CNC: queda dos juros para compra de imóveis terá impacto de R$ 5,2 bilhões no comércio
Estudo da Confederação estima que haverá maior procura por bens do segmento de móveis e eletrodomésticos
De acordo com a CNC, os cortes consecutivos nos juros, promovidos pela CEF, deverão proporcionar um incremento líquido real de 5,8% na concessão de crédito imobiliário, nos próximos meses. A Confederação avalia que, para cada corte de um ponto nas taxas de juros do financiamento imobiliário, a demanda por crédito para aquisição de imóveis novos ou usados tende a aumentar 3,1% em um intervalo de até cinco meses.
“Essas reduções devem impulsionar a busca por crédito imobiliário nos próximos meses, especialmente se tal medida for acompanhada pelas demais instituições financeiras do País”, complementa Bentes.
A maior demanda por recursos na concessão de crédito imobiliário poderá viabilizar, por exemplo, a aceleração do nível de atividades de serviços imobiliários e, principalmente, da construção civil – setor que lidera as perdas no valor adicionado a preços básicos desde o início da recessão (-22% no acumulado do período compreendido entre o primeiro trimestre de 2015 e o segundo de 2019).
Para se chegar a esses números, a Confederação levou em conta o nível de atividade econômica, o mercado de trabalho, a inflação, entre outras variáveis. “Consideramos as expectativas mais otimistas para a economia brasileira colhidas através do Focus semanal do Banco Central e a forte correlação histórica entre os juros cobrados pela Caixa”, esclarece o economista da CNC.
Sobre as reduções de juros
Com a TR zerada desde dezembro de 2017, no início de 2019, as taxas de juros do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) variavam de 9,75% a 11,25% ao ano e as do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) iam de 8,75% a 9,75% ao ano.
Em junho, a CEF unificou os percentuais dos dois sistemas, trazendo a taxa mínima para 8,5% ao ano e a máxima para 9,75%. No início de outubro, nova redução para 7,5% e 9,5%, respectivamente. Com mais um recuo ainda em outubro, os limites do custo financeiro dos financiamentos passaram para 6,75% e 8,5% ao ano.