Consultoria na venda de seguros se torna ainda mais importante com a Circular 621 da Susep

Flexibilização na construção de produtos traz vantagens e desafios para o mercado

 

A construção de produtos de seguros ganhou inúmeras novas possibilidades com a Circular Susep 621/21, publicada em fevereiro, que acaba com a padronização e permite a oferta de coberturas distintas, em uma única apólice. Para muitos profissionais do setor, o órgão regulador atravancava o desenvolvimento e os processos do mercado, quando então esta Circular vem para facilitar o fluxo de negócio e de comercialização. Agora o cliente pode, por exemplo, contratar uma cláusula especial, sem uma básica, como uma cobertura de dano elétrico sem incêndio. Poderá contratar assistência sem ter um seguro automóvel ou residência, ou então um E&O com seguro cibernético. São possibilidades que estão sendo abertas com esta Circular, o que vai nos dar novas possibilidades para trabalhar e criar produtos.

Entre os seguradores, é unanimidade que a Circular é enfim um grande acerto da gestão da Susep. Toda essa flexibilização era há muito tempo pleiteada pelas seguradoras e pelas resseguradoras, pois facilita muito o operacional, tira amarras no desenvolvimento dos produtos e as companhias não precisarão mais de aprovação para a sua criação.

O mercado é dinâmico e vem se aprimorando com o passar dos anos. Pouco tempo atrás, para emitir uma apólice de condomínio não era apenas um documento, mas 12 apólices do mesmo condomínio – uma de incêndio, outra de vidros, outra de Responsabilidade Civil etc. Hoje parece um absurdo, que foi simplificado com a novidade de pacote de coberturas trazida pelas seguradoras internacionais. O que está acontecendo hoje com a Circular 621, nada mais do é que uma flexibilidade maior em cima de tudo isso.

Stephanie Zalcman é CPO (Chief Placement Officer) da Wiz Soluções em Seguros e embaixadora da AMMS (Associação das Mulheres no Mercado de Seguros)

A novidade traz importante fase de desenvolvimento para o setor, favorecendo atender melhor às necessidades dos consumidores. O canal de distribuição terá papel fundamental na construção dos novos produtos, porém a liberdade na criação de produtos exige ainda mais profissionalismo e conhecimento técnico dos corretores de seguros em uma venda realmente consultiva. Na linha de frente da distribuição, eles precisarão estudar mais o cliente, o setor em que atuam, as deficiências, as suas reais necessidades e as variadas possibilidades de produtos, a partir de cada companhia.

Para os corretores é uma virada de página na atuação. Terão a possibilidade de criar produtos personalizados para cada segurado, apresentar para os seguradores os anseios da ponta, as necessidades dos clientes e riscos que muitas vezes não estavam plenamente cobertos nas apólices mais engessadas. Mas toda essa disrupção só irá favorecer quem estiver disposto a estudar e se atualizar. Será preciso investir ainda mais no relacionamento e parceria com os seguradores para atender de forma assertiva às necessidades dos clientes. Quem estiver com a cabeça e a atuação no passado terá com a nova Circular, um grande problema.

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