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Chico da Silva, o Pintor da Praia

• Exportado do Acre para o Ceará • A descoberto de Pierre Chabloz • Pirambu, o reduto • Pintando com giz ou carvão • A Escola de Artes do Chico da Silva • O Chico por muitos Chico da Silva” – “Eu não sei quem sou” … • Antônio Bandeira e Mário Barata • Ascensão e queda de um artista do pincel

Filho da cearense Minervina Félis de Lima e do índio peruano Francisco da Silva, da comunidade de Alto Tejo, no Acre, Francisco Domingos da Silva nasceu provavelmente em 1910. Ali morou com os pais até 1934, quando veio com a mãe para Fortaleza em consequência da morte do pai, vítima de uma mordida de cascavel. Analfabeto, foi morar no Pirambu, onde teve diversas profissões, entre sapateiro, consertador de guarda-chuva e vendedor de fogareiros de lata feitos por ele. Mas sempre desenhava nos muros da cidade com carvão e giz. Antes de ser conhecido, Chico da Silva era chamado pelos moradores de “indiozinho débil mental”.

Seu talento foi descoberto por volta dos anos 1940, quando o pintor Jean-Pierre Chabloz percebeu seus desenhos expostos. Esses primeiros trabalhos chamaram a atenção pela originalidade e pelo vigor das formas e cores.

Chabloz nasceu em Lausanne, na Suiça, bacharel em Letras pela Escola de Belas Artes de Genebra. Surpreendido pela Segunda Guerra, veio para o Rio de Janeiro, onde fixou residência com a esposa Regina e a filha Ana Maria. (Serviço Especial Por volta de 1943, mudou-se para Fortaleza, indo residir na Rua Barão do Rio Branco. Tornou-se membro do SEMTA (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia)

O discípulo de Chabloz

O suíço Jean-Pierre Chabloz tomou Chico da Silva como discípulo, ensinando-lhe as técnicas do guache e do óleo. O rapaz logo passou a expor na cidade, no Rio de Janeiro e até na Suiça. Em 1966 foi alvo de menção honrosa na XXXIII Bienal de Veneza. Três anos depois, Chabloz cortou relação com Chico, afirmando mais tarde em uma entrevista que estava insatisfeito com a qualidade do artista. Comenta-se que Chico havia se tornado alcoólatra, faltando com a responsabilidade perante o suíço.

O estilo de Chico

Comentando sobre o Pintor da Praia, disse a crítica de arte: “Seu estilo é incomparável. Seus desenhos surgem de forma espontânea, com involuntários impulsos de sua imaginação. Chico não teve nenhuma influência de outros estilos, nem muito menos de escolas de pintura. Seus traços inicialmente feitos a carvão e giz, impressionavam pela riqueza de detalhes e abstração”. Eram dragões, peixes voadores, sereias, animais com plumas e galos e grande densidade e formas. Na Europa ele era conhecido como o índio de técnica apuradíssima e de traços autodidatas de origem inerente à visão tropical da vida na floresta. Alguns de seus quadros chegaram a ser assinados por seus alunos, o que motivou a perda da originalidade.

Exposições

Chico da Silva esteve presente com dois guaches na década e 1960 na coleção do MAR, o Museu de Arte do Rio de Janeiro, por doação do Fundo Max Perlingeiro. Em 2014, essas obras foram apresentadas nas exposições “Encontro de Mundos” e “Pororoca, a Amazônica do Mar”. O Catálogo da Exposição Pororoca traz o artigo: “Arte de ciclos de borracha: seringueiros artistas”, no qual o significado singular da produção de Chico da Silva era articulado ao desenho de Hélio Melo do Acre e às pinturas de Paulo Sampaio, “Um soldado da borracha”, do Pará. Está também presente no MAUC – Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, que conta com uma sala permanente do artista”, na qual a maior parte do acervo corresponde às obras que participaram e receberam a Menção Honrosa na Bienal de Veneza de 1966. Participou de várias outras exposições em países como França, Suiça, Itália e Rússia. Algumas de suas pinturas chegaram a Manaus, a cidade mais próxima de sua terra natal, onde os seus trabalhos chegaram, mas nunca seus quadros foram expostos em Rio Branco-Acre.

A Escola do Pirambu

Com 148 obras, a exposição ‘Chico da Silva” da Escola do Pirambu é a maior realizada sobre o pintor e seu legado. Concebida originalmente pela Pinacoteca de São Paulo, com o título “Chico da Silva e o ateliê do Pirambu”, a mostra ficou em cartaz na capital paulista de 4 de março a 28 de maio de 2018 e recebeu 88.881 visitantes. A exposição cearense teve a curadoria de Thierry Freitas e de Flávia Muluc.

Chica da Silva, filha do pintor Chico, cresceu observando o pai a pintar. Seu trabalho ficou conhecido pelo fundo preto que se tornou um sucesso na venda dos quadros. Já Ivan da Silva possuía conhecimento em pintura, fazia a base para que outros artistas pintassem. As brigas de galo, inspirada nas obras de Aldemir Martins, eram a marca de suas pinturas. Além disso, Ivan foi o responsável por introduzir novos elementos animais alados, oriundos de filmes com temas mitológicos e grego-romanos, influenciando assim o estilo da Escola do Pirambu.

O estilo

“O estilo de Chico da Silva era incomparável…”, disse o pintor cearense Chico Pinto. Seus desenhos surgiram de forma espontânea, como involuntários impulsos da sua imaginação. Ele não teve nenhuma influência de outros estilos, nem muito menos de escolas e pinturas de pinturas. Seus traços, inicialmente feitos a carvão e giz, impressionavam pela riqueza de detalhes e abstração. Eram dragões, peixes voadores, sereias, aves de penas, entre esses, galos e pavões.

Um exemplo de aluna

Braguinha, em 1968, era um publicitário da Gazeta de Notícias. Certo dia, falou para o autor desta matéria que sua irmã Terezinha, como aluna da Escola do Chico da Silva, no Pirambu, pintava quadros que ora eram assinados pelo professor, ora pela aluna. O Silva era em forma de Z. Levado ao conhecimento do senhor Darcy Costa, diretor do jornal, este convidou a jovem para uma demonstração em espaço do jornal.
Preparado o material: cavalete, tela, tintas, pincéis, espátulas, etc, ela deu início à sua arte. No final, divisou-se um pavão ricamente colorido, cujo trabalho foi assinado pela aluna, imitando a assinatura do professor Chico da Silva.“Alguns dos quadros do Chico da Silva eram assinados pelos alunos e vendidos no bairro por qualquer preço”, confessou a este repórter uma senhora moradora da Rua Santa Terezinha.

Um livro sobre Chico

A escritora Gerciane Maria da Costa Oliveira escreveu sob o título “Chico da Silva, a Emergência de um Talento Artístico” – 1ª edição-Fortaleza- 2023-UECE. Abre como epígrafe a frase do pintor:

“Eu não sei quem sou. Não sei se sou de lua ou de terra. Posso até ser da atmosfera. O pintor Jean-Pierre Chabloz é que disse que sou um pintor primitivo, um dos maiores não só do Brasil, mas do estrangeiro. Eu não digo nada. Deixo que os jornais, as televisões e principalmente os críticos digam”. Na página 2, o pintor Chico continua. “Já fiz muita coisa na vida… fui sapateiro, sei consertar sapato-Tanque ou polar, fui tamanqueiro, mestre de oxigênio a carbureto, guarda de banco, escafandrista de tirar coisas do fundo do mar, ajudante de marinheiro” … No ano de 1944, numa estreia silenciosa, por interferência de Chabloz, Chico da Silva expõe no III Salão Cearense de Pintura seus primeiros trabalhos realizados a guache e em tela. A mostra, que reunia quadros produzidos pelo novato no espaço de um ano, pouco despertou interesse da crítica e do público, feito que lhe rende não mais que um breve comentário de Barboza Leite no seu livro “Esquema da Pintura no Ceará”. Repercussões à parte, o simples fato de Chico da Silva figurar entre pintores como Antônio Bandeira e Mário Barata, engajados diretamente ao movimento estético, demonstra o englobamento de sua expressão por essa dinâmica de transformações artísticas.

(Frase epigráfica do livro Chico da Silva, a Emergência de um Talento Artístico, da autoria de Gerciana Maria da Costa Oliveira – 1ªedição – Fortaleza UECE-2023)

A morte de Chico da Silva

Por conta de uma trombose, em 1985, a saúde de Chico da Silva ficou completamente abalada. Vítima de alcoolismo, ele veio a falecer em Fortaleza, no dia 6 de dezembro de 1985. Encontrava-se em estado de desamparo, praticamente esquecido pela gente que o cercava. A Estação Central do Metrô de superfície é administrada pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) localizada na Rua Padre Mororó, 405, no centro de Fortaleza. Foi inaugurada em 2019.

 

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