Selo Sesc: Jorge Mautner e Nelson Jacobina para crianças de todas as idades é o novo álbum de Celso Sim

Lançamento do Selo Sesc, o disco “O Herói das Estrelas e a Anja Astronauta“, de Celso Sim, apresenta onze canções de Jorge Mautner e Nelson Jacobina em arranjos dedicados às crianças de todas as idades. Com participações de Denise Assunção, Lia de Itamaracá, Moreno Veloso, Jaques Morelenbaum, Donatinho e outros, o álbum estará disponível na íntegra, em formato digital, a partir de 28 de outubro, enquanto o disco físico (CD) e shows de estreia na rede Sesc têm lançamentos previstos ainda para este ano.

single “Herói das Estrelas”, canção que é referência para o título do álbum, tem participação de Tulipa Ruiz e estará disponível em 7 de outubro nas plataformas de áudio e também gratuitamente no Sesc Digital. A canção é fruto de uma parceria entre Mautner e Jacobina, gravada pela primeira vez no álbum “Jorge Mautner”, de 1974. Sobre a escolha da faixa que anuncia o lançamento do disco, Celso pontua: “Essa música traz o melhor da composição de Jorge e Nelson e tem uma atmosfera de alegria e comunicação que ficou ainda mais evidente com a participação da Tulipa [Ruiz]. Ela nos faz uma doação de alegria que traduz o disco inteiro e, além de tudo, tem um coro de crianças no final. Por isso esse single traduz o disco inteiro com alegria e amor”. Amor que é também tema central na elaboração de todo o repertório do álbum: “O amor não é uma questão de adulto. O amor é algo universal. Quando uma criança é bem tratada, bem cuidada, o amor está no centro, inclusive com relação à própria educação e limites. O amor se expressa no afeto, na educação, no cuidado e na generosidade”, complementa o artista.

A respeito das inspirações para a confecção do disco, Celso detalha um processo intuitivo, majoritariamente orientado por sua relação com os próprios sonhos, uma vez que anda às voltas com leituras sobre o tema e publicações do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro, autor do livro “O Oráculo da Noite”, que trata dos sonhos enquanto oráculos probabilísticos sob uma perspectiva científica: “Certo dia, sonhei que fazia um disco para crianças. Acordei com a mensagem de uma amiga no celular. No texto, por coincidência, ela me contava que, naquele dia, ao acordar pela manhã, seu filho de nove anos havia pedido que ela colocasse a música ‘Lágrimas Negras’ para tocar. Pensei que havia alguma coisa aí. Perguntei ao Jorge o que ele achava de a obra dele ser destinada às crianças, e ele me respondeu: ‘O que eu faço é de uma criança para outras crianças. Vá em frente!’, e assim iniciei o processo de criação”. E complementa: “O disco nasceu também de um desejo, não muito consciente, de resgatar minha própria trajetória, olhando para o início da minha vida musical. É sobre amor, sobre cuidado, sobre a infância da minha carreira e sobre minha relação com Jorge e Nelson”.

 

O desafio de construir uma ponte entre a obra de Mautner e Jacobina e o público infantil é também um ponto de destaque para o artista: “As crianças são as pessoas menos óbvias. Elas estão na fase de dominar o vocabulário, então elas já fazem poesia e já são naturalmente abertas a essa linguagem. A ponte entre elas e esse trabalho acredito que ficará um pouco a cargo dos adultos. Crianças têm pais, mães, avós, tios, padrinhos que vão poder olhar para essas canções, que eles já conhecem, de outro jeito. Então os adultos, além de serem pontes para essa obra, poderão também ressignificar as canções já conhecidas”. 

 

Em sua maneira de cantar, Celso Sim traz influências que vão de João Gilberto a José Celso Martinez Corrêa, passando obviamente pelo humor característico mautneriano, mas que também é observado em Rita Lee, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e outros. Humor que é linguagem cara ao artista e que, segundo ele, constitui expressão libertária do amor: “Esse cantar que manifesto agora é um caso cultural de antropofagia do canto, de todos os cantos que estão ao meu redor (…) As participações especiais de Tulipa Ruiz, Lia de Itamaracá e Denise Assunção também manifestam, cada uma à sua maneira, este cantar que se apropria de outros mundos, e todas elas oferecem um humor muito sofisticado que é manifestação de amor”.

 

Ao refletir sobre a importância da música para as infâncias, a cultura e a educação no Brasil, Celso conclui: “Porque somos brasileiros. A canção popular brasileira tem um poder enorme de comunicação. Ela faz parte da construção da identidade de milhões de pessoas de várias idades. Esse processo não tem começo e fim. Você começa a ouvir música ainda pequeno e aquilo vai ficando na sua vida, vai passando… A gente nem percebe o poder que a canção tem sobre nós. O Brasil não é o país do livro, mas é o país da canção. E a canção tem esse poder de atravessar o que seria essa impossibilidade de comunicação. A canção atinge quem não sabe ler. É a democratização do acesso à informação, da poesia, principalmente, e do diálogo com outras artes. É água de beber”. 

 

TRACKLIST

1. Herói das Estrelas (Part. Tulipa Ruiz) 4´50

2. Samba Japonês 3´52

3. Salto no Escuro 4´33

4. Labirinto (Part. Denise Assunção) 3´33

5. Maracatú Atômico (Part. Lia de Itamaracá) 3´26

6. Um Milhão de Pequenos Raios 3´31

7. Lágrimas Negras 3´56

8. Mil e Uma Noites de Bagda 3´43

9. Namoro de Bicicleta 3´52

10. Tataraneto do Inseto 3´25

11. O Relógio Quebrou 3´55

 

FICHA TÉCNICA

Celso Sim voz

Pedro Sá guitarra

Jonas Sá sintetizadores, MPC, coro e piano elétrico (exceto 1, 5, 7 e 8)

Rubinho Jacobina sintetizadores (nas canções 1, 2, 3, 5 e 9)

Daniel Conceição bateria e percussões

Gabriel Mayall baixo (exceto 4, 6 e 7)

Claudio Brito percussões

Danilo Andrade sintetizadores, piano e piano elétrico (exceto 4, 6, 8 e 10)

Thiago Nassif MPC

Alberto Continentino baixo acústico (nas canções 4, 6 e 7)

Jaques Morelembaum cello (nas canções 4 e 6)

Donatinho sintetizadores e piano elétrico (nas canções 8 e 10)

Moreno Veloso prato e talher (na canção 5)

Tetê Sá coro (na canção 7)

Kim Pasztor e Nino Scian de Sá coro (nas canções 1, 5, 8, 9 e 10)

Idealização, repertório e direção artística: Celso Sim

Produção musical: Jonas Sá

Arranjos: Jonas Sá e Pedro Sá

Produção executiva: Guto Ruocco (CIRCUS Produções culturais)

Ilustrações: Andrés Sandoval

Projeto gráfico: Alexandre Calderero

Curadoria: Washington Cavalcanti

Todas as canções são de autoria de Jorge Mautner e Nelson Jacobina, exceto “O Relógio Quebrou”, apenas de Jorge Mautner

 

Celso Sim: Ator, cantor e produtor. Formado em teatro pela diretora e atriz Myriam Muniz (1931 – 2004), ganhou o Prêmio Shell de melhor música em 2002, junto com Zé Miguel Wisnik e Tom Zé, pelo trabalho realizado no espetáculo teatral “Os Sertões: A Terra”. Foi indicado três outras vezes ao mesmo prêmio (1998, 1999, 2003) por trabalhos realizados no Teatro Oficina. É colaborador da Cia. Livre de Teatro, dirigida por Cibele Forjaz, desde a fundação; além de ator e autor de trilhas musicais de diversos curtas-metragens de cinema; atuou nos filmes “Carandiru”, de Hector Babenco, e “Canção de Baal”, de Helena Ignez. Como cantor, já se apresentou com Jorge Mautner, Tom Zé, Walter Franco, Jards Macalé, Marília Medalha, Wilson Sukorski, Bocato, Suzana Salles, Wanderléa, Nelson Jacobina, Arthur Nestrovski, Luiz Tatit, Zé Miguel Wisnik, entre outros. Foi coordenador assistente e professor de Comunicação no projeto “Cidadança”, de Ivaldo Bertazzo e Inês Bogéa (2007). Compôs e cantou para a trilha do álbum “Tudo o que Gira parece a Felicidade”, de Arthur Nestrovski. Como cantor e produtor lançou o CD autoral “Tremor Essencial” e o DVD “O Fim da Canção”, com Luiz Tatit, Arthur Nestrovski e Zé Miguel Wisnik; participou como cantor do CD “Pedra Bruta”, de Jorge Mautner. Com Zé Miguel Wisnik e Elza Soares realizou o espetáculo “Zé&Celso+Elza, Canções da Antropofagia”, com canções em parceria com Oswald de Andrade. Lançou o selo “SP Sem Paredes”, para produzir e distribuir música independente; lançou com Arthur Nestrovski o CD “Pra que Chorar, voz e violão”, depois do elogiado CD “Celso Sim, vamos logo sem paredes!”. Celso Sim também assinou a direção artística, compôs e cantou no álbum de Elza Soares, “A Mulher do Fim do Mundo”, de 2015.

SERVIÇO

Selo Sesc lança single “Herói das Estrelas“, de Celso Sim.

Disponível nas plataformas de áudio e Sesc Digital a partir de 7 de outubro.

Selo Sesc lança álbum “O Herói das Estrelas e a Anja Astronauta“, de Celso Sim.

Disponível nas plataformas de áudio e Sesc Digital a partir de 28 de outubro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

0 Compart.
Twittar
Compartilhar
Compartilhar