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Selic a 14,75%, quais são as implicações na economia e perspectivas

Profa. Dra. Luciana Maia Campos Machado – Professora de Finanças no Mestrado da FIPECAFI

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou hoje a taxa Selic para 14,75% ao ano, marcando o maior patamar desde 2006. A decisão, que já foi antecipada pelo mercado, reflete a persistência da inflação acima do meta e a resiliência da atividade econômica doméstica.

A inflação acumulada em 12 meses permanece acima do centro da meta de 3%, com projeções do Boletim Focus derrubar um IPCA de 5,53% para 2025. Apesar de uma leve desaceleração nas expectativas inflacionárias, fatores como a valorização do dólar e a pressão nos preços de alimentos e serviços mantêm o cenário desafiador.

Impactos econômicos

Crédito e consumo : o aumento da Taxa Selic encarece o custo do crédito, afetando o consumo das famílias e os investimentos das empresas . Os setores sensíveis a juros, como construção civil e varejo, tendem a desacelerar. Com a Selic mais alta, os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e cartões de crédito aumentam. Isso torna o crédito mais caro, desestimulando compras parceladas e financiamentos de bens consolidados, como veículos e equipamentos. Consequentemente, o consumo pode desacelerar.

Investimentos : os títulos de Renda Fixa tornam-se mais atrativos, podendo desviar recursos de renda variável. A alta da Selic beneficia os investimentos em Renda Fixa, como Tesouro Direto, CDBs e LCIs, que passam a oferecer retornos mais atrativos. Isso pode aumentar a população para poupar mais e buscar aplicações financeiras com menor risco. O mercado financeiro pode enfrentar a volatilidade, especialmente em empresas com alto nível de endividamento.

Câmbio : a taxa de câmbio, atualmente em torno de R$ 5,64, pode se valorizar com a entrada de capital estrangeiro atraído pelos juros elevados, ajudando a conter pressões inflacionárias importadas.

Inflação: o aumento da Selic ajuda a controlar a inflação. Juros mais altos controlam a demanda por bens e serviços, o que tende a diminuir a pressão sobre os preços. No entanto, esse efeito não é imediato e pode levar meses para ser percebido no bolso do consumidor.

O mercado projeta que a Selic possa atingir 15% na próxima reunião do Copom, em junho, antes de iniciar um ciclo de afrouxamento de juros no final do ano, dependendo da convergência da inflação para o meta. A política de motivação continuará sendo guiada pela evolução dos indicadores econômicos, com atenção especial ao comportamento da inflação e à atividade econômica global.

A elevação da Selic para 14,75% reflete o compromisso do Banco Central com o controle da inflação, mesmo diante dos custos para o crescimento econômico. A política monetária restritiva visa ancorar as expectativas inflacionárias e preservar a revisão institucional, preparando o terreno para uma eventual flexibilização futura, condicionada à melhoria dos fundamentos macroeconômicos.

Com juros em alta, consumo das famílias recua: gráfico revela impacto da Selic na confiança do consumidor

O gráfico abaixo apresenta a evolução da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no município de São Paulo, medida mensalmente pela FecomercioSP, em comparação com a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, no período de junho de 2011 a abril de 2025. A ICF, representada pelas barras azuis, reflete o grau de disposição das famílias para consumo, fatores como renda, emprego, acesso ao crédito e momento para aquisição de bens.

Já a Selic, representada pela linha laranja, é um importante instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Ao sobrepor essas duas variáveis, o gráfico permite visualizar como os ciclos de alta e queda dos juros influenciam o comportamento do consumidor, revelando uma visão frequentemente inversa entre o custo do crédito e o apetite das famílias pelo consumo.

Fonte: Elaborado pela Profa. Luciana Maia Campos Machado, com dados da FecomercioSP e BACEN.

O gráfico mostra uma clara relação inversa entre a Taxa Selic e o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no município de São Paulo entre 2011 e 2025. Em diversos momentos, quando a Selic sobe — como em 2015-2016, 2022-2023 e mais recentemente em 2024 — o ICF tende a cair. Isso ocorre porque o aumento dos juros encarece o crédito, reduz a renda disponível e eleva a cautela dos consumidores, especialmente em relação à compra de bens duráveis.

O movimento de abril de 2025, com o ICF caindo pelo terceiro mês seguido e acumulando nove quedas anuais consecutivas, ocorre em um contexto de juros aumentados e inflação ainda resistente, o que pressionou a confiança do consumidor. Assim, o gráfico evidencia que os ciclos de alta da Selic costumam esfriar o consumo das famílias, o que está em linha com o papel da política monetária de conter a demanda agregada em cenários inflacionários.

O aumento da Taxa Selic para 14,75% tem um efeito direto na vida das famílias, pois torna o crédito mais caro e reduz o poder de compra. Isso impacta a percepção dos consumidores sobre sua situação financeira e o momento para consumir. Como consequência, há uma retração no otimismo e uma postura mais cautelosa em relação aos gastos, especialmente com itens de maior valor, revelando o enfraquecimento da dinâmica de consumo no país.

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