COPOM – Especialistas esperam novo corte na taxa juros

Especialistas do mercado financeiro explicam expectativas do mercado acerca da Selic

 

Nesta quarta-feira, se inicia a penúltima reunião do Copom de 2019. Hoje, devem ser avaliados possíveis reajustes na taxa básica de juros, a Selic. A última reunião terminou com corte na taxa, que estava em 6% e foi para 5,5%. A possibilidade de um novo corte ficou aberta e a expectativa do mercado é que encerre o ano abaixo dos 5%, com dois cortes de meio ponto percentual. A última reunião de 2019 deve acontecer nos dias 10 e 11 de dezembro. A taxa é um meio de alcançar a meta de inflação nos bancos, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que neste ano ficou definida em 4,25%. Também hoje, o Fed realiza sua reunião para redefinir a taxa de juros dos EUA, a expectativa é que após a reunião, saia de 1,75% para 1,50%, um corte de 0,25%.

Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital afirma que o mercado não deve se surpreender, já que a expectativa do corte de meio ponto percentual é unanime. “O mercado inteiro aposta em um novo corte de 0,5%, por ser algo unanime, não deve haver grandes surpresas e comemorações”. Para Bergallo a expectativa se dá pela baixa inflação futura, que deve ficar abaixo da meta. “O corte deve acontecer, já que a expectativa de inflação futura está abaixo da meta, mesmo com o intervalo de tolerância”, afirma. O intervalo de tolerância ao qual Bergallo se refere fica entre 2,71% e 5,75%. Bergallo aponta que o impacto do corte no câmbio deve ser positivo apesar de não atrair o brasileiro. “O impacto disso no dólar tende a ser positivo, não pelo corte em si, que seria negativo, pois diminui a atratividade dos ativos brasileiros”. Bergallo acrescenta que o impacto positivo se deve ao Fed, que deve cortar juros hoje também, a expectativa é de um corte em 0,25%. “O impacto é positivo pelo fato de que o Fed deve também cortar os juros nos EUA, em 0,25%, então o diferencial entre as duas taxas deve aumentar”, finaliza o Diretor de Câmbio da FB Capital.

Para Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, o corte não se dá somente pela baixa inflação futura. “Os principais fatores que justificam essa decisão são a inflação corrente abaixo da meta, a inflação esperada para 2020 em queda e o hiato do produto apresentando ainda grande ociosidade dos fatores”. Silveira reafirma a expectativa do mercado do corte em meio ponto percentual. “A expectativa do mercado é de uma queda de 50 bps na taxa de juros”, afirma. Pedro aponta que o mercado espera uma taxa bem abaixo dos 5% até o fim deste ano, já que há uma possibilidade de um corte maior. “O que o mercado espera é um sinal efetivo sobre o final do ciclo de flexibilização, que pode terminar em 4%”, finaliza o Economista-Chefe da Nova Futura.

Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, confirma a expectativa para as duas últimas reuniões do ano. “Nestas duas últimas reuniões, não se espera nada além de dois cortes de 0,5%”. Laatus acrescenta que os cortes já foram precificados, isso com base nas reuniões anteriores. “O corte já foi precificado pelo mercado há algum tempo com base nas reuniões anteriores”, afirma. O Estrategista-Chefe aponta que com os cortes, a tendência é que mais investidores migrem para a Bolsa, buscando rentabilidade, já que a renda fixa perde sua atratividade. “Com os cortes, a renda fixa perde a rentabilidade e deixa de ser atrativa ao investidor, o que aumenta o volume de negociações na renda variável”, finaliza.

Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, explica que além dos cortes na Selic, os cortes realizados pelo Fed Também estavam precificados há algum tempo pelo mercado. “Já está precificado no mercado tanto o corte realizado pelo Fed, quanto corte na Selic pelo Copom”. Casabona afirma que o ideal para o investidor mais conservador, que deseja se manter na renda fixa é buscar fundos com rendimento pré-fixado, já que a tendência é que nas próximas reuniões haja mais cortes. “Muitos migrarão para a Bolsa, porém aos que desejam sem manter na renda fixa, o ideal é buscar algo com rendimento pré-fixado”, diz Daniela Casabona.

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