Análise Boa Vista: volume de vendas no varejo restrito recua 1,0% em maio

Em 12 meses acumulados o crescimento desacelerou mais um pouco, de 0,9% para 0,8%

 

De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 1,0% entre os meses de abril e maio na comparação dos dados dessazonalizados. O resultado no mês veio bem abaixo do esperado pelo mercado; a mediana das projeções apontava um leve recuo de 0,2% no período.

No mês, três dos principais segmentos do varejo restrito puxaram as vendas para baixo. No segmento de “Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” foi observada queda de 3,2%, resultado que sucedeu uma alta de 3,6%. O segmento de “Móveis e eletrodomésticos” reportou o segundo recuo consecutivo, desta vez de 0,7%, – em maio já havia recuado 0,9% -, já o segmento de “Tecidos, vestuário e calçados” continua numa fase difícil e amargou mais uma variação negativa, de 3,3% em maio. No sentido oposto, as vendas de “Combustíveis e lubrificantes” e “Artigos farmacêuticos” subiram 1,4% e 2,3%, respectivamente.

Também foi verificada queda de 1,0% na comparação interanual, a primeira do ano, e os resultados acumulados desaceleraram. No ano a alta de 1,9% até o mês de abril passou para 1,3% com os dados de maio e em 12 meses acumulados o crescimento desacelerou de 0,9% para 0,8% no mesmo período.

“O resultado de maio foi bem surpreendente, no sentido de que se esperava mais do setor neste mês, mas é possível que o recuo tenha sido pontual. A desaceleração na curva de longo prazo foi pequena, de 0,9% para 0,8%; pode até ser que ela ande um pouco de lado, mas a expectativa que temos é de que o crescimento vai melhorar. Os segmentos mais dependentes do crédito continuam pressionando as vendas para baixo, mas o início do ciclo de cortes na taxa Selic, previsto para agosto, é um ponto positivo. Além disso, o ‘Desenrola’ pode fazer com que a oferta de crédito melhore, algo que pode vir a beneficiar o varejo de modo geral”, avalia o economista da Boa Vista, Flávio Calife.

 

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