Transparência de dados e informações é chave para credibilidade às narrativas das organizações
Especialistas destacam a importância do novo Guia CEBDS voltado para jornalistas e publicitários sobre sustentabilidade
Rio de Janeiro, 8 de junho de 2020 – A transparência de dados e informações – em especial dos impactos negativos e de riscos em suas operações – é um atributo-chave para conferir credibilidade às narrativas de sustentabilidade das organizações. Esse foi o principal ponto destacado pelos debatedores do webinar Comunicação de Causas, realizado hoje pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), e que marcou o lançamento do novo Guia CEBDS de Comunicação e Sustentabilidade.
“Em primeiro lugar, a narrativa da sustentabilidade tem que olhar para dentro das próprias organizações. E a Comunicação é estratégica para promover o engajamento interno em relação às diretrizes de sustentabilidade”, disse Marina Grossi, presidente do CEBDS, na abertura do webinar. Por outro lado, a comunicação externa é essencial para a construção da reputação junto aos públicos de interesse, clientes, fornecedores, governos, associações e outros. “A comunicação da sustentabilidade revela que a empresa é, cada vez mais, essência e extensão do território onde se localiza”, afirmou Paulo Nassar, diretor presidente da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial).
Nesse contexto, 10 anos após sua primeira edição, o novo Guia constatou que as empresas ainda têm dificuldade em comunicar suas ações de e para a sustentabilidade de forma prática, sistemática e sem clichês. Quando perguntados que nota dariam, em uma escala de 0 a 100, para o quanto acreditam nas narrativas sobre sustentabilidade das empresas, os jornalistas que responderam à pesquisa que serviu de base para o novo Guia CEBDS de Comunicação e Sustentabilidade deram a nota média 43.
“Há um claro descasamento sobre as atuais estratégias dos negócios alinhadas à agenda da sustentabilidade e a cobertura jornalística que se faz sobre os negócios, quando a maioria dos jornalistas desconhece o que são e quais são os ODSs (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), por exemplo”, exemplificou Kelly Lima, gerente de Comunicação do CEBDS.
Por parte das empresas, há diversos cases de companhias que estão na vanguarda desta agenda, apresentando boas práticas e ocupando um espaço de referência pelo exemplo. “Estamos vivendo um momento histórico e é preciso ter sensibilidade para perceber as questões que afligem a sociedade. Nesse sentido, a empatia deve no centro das ações de comunicação por propósito”, afirmou Germana Moura, sócia da Approach Comunicação.
Condutora do debate, a jornalista Flávia Oliveira, colunista do jornal O Globo e da Globonews, disse que mais do que nunca é preciso inserir a sustentabilidade com um conceito mais amplo na cobertura jornalística.” A pandemia desviou o foco para curto prazo, para o emergencial. Mas é fundamental que esses princípios norteiem os processos de reestruturação pós-pandemia”, comentou.
Participante do debate, Juliana Calsa, gerente de Comunicação da BRK Ambiental, descreveu o projeto realizado pela empresa de saneamento com foco nas mulheres: www.mulheresesaneamento.com.br
Além da visão corporativa, o webinar contou com a participação dos jornalistas Ricardo Voltolini, da plataforma Ideia Sustentável, e Silvana Gontijo, do Planetapontocom. “As pessoas querem mais das empresas do que apenas serviços e produtos. Tem que ter propósito, tem que colocar a sustentabilidade na gestão, na estratégia e na cultura da companhia”, destacou Voltolini. “É essencial ter empatia, pensar no real significado de ser humano um com o outro. Só assim as causas se tornarão propostas reais de transformação”, afirmou Silvana.
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