Tensão entre China e EUA voltará a impactar mercados nas próximas semanas

“A guerra comercial deve voltar à tona à medida que as eleições se aproximarem”

 

No mês de julho, o Índice Ibovespa vem apresentado uma retomada positiva, oscilando em uma média acima dos 100 mil pontos, no entanto, este cenário pode mudar dependendo da situação geopolítica das duas maiores potências econômicas mundiais. Recentemente, os Estados Unidos fechou inesperadamente seu consulado asiático na cidade de Houston no Texas, afirmando que a medida seria para proteger informações privadas nacionais após hackers chineses invadirem o sistema. A decisão causou grande insatisfação ao governo chinês e, em resposta, as autoridades ordenaram que o consulado americano cessasse as operações na região de Chengdu.

 

Segundo Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, vamos ter fortes impactos com esse impasse, que vem movimentando as bolsas desde o ano passado. “Os Estados Unidos nunca deixou de travar essa guerra com a China, seja ela comercial antes do novo coronavírus (covid-19) ou pós covid-19 com acusações. A verdade é que hoje é o único país que parece ameaçar de maneira mais agressiva a economia do país. Para os mercados, de maneira geral essas brigas podem trazer mais volatilidade, incertezas e quebrar um ciclo de otimismo que estamos vivendo hoje”, explica.

 

Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, afirma que mais para a frente devemos ficar atentos. “A guerra comercial deve voltar à tona à medida que as eleições se aproximarem. Essa semana, os mercados internacionais, e o Estados Unidos, em particular, vai ficar focado nos estímulos que o congresso está discutindo para dar a economia, na reunião do Fed, no dado do PIB que sai nesta quinta-feira e diversos balanços que vão ser divulgados. Então acredito que pelo menos essa semana não vai ter muito espaço para que a China se torne a principal fonte de preocupação, tanto do governo como dos investidores. A guerra comercial vai ficar um pouco acomodada, mas depois que passar essa semana, ela volta a ter protagonismo. Essas escaramuças diplomáticas que vimos na semana passada vão ter um preço. Não vai ser um preço pequeno e com certeza a gente vai ter que observar isso atentamente, porque a bolsa pode voltar a ter volatilidade”, finaliza.

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