Recorde do Ibovespa – O que está por trás da alta da Bolsa de Valores?

4 especialistas do mercado financeiro pontuam fatores responsáveis pela alta do índice Ibovespa

 

Recentemente o Ibovespa, maior índice da Bolsa de Valores, fechou acima dos 108 mil pontos, alta de 0,91%, atingindo um novo recorde histórico. Na última segunda-feira, a máxima do índice chegou aos 109.352 pontos. A alta pode estar relacionada à sinalização de estabilidade na guerra comercial entre EUA e China, já no cenário interno, a aprovação da Reforma da Previdência e o novo pacote de reformas econômicas, também chamado de “PEC mais Brasil”, apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre. Além disso, sem participação estrangeira, o leilão da cessão onerosa chegou a faturar mais de R$ 69 bilhões. Após o ocorrido, as ações da Petrobras registraram alta maior que 3%.

Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital, afirma que o embate entre EUA e China teve trégua, já que houve andamento no acordo. “O cenário externo tem oferecido uma trégua, com a diminuição da tensão entre EUA e China, e o prosseguimento do acordo comercial”. Bergallo pontua que o receio do mercado sobre uma recessão global. “A tensão de uma possível recessão global também amenizou”. No cenário interno, Bergallo aponta que os fatores principais são a aprovação da reforma que aconteceu recentemente e também a agenda da administrativa apresentada por Bolsonaro. “No cenário doméstico os fatores são a aprovação recente da reforma da reforma previdenciária e agora o pacote de medidas administrativas apresentadas pelo presidente”, finaliza o Diretor de Câmbio.

Para Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, o momento de calmaria não faz só o índice brasileiro alcançar novos recordes, mas também o índice americano. “A tranquilidade agora também faz o S&P 500 buscar novos recordes”. Laatus explica que o alto índice se deve em muito ao sinal de negociação dos EUA com a China e a decisão de Trump por baixar as taxas em alguns produtos chineses, e enfatiza que as eleições dos gerais dos EUA devem acontecer em dezembro. “A guerra comercial está bem amena e os EUA anunciaram cortes consideráveis nas taxas sobre produtos chineses, além disso as eleições gerais acontecem agora em dezembro”, afirma. Para o cenário interno, Laatus acredita que o pacote de medidas administrativas apresentadas por Bolsonaro nesta semana seja algo positivo. “No interno, foi entregue o pacote de medidas, reforma administrativa e afins, há uma agenda positiva que sinaliza mudanças positivas”. Para Laatus, o cenário tranquilo deve fazer a alta permanecer, já que a situação tranquila coopera para a continuidade deste momento de alta por algum tempo.

Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, aponta que o momento calmo no mercado global, e a agenda brasileira priorizando reformas, têm gerado otimismo para os investidores que arriscam mercados emergentes como o Brasil. “Clima ameno no mercado externo, a recuperação de dados na China e uma agenda interna focada em reformas, tem trazido um otimismo maior para os investidores que tem apostado um pouco mais na economia”. Casabona afirma que a movimentação atual da taxa básica de juros, Selic, também impulsiona novos recordes. “Além disso, um movimento obrigatório de entrada com a queda da Selic também puxa o índice para novas altas e recordes”, comenta a Sócia-Diretora.

André Alírio, Economista e Operador de Renda Fixa da Nova Futura Investimentos, afirma que a alta, em muito se deve ao resultado consideravelmente positivo do recente leilão da cessão onerosa. “Muito dessa alta é por conta da recuperação da Petrobrás, o resultado não foi tão negativo quanto foi precificada anteriormente”. Alírio pontua que com o alívio sobre a tensão entre EUA e China injetou certo ânimo nos mercados. “A guerra comercial deu um alívio, com o corte das taxas, trouxe ânimo aos mercados”. Para Alírio, o resultado do leilão apresentou uma correção de rumo, já que não houve participação estrangeira como o esperado. “Devido a não participação estrangeira no leilão, pode-se dizer que houve uma correção de rumo”, afirma. Alírio completa e explica que pelo mesmo fato, o mercado havia precificado mal o leilão. “Exatamente pela ausência de verba estrangeira, a expectativa do mercado era negativa, mas os resultados não foram mal como o esperado”, finaliza o Operador de Renda Fixa da Nova Futura Investimentos.

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