Personalize as preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como “Necessários” são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para ativar as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Não há cookies para exibir.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Não há cookies para exibir.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Não há cookies para exibir.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Não há cookies para exibir.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

Não há cookies para exibir.

A morte de George Floyd e a onda de protestos nos EUA

A onda de protestos que tomou conta dos Estados Unidos nos últimos dias, motivada pelo assassinato de George Floyd, escancarou uma janela para o racismo institucional e sistêmico presente na sociedade norte-americana. Assim como no Brasil, a herança escravista nos Estados Unidos impôs imensos flagelos à população negra no país que, mesmo tendo a sua liberdade garantida pela 13ª Emenda, viu centenas de obstáculos ao exercício pleno da cidadania por um regime segregacionista que – sob o lema “separate but equal”- legitimava o racismo em suas formas mais brutais.

Juízes, senadores, prefeitos e governadores, quando não defendiam abertamente, eram coniventes com verdadeiros atos de terror praticados por grupos supremacistas brancos e endossavam medidas que alijavam a população negra de seus direitos mais básicos. Espetáculos de menestréis entretinham a audiência branca com black face, e a caricatura Jim Crow acabou por emprestar seu nome à época em que as leis de segregação racial atingiram seu ápice nos Estados Unidos.

A lei que acabou com a segregação legal nos Estados Unidos, em 1964, foi fruto de uma longa luta de organizações pelos direitos civis e dos líderes diretamente associados a elas. Hoje, esses líderes são novamente evocados nos protestos que tomam conta do país e deixam claro que essa é uma luta que ainda não acabou. A brutalidade do assassinato de George Floyd, sob o olhar tranquilo de seu algoz, levou a uma onda de protestos violentos, um método que, décadas atrás, teve em Malcolm X seu principal expoente, por acreditar na violência como ato de legítima defesa. O dano causado a diversas propriedades provocou críticas daqueles que se opõem a essa tática, da mesma forma como fazia Martin Luther King no passado.

Com diferentes abordagens, ambos foram cruciais para mudar a história da população negra nos Estados Unidos e pagaram a defesa de suas ideias com a própria vida. Mais de 50 anos após as vozes de Martin Luther King e Malcolm X terem sido silenciadas, seus ecos ainda são presentes e, mais do que isso, necessários. A mesma engrenagem que, no passado, oprimia a população negra, permanece vigente e matando Kings, Malcolms e Floyds.

O Ato dos Direitos Civis, de 1964, não foi suficiente para pôr termo a uma estrutura assentada no racismo, nem para mudar mentalidades há séculos consolidadas. A mobilização da sociedade civil continua sendo a principal fonte de mudanças. Mais do que questionar sobre a legitimidade ou não do uso da violência, é preciso pensar nas causas que permitem que ela seja vista como alternativa. Afinal, um homem negro foi morto por um policial sob o olhar beneplácito de seus pares e de parte da população, que tudo filmava. A cena fala por si. Um policial branco domina George Floyd, homem negro e desarmado, mantendo o joelho em seu pescoço mesmo após tê-lo visto inconsciente. Os angustiantes pedidos de socorro “I can’t breathe, I can’t breathe”, não foram suficientes para frear o desejo de dominação que resultou na morte por sufocamento. Nada foi feito pelo outro policial, parceiro e cúmplice do crime. Nem mesmo o grupo de pessoas ao redor, ainda que vocalizasse aos policiais, nada mais fez a não ser pedir. Implorar não foi o suficiente. A ilusão da democracia racial foi asfixiada junto com Floyd. No entanto, o seu pedido e a sua voz, renasceram nos protestos generalizados em todo território norte-americano.

Maria Thereza David João é professora de História da área de Linguagens e Sociedade do Centro Universitário Internacional Uninter

André Frota é membro do Observatório de Conjuntura, professor do curso de Relações Internacionais e vinculado à área de Geociências do Centro Universitário Internacional Uninter

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.