Eleições 2024: arquitetura inclusiva garante mais acessibilidade e mobilidade no processo eleitoral

No dia 27 de outubro, Fortaleza viverá o segundo turno das eleições municipais, e um dos temas mais importantes em debate é a garantia de acessibilidade e mobilidade para que todos os cidadãos exerçam seu direito ao voto com segurança e autonomia. O coordenador do curso de Arquitetura da Estácio Ceará, nisso, Fred Macedo,destaca a importância do planejamento urbano e da arquitetura inclusiva para tornar esse processo acessível para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

“Em uma cidade do porte de Fortaleza, a acessibilidade no processo eleitoral vai além da adaptação dos prédios onde estão localizadas as seções eleitorais. É fundamental pensar no caminho que os eleitores percorrem até chegar ao local de votação, considerando desde a qualidade das calçadas até a oferta de transporte público acessível”, explica o arquiteto.

Para ele, é preciso que as seções eleitorais estejam preparadas para receber eleitores com diferentes necessidades. “As rampas de acesso, elevadores e sinalização em braille são indispensáveis para garantir a autonomia dos eleitores com mobilidade reduzida ou deficiência visual. Essas adequações são previstas na legislação e devem ser cumpridas em todas as eleições, mas é importante que os gestores públicos e privados se empenhem em garantir que esses acessos estejam em pleno funcionamento no dia da votação”, pontua.

Além das questões físicas das seções eleitorais, Macedo também aponta a relevância do transporte público acessível. “É importante que no dia da eleição haja uma oferta ampliada de transporte adaptado, com ônibus e vans equipados para transportar cadeirantes, além de paradas acessíveis e bem sinalizadas. A ausência desses elementos pode dificultar ou até mesmo impedir que muitos eleitores cheguem aos locais de votação.”

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), as eleições municipais de 2024 contarão com 26.537 mídias eletrônicas em urnas, sendo 25.572 de votação e 965 de cargas espalhadas por toda a cidade, com seções eleitorais instaladas em prédios públicos, escolas e universidades. “Esses espaços devem ser constantemente adaptados para que todos os cidadãos tenham igualdade de condições no momento de votar. E isso inclui desde rampas de acesso até a presença de mesas de votação acessíveis para pessoas que usam cadeiras de rodas”, complementa Fred Macedo.

Para este segundo turno, o arquiteto ressalta a importância de que os gestores públicos garantam condições adequadas de mobilidade urbana para todos os eleitores, reforçando a necessidade de planejamento e execução de soluções arquitetônicas que incluam todas as pessoas, sem exceção. “O direito ao voto é um pilar da democracia e garantir que esse direito seja plenamente acessível é uma responsabilidade que deve ser compartilhada por todos os setores da sociedade”, conclui.

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