“Segundo cérebro” tem grande influência na habilidade física
Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), cerca de 5 milhões de pessoas vivem com doenças inflamatórias intestinais
Chamado de “segundo cérebro”, nosso intestino produz mais de 30 neurotransmissores diferentes que são associados ao cérebro, isso faz com que a função do sistema digestivo vá muito além de processar a comida que ingerimos. Ele é responsável pela aprendizagem, memória, humor e também influencia no emagrecimento e na habilidade física, especialmente no desempenho e recuperação na prática de esportes e exercícios físicos.
A microbiota intestinal tem um grande peso na função cerebral, quando ela está desequilibrada o intestino pode ficar desregulado, o que pode desencadear doenças como prisão de ventre ou diarreia, que são sinais vermelhos para atletas, segundo Taciane Oliveira, nutricionista da Vitafor. “A microbiota intestinal desempenha um papel significativo na absorção de nutrientes, contribuindo coletivamente para a saúde humana. O intestino é a porta de entrada, se ele não estiver funcionando adequadamente não haverá absorção correta e consequentemente não tem produção de energia, disposição e recuperação muscular adequada, o que pode afetar os resultados do atleta.”
As doenças inflamatórias intestinais atingem mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, e não tem cura, mas o diagnóstico precoce pode melhorar a qualidade de vida. Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), uma dieta balanceada e prática de exercícios podem ser um caminho na busca por um bom resultado.
A nutricionista Taciane detalha que o “segundo cérebro” tem uma influência tão grande no corpo humano que pode ser aliado ao emagrecimento saudável. “O nosso peso corporal está intimamente ligado ao nosso intestino, pois a microbiota intestinal é composta por bactérias boas e ruins, que precisam estar em equilíbrio. Uma microbiota equilibrada é capaz de desempenhar funções fisiológicas normais e garantir uma melhor qualidade de vida, quando ela está em harmonia, nos protege, ajuda na absorção de nutrientes e facilita a digestão. Tudo contribui para que a saúde intestinal seja essencial para o emagrecimento.”
A saúde intestinal exige ainda mais atenção dos atletas pois em alguns casos a demasia de exercícios pode ser prejudicial, conforme afirma a especialista da Vitafor. “Alguns tipos de esportes exigem mais da microbiota intestinal, o exercício físico extremo é um estressor, que pode causar disbiose, um desequilíbrio do microbioma intestinal que pode estar associado ao desenvolvimento de alguns transtornos. Quando um atleta de elite expõe repetidamente seu corpo a circunstâncias fisiológicas drásticas, pode interromper a homeostase do corpo, sobrecarregar os órgãos e afetar o funcionamento normal. Isso significa que, em alguns casos, o excesso de exercícios pode causar mais danos do que benefícios ao desempenho físico”, pontua a especialista, reforçando a importância de acompanhamento e orientação profissional, para evitar danos à saúde e otimizar a performance esportiva.