Atitude de Cristiano Ronaldo expõe como fragilidade emocional pode atrapalhar craques
Especialista em performance do futebol e psicanalista, Lincoln Nunes, analisa o desequilíbrio emocional no futebol.
Os jogadores Cristiano Ronaldo e Calleri tomaram atitudes parecidas após um resultado contrário em uma partida. Calleri derrubou o celular de um rapaz da base após o clássico contra o Palmeiras. Cristiano Ronaldo teve a mesma atitude derrubando o smartphone de um garoto torcedor do Everton.
No entanto, o que chama a atenção, especificamente no caso de CR7, é o destempero emocional numa estrela que é referência entre os melhores do mundo. Além disso, o impacto negativo da relação do craque e sua imagem com as causas sociais.
Logo após o descontrole, o português assumiu o erro e comentou sobre a dificuldade de lidar com as emoções em campo. O psicanalista, filósofo e especialista em desempenho do futebol, Lincoln Nunes, explicou a importância da preparação mental para atletas e como ela pode evitar atitudes impensadas como a dos jogadores.
“Gerenciamento emocional é tão importante quanto o treino físico e tático, nesse caso de Cristiano Ronaldo foi um acontecimento pós-jogo, mas esses destemperos, geralmente, acontecem dentro do stress de campo. Há relação comportamental/emocional que pode se traduzir em uma consequência positiva ou negativa na partida”, explicou.
Em um estudo recém publicado na Revista internacional Cognitionis, o preparador mental que atende atletas das principais ligas e da Seleção Brasileira, reafirmou que há uma equação entre causa e consequência de atitudes no gramado.
“A ‘equação’ desenvolvida tem a seguinte fórmula: I + M + E = R. Ou seja, Indivíduo, meio, esporte e, claro a resposta. Então, se o jogador sabe lidar com o estímulo de forma positiva, consequentemente, a resposta sera positiva. A chave está na questão de lidar com um estímulo numa brecha de segundos. Tudo isso pode ser aprendido e armazenado através das sessões de aprendizagem mental/comportamental e logo faz parte da rotina de treinos do atleta”, disse.
Para Lincoln, a atitude de Cristiano Ronaldo ainda gera a repercussão nas instâncias criminais, sobre uma possível agressão ao torcedor do Everton.
“A lição que permanece é que os jogadores precisam dar atenção ao mental e comportamental da mesma maneira que cuidam do corpo”, finalizou.