Como se preparar para a aposentadoria

Gestão de ativos, otimização tributária e gestão de riscos são algumas das alternativas que podem ajudar aqueles que buscam a tão desejada independência financeira

A aposentadoria nunca esteve tão em evidência no país como agora. Mas como os brasileiros estão se preparando para este momento?  Aposentar pelo INSS é suficiente para garantir a qualidade de vida desejada pela maioria da população? O que as pessoas estão fazendo para não depender exclusivamente desta fonte de renda? Um estudo de 2018 do SPC Brasil e da CNDL apontou que 78% das pessoas não estão se planejando para esse momento. E 47% deles sinalizou que o motivo é por não sobrar dinheiro. Mas será que é possível mudar esse cenário?

Para Lucas Vidigal, diretor da Scopo Finanças Pessoais, empresa especializada em planejamento financeiro pessoal e familiar, qualquer um pode garantir sua independência financeira. “É essencial se planejar para este momento com antecedência, organizar as finanças pessoais, analisar as alternativas de investimento mais adequadas e persistir no planejamento traçado para se alcançar os objetivos no prazo disponível”, diz.

O executivo explica que boa parte das pessoas alega não conseguir investir por falta de recurso, mas segundo ele o problema está na falta de planejamento e disciplina financeira. “Mesmo pessoas com renda muito alta acabam se endividando no momento em que deveriam estar construindo um patrimônio capaz de lhe prover a renda desejada e, com isso, inviabilizam sua independência financeira”, explica.

Segundo Lucas, muitos se esquecem que a manutenção do patrimônio conquistado, como, por exemplo, a casa dos sonhos, carros e residências em campo, geram custos. “O simples fato de manter esse patrimônio cria uma demanda por renda, além dos gastos do dia a dia. Sempre que não é possível contrabalancear estes custos com a renda adequada, mais cedo ou mais tarde, essas pessoas se veem obrigadas a desfazer de parte desse patrimônio ou reduzir seu padrão, o que tende a ser doloroso, principalmente em determinada altura da vida”, comenta.

Lucas acrescenta que para se atingir a independência financeira é essencial se planejar, organizar e gerir de forma estratégica as finanças, traçando as metas corretas para atingir os objetivos que almeja. “Realizar bons investimentos, administrar ativos e riscos, otimizar tributos e fazer a gestão financeira pessoal e familiar são alguns dos caminhos para organizar as finanças e conquistar sua independência financeira”, destaca.

O diretor da Scopo Finanças Pessoais acrescenta que o planejamento financeiro contribui ainda para a proteção do patrimônio pessoal e familiar e na sucessão patrimonial, seja familiar ou empresarial.

 

Liberdade financeira

Ao contrário do que se pensa, independência financeira não necessariamente significa aposentadoria. O conceito está relacionado à possibilidade de arcar com o seu padrão de vida sem a necessidade de trabalhar. Isso implica em construir um patrimônio capaz de gerar a renda necessária para sustentar financeiramente seus objetivos, além dos custos do dia a dia e projetos pessoais, como, por exemplo, os estudos dos filhos.

Lucas explica que uma das vantagens dessa mentalidade é oferecer mais liberdade. Para ele, para alcançar a independência financeira o ideal é separar o patrimônio em dois tipos: os que geram renda (ativos) e os que geram despesas (passivos) e conciliar ambos. “Com essa divisão, quando a renda for igual ou superior à despesa gerada de maneira sustentável, e considerando os efeitos da inflação, a pessoa alcançará a independência financeira”, diz.

O executivo complementa que entre os ativos, a ideia é buscar alternativas, que podem ser títulos públicos, ações, fundos de investimento, previdência ou imóveis capazes de gerar um fluxo de caixa positivo. Ele alerta, porém, que os imóveis, quando não locados, ao invés de gerarem renda passam a ser fonte de despesa para os proprietários. “É preciso cautela. Não há uma fórmula mágica. Existem vários tipos de investimento e eles variam em rentabilidade, risco, liquidez e tributação. Conhecer bem as condições é fundamental para se encontrar a opção mais adequada”, finaliza.

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