No dia 11 de fevereiro, comemoramos o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, uma data importante para refletirmos sobre a necessidade de promover a participação feminina em áreas como pesquisa acadêmica, desenvolvimento tecnológico e cargos de liderança. Neste contexto, a expressão “ninguém solta a mão de ninguém” adquire ainda mais relevância, enfatizando a necessidade das empresas e grandes corporações em se comprometerem com o impulso para ampliar a presença feminina nessas esferas.
Felizmente, algumas mudanças já vêm acontecendo ao longo dos últimos anos. De acordo com estudo da Talenses Group e do Insper, Panorama Mulheres 2023, as mulheres representam 21% dos membros dos conselhos administrativos e 17% das CEO em empresas brasileiras, enquanto em 2017, esse número era de 8%. “A falta de reconhecimento e oportunidades para mulheres nas engenharias e ciências é um fato histórico que, infelizmente, já estamos acostumadas. Mas, se para além do conformismo, tivermos como objetivo reverter a escassez do protagonismo feminino e ter, cada vez mais, profissionais qualificadas no meio de campo, conseguiremos alcançar a linha de chegada antes do previsto”, analisa Vera Thomaz, diretora comercial da Unentel, distribuidora de soluções tecnológicas para companhias.
Com a carga de trabalho muitas vezes duplicada, por trabalhar fora e dentro de casa exercendo funções de cuidado como a maternidade, as mulheres se tornaram verdadeiras “super-heroínas” no mercado de trabalho, provando que o cenário atual pode ser revertido e, mesmo com as adversidades, ganhando um grande protagonismo. De acordo com o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), nos últimos cinco anos, o aumento da participação feminina foi de 60% no setor de tecnologia.
Iniciativas para fortalecer o protagonismo feminino têm tido mais força nos últimos anos. Um exemplo disso é a WoMakersCode, que em colaboração com a Microsoft, iFood e S&P Global Foundation, transforma, desde 2015, o cenário para as mulheres e para a indústria de tecnologia, ao trazer inclusão ao mercado. Com algumas ações como oferta de bolsas de estudos em cursos, mentorias e programas de formação, impactou positivamente a vida de mais de 250 mil mulheres em todo o Brasil. “Aqui na Unentel, de fato nos preocupamos com a representatividade feminina nos cargos de liderança, dentro do quadro de gerência 50% das funcionárias são mulheres”, analisa Thomaz.
Apesar dos avanços, a exaustão por realizar dupla jornada e a disparidade salarial continuam sendo desafios pertinentes e que precisam ser superados. Diante disso, a implementação de ações mais eficazes para modificar esse cenário pode ser um dos caminhos para que essa realidade fique cada vez mais distante. Entre as medidas possíveis, as empresas podem oferecer vagas reservadas para mulheres, investir em programas de capacitação e desenvolvimento interno, com o objetivo de reconhecer e promover as competências individuais de cada colaborador, e terá como consequência, a atração e retenção de talentos.
“Por estar há mais de 30 anos inserida no mercado de tecnologia, sei da importância de medidas de inclusão e incentivo à diversidade às mulheres para alavancar suas carreiras. Nesse mundo, cada vez mais impulsionado pela tecnologia, não ter representatividade feminina na linha de frente é sinônimo de atraso. Felizmente, enxergo que o mercado evoluiu e a ideia de promover equidade e igualdade de gênero está sendo realizada”, finaliza Vera.