Auxílio Brasil: manobra eleitoreira
Empresários, economistas e demais técnicos, lideranças sociais e o povo em geral divergem sabendo que essas medidas são paliativas e que não somente retardam o caos maior previsto para a economia brasileira, como joga por terra todo o esforço que já fizemos durante esse período de pandemia para vencer a crise.
Fingindo para o povo como se o eleitor não percebesse as suas manobras política-eleitorais, todos que estão em seus mandatos finais e a grande maioria deve concorrer à reeleição no próximo ano (Governadores, Presidente da República, deputados federais e senadores) chegam ao final do seu – praticamente – último período legislativo ou executivo, numa ginástica para contentar os interesses políticos e escapar de derrotas.
O pior que existe para o político é uma derrota eleitoral, portanto, nada de estranho em tudo que eles possam fazer para evitar a perda do seu mandato. Ninguém tem dúvidas de que a proposta do novo “Auxílio Brasil” e que substitui o Bolsa Família é, nada mais ou nada menos, o novo “auxilio eleitoral”, como aliás sempre foi o anterior. O que nos estranha é a participação pálida de congressistas das duas casas, inclusive da oposição, nessa farsa que toda a sociedade já sabe e reclama a sua aprovação.
Empresários, economistas e demais técnicos, lideranças sociais e o povo em geral divergem sabendo que essas medidas são paliativas e que não somente retardam o caos maior previsto para a economia brasileira, como joga por terra todo o esforço que já fizemos durante esse período de pandemia para vencer a crise. O risco macroeconômico que o Brasil corre no conceito internacional diante dessa medida que burla a legislação fiscal brasileira e ainda consagra um calote nos credores do Estado (Precatórios) é um absurdo que nunca nem deveria ser pauta de uma sociedade democrática.
Não existe a menor dúvida da importância de um robusto programa de assistência social para assegurar o mínimo de sobrevivência aos milhões de pessoas que não têm do que se alimentar no momento atual. Não somente devido a pandemia – que agravou sim – mas da ineficácia dos programas sociais no Brasil que apenas dribla as necessidade populares para escapar da revolta do eleitor. A miséria, que antes era pontual principalmente nas regiões Norte e Norte, se alastrou em todo o País não poupando nem estados onde se concentra quase 40% do PIB – Produto Interno Bruto – nacional.
Bolsonaro, assim como seus concorrentes em 2022 e quase todos os senadores e deputados federais, já estão em campanha. Todos seus radares estão voltados para a conquista do eleitor. No Brasil, como sabemos, não têm história eleitoral com ética, muito pelo contrário, registros dos maiores escândalos e fatos comprometedores da justiça, seja social ou do Estado. O atual momento político diante desse fato de que o Governo reconhece que falta muito para assistir minimamente ao povo miserável e que não tem recursos para cobrir tais despesas, seria a oportunidade dos parlamentares de provarem sua consciência política e independência representativa, contrariando a tática bolsonarista.
Quem garante a continuidade do programa Auxílio Brasil a partir de 2023? Qual a garantia de uma harmonia entre Executivo e Legislativo no próximo governo, seja ele esquerda ou direita? A questão fundamental não é a aprovação de programas populistas ou verdadeiramente social, que bote em prática a tão falada distribuição de renda. Mas sim verdadeiro crescimento econômico fazendo a renda geral da nação crescer em índice satisfatório para gerar e sustentar empregos e o aumento dos negócios com o resto do mundo. Nesse momento, o que podemos prever, é justamente o contrário: O isolamento econômico no mundo macro.