Como a pandemia transformou as lideranças

Por Adriana Saluceste*

 

A pandemia de Covid-19 tem gerado transformações em âmbitos variados da sociedade. As empresas tiveram que se adaptar rapidamente às novas necessidades de seus funcionários, clientes e fornecedores e ainda enfrentar desafios financeiros e operacionais.

Com tantas mudanças – e em período tão curto de tempo –, vieram muitas questões. Como gerir meu time remotamente? Qual modelo e metodologia usar? É possível manter ou aumentar o volume e a qualidade das entregas? Como manter minha equipe engajada?

A confiança se tornou fundamental e foi dado início a um movimento muito grande das empresas em construí-la por todos os canais. Nesse momento crítico, a figura do líder se tornou mais importante do que nunca. Os trabalhadores buscam confiança em seus líderes. E eles a encontram quando acreditam que as lideranças se importam por cada indivíduo e pela humanidade de forma geral.

É fundamental que os líderes tenham um plano. Eles não precisam saber tudo, mas precisam ser transparentes sobre como estão tomando as decisões. A liderança deve olhar para frente proativamente e dar respostas, em vez de ser reativa. E cabe a ela focar no processo – não apenas em resultados a serem alcançados.

As necessidades imediatas das equipes também mudaram. Além das necessidades físicas (cuidados com o corpo e com a saúde), também devem ser levadas em conta as necessidades mentais (psicológica e desenvolvimento de resiliência) e as necessidades de relacionamento (busca constante por conexões e pertencimento) de cada um.

O mindset ágil vem trazendo inúmeros benefícios para os líderes, nesse contexto de transformação e incertezas. Alguns pontos são fundamentais para essa “virada de chave”:

  1. As pessoas precisam se sentir empoderadas, com a certeza de que seus líderes confiam nela.
  2. Burocracia, neste momento, só atrapalha.
  3. É preciso identificar os impedimentos para que a equipe tenha sucesso e removê-los.
  4. A comunicação deve ser frequente, mesmo virtual.
  5. Problemas complexos podem ser divididos em partes gerenciáveis.
  6. Pequenas partes da solução devem ser testadas por períodos curtos de tempo.
  7. As entregas precisam estar prontas para feedback.
  8. O que os clientes mais valorizam é prioridade e tem que ser entregue o mais rápido possível. O resto pode esperar.
  9. Importante testar e aprender com poucos clientes e acertar com a maioria.
  10.  A adaptação acontece à medida que os clientes entendem o que realmente valorizam.
  11. O planejamento é fundamental, mas o planejamento em detalhes deve ser feito apenas para as atividades que não serão alteradas antes da execução.
  12. Inovações precisam ser facilmente reversíveis.

Não temos como prever como será o futuro pós-isolamento. Mas é inegável que a pandemia global trouxe diversas mudanças às nossas vidas. Ainda que daqui a alguns meses o vírus se vá – e esperamos isso ansiosamente –, ele já mudou de forma irreversível nossa experiência em todos os âmbitos.

 

* Adriana Saluceste é diretora de Tecnologia e Operações da Tecnobank.

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