Parcerias Público-Privadas (PPPs), para medir, reduzir e prevenir o desperdício de alimentos.

Além disso, a ONU divulgou um estudo global sobre desperdício de alimentos, revelando resultados igualmente alarmantes. Apesar da produção alimentar ser suficiente para alimentar toda a população mundial, mais de 1 bilhão de refeições são desperdiçadas diariamente, resultando em uma média de 132 kg de comida jogados fora por pessoa a cada ano. Este problema não é exclusivo de países ricos, pois países como o Brasil enfrentam desafios de conservação de alimentos devido à falta de refrigeração adequada. O custo global do desperdício de alimentos chega a aproximadamente US$ 1 trilhão por ano, sendo que 60% ocorrem nos domicílios, 28% em estabelecimentos de alimentação e 12% em supermercados e feiras.

 

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