Como podemos diminuir o abismo salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho
No mês em que se comemora o dia do trabalho, uma questão crucial não pode ser deixada de lado: a realidade sobre a remuneração das mulheres no mercado. O estudo mais recente sobre disparidade salarial entre homens e mulheres, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que o sexo feminino ganha cerca de 20,5% menos que o masculino, tomando por base a população acima de 25 anos, com ensino superior completo. Em outras palavras: na média, as mulheres brasileiras têm rendimento médio mensal no valor de R$ 1.764, enquanto os homens recebem R$ 2.306.
E a diferença aumenta conforme a idade avança, mostrando que as trabalhadoras enfrentam problemas sérios no desenvolvimento de suas carreiras. Quando comparamos por faixa etária, a desigualdade salarial cresce ainda mais no grupo entre 40 e 49 anos. No ano passado, segundo o IBGE, mulheres ganharam em média 25,1% menos do que homens da mesma faixa etária.
A questão é complexa e merece muita atenção, explica a CEO da Carpediem Consultoria de RH, Aliesh Costa. Ela destaca que, apesar da realidade de injustiças, a equiparação salarial é um item previsto pela legislação brasileira. “A lei trabalhista determina que funcionários que exerçam a mesma posição em uma empresa devem receber a mesma remuneração, sem distinção de qualquer tipo”, afirma ela.
“Felizmente, nos últimos anos registramos intensos debates sobre essa questão, inclusive nas empresas, mas ainda há muito para fazer”, explica Aliesh Costa. “A legislação existe justamente para coibir abusos, discriminando as pessoas por conta de idade, gênero, nacionalidade, raça ou qualquer outra razão”, completa.
A possibilidade de gestação, diz a CEO da Carpediem RH, ainda é, infelizmente, uma das principais causas para a disparidade salarial entre os gêneros. “Temos de mudar a cultura interna das organizações e isso só ocorre se modificarmos ideias preestabelecidas. É importante repensarmos o tema e lançá-lo a um debate dentro das empresas”, afirma Aliesh.
A especialista recomenda algumas estratégias práticas que devem ser levadas em conta, por profissionais de RH, para diminuir o abismo salarial entre homens e mulheres. Veja abaixo suas orientações:
- Contratar mulheres para cargos influentes, como o de gestoras e líderes.“Em geral, as empresas dão preferência a homens para exercerem essas funções. É preciso repensar esse conceito”, diz Aliesh.
- As empresas devem buscar que mais mulheres façam parte dos seus quadros de funcionários, mantendo um equilíbrio entre os gêneros. “Isso deve valer para todas as funções e ter por base, obviamente, critérios de competência”, ressalta.
- É preciso empenhar esforços para que, uma vez contratadas, elas sejam reconhecidas por seu trabalho.
- As empresas devem se manter atualizadas em relação aos salários de mercado, para que não cometam nenhuma injustiça. “O departamento de RH deve reforçar esses dados com os gestores de área, para que sempre revejam juntos essas informações, e sigam corrigindo eventuais distorções, especialmente no tocante às mulheres”, afirma a especialista.
- Promover com frequência, nas corporações, debates e palestras mostrando uma cultura organizacional justa e ética, livre de preconceitos e desigualdades.
- Estimular os gestores da empresa a evidenciar e reter os talentos femininos na organização.“E alinhar os pensamentos e dizeres, ante a qualquer ruído de cultura machista, caso isso apareça no discurso de algum colaborador”, finaliza Aliesh.
Sobre a Carpediem Consultoria de RH: empresa especializada em recrutamento e seleção de profissionais, treinamento e desenvolvimento. Coaching (counseling) e outplacement, além de terceirização de mão de obra temporária. Dispõe de Programa de Diversidade para empresas.