Produção industrial cai 0,6% em agosto
Em agosto de 2022, a produção industrial nacional caiu 0,6% frente a julho, na série com ajuste sazonal, eliminando o avanço de 0,6% do mês anterior. Frente a agosto de 2021, na série sem ajuste, a indústria cresceu 2,8%, após recuar em junho (-0,4%) e julho (-0,4%). No ano, a indústria acumula queda de 1,3% e, em 12 meses, queda de 2,7%.
Agosto 2022/ Julho 2022 | -0,6% |
Agosto 2022/ Agosto 2021 | 2,8% |
Acumulado no ano | -1,3% |
Acumulado em 12 meses | -2,7% |
Média Móvel Trimestral | -0,1% |
Na queda de 0,6% da indústria na passagem de julho para agosto, duas das quatro grandes categorias econômicas e oito dos 26 ramos pesquisados mostraram redução na produção. Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%), produtos alimentícios (-2,6%) e indústrias extrativas (-3,6%). Vale destacar também o recuo de 4,6% do ramo de produtos têxteis.
Por outro lado, entre as dezoito atividades com expansão na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%) exerceram os principais impactos em agosto de 2022. Outras contribuições positivas relevantes vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,9%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,0%), de outros equipamentos de transporte (8,9%), de produtos diversos (7,4%) e de bebidas (1,7%).
Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas – Brasil – Agosto de 2022 | ||||
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Grandes Categorias Econômicas | Variação (%) | |||
Agosto 2022 /Julho 2022* | Agosto 2022 /Agosto 2021 | Acumulado Janeiro-Agosto | Acumulado nos Últimos 12 Meses | |
Bens de Capital | 5,2 | 4,0 | -1,2 | 1,7 |
Bens Intermediários | -1,4 | 2,1 | -1,1 | -2,2 |
Bens de Consumo | -1,0 | 4,0 | -1,9 | -5,1 |
Duráveis | 6,1 | 13,6 | -7,2 | -12,9 |
Semiduráveis e não Duráveis | -1,4 | 1,9 | -0,6 | -3,0 |
Indústria Geral | -0,6 | 2,8 | -1,3 | -2,7 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Estatísticas Conjunturais em Empresas *Série com ajuste sazonal |
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com julho, bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) e bens intermediários (-1,4%) tiveram taxas negativas, com ambas eliminando parte dos avanços do mês anterior: 1,5% e 1,8%, respectivamente. Por outro lado, houve altas nos setores de bens de consumo duráveis (6,1%) e de bens de capital (5,2%), com o primeiro voltando a crescer após recuar 6,7% em julho e o segundo interrompendo dois meses consecutivos de queda, período em que acumulou perda de 5,2%.
Média móvel trimestral varia -0,1% no trimestre encerrado em agosto
Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para a indústria foi de -0,1% no trimestre encerrado em agosto de 2022 frente ao nível do mês anterior, interrompendo a trajetória ascendente iniciada em março de 2022.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%), bens de capital (-0,1%) e bens intermediários (-0,1%) assinalaram os resultados negativos nesse mês, com a primeira interrompendo dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 1,0%; e as duas últimas revertendo os avanços do mês anterior: 0,3% e 0,1%, respectivamente. Por outro lado, o setor de bens de consumo duráveis cresceu 1,7% em agosto de 2022 e permaneceu com a trajetória ascendente iniciada em março de 2022.
Frente a agosto de 2021, a indústria avança 2,8%
Na comparação com agosto de 2021, o setor industrial avançou 2,8% em agosto de 2022, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 48,0% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que agosto de 2022 (23 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (22).
Entre as atividades, as principais influências positivas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (19,3%), outros produtos químicos (10,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,0%) e produtos alimentícios (3,2%). Vale destacar também as contribuições positivas dos ramos de celulose, papel e produtos de papel (9,3%), de bebidas (8,9%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,7%), de outros equipamentos de transporte (17,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,5%), de couro, artigos para viagem e calçados (9,0%) e de produtos diversos (9,8%).
Por outro lado, ainda em relação a agosto de 2021, entre as 11 atividades em queda, indústrias extrativas (-7,3%) exerceu a influência mais intensa, pressionada pela menor produção de minérios de ferro e óleos brutos de petróleo. Outros impactos negativos importantes vieram de metalurgia (-4,1%), produtos de metal (-6,9%), produtos de madeira (-13,8%), produtos têxteis (-10,4%), móveis (-13,8%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,8%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (13,6%) teve a expansão mais acentuada. Os setores produtores de bens de capital (4,0%), de bens intermediários (2,1%) e de bens de consumo semi e não duráveis (1,9%) também mostraram resultados positivos, com o primeiro apontando crescimento mais intenso do que o observado na média da indústria (2,8%); e os dois últimos registrando avanços mais moderados.
O setor de bens de consumo duráveis avançou 13,6%, terceiro resultado positivo consecutivo nessa comparação. O setor foi impulsionado pela alta na fabricação de automóveis (39,9%). Vale citar também os avanços de eletrodomésticos da “linha marrom” (16,3%) e motocicletas (18,4%). Por outro lado, os impactos negativos vieram da menor produção de eletrodomésticos da “linha branca” (-19,1%) e dos grupamentos de outros eletrodomésticos (-15,8%) e de móveis (-19,1%).
A produção de bens de capital cresceu 4,0%, interrompendo dois meses de quedas. O segmento foi influenciado pela expansão no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (15,7%). Os demais resultados positivos foram nos grupamentos de bens de capital para construção (22,8%), para energia elétrica (19,5%) e de uso misto (2,1%). Os impactos negativos vieram de bens de capital agrícolas (-6,0%) e para fins industriais (-1,6%).
O segmento de bens intermediários subiu 2,1%, intensificando o avanço de 0,3% registrado em julho. O resultado desse mês foi explicado pelos avanços nas atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,3%), veículos automotores, reboques e carrocerias (18,7%), outros produtos químicos (10,7%), celulose, papel e produtos de papel (10,9%), produtos alimentícios (4,3%), máquinas e equipamentos (6,0%) e produtos de borracha e de material plástico (2,3%), enquanto as pressões negativas foram registradas por indústrias extrativas (-7,3%), metalurgia (-4,1%), produtos de metal (-7,0%), produtos têxteis (-7,6%) e produtos de minerais não metálicos (-2,4%).
Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados de insumos típicos para construção civil (-4,3%), que marcou o 12º recuo seguido nesse tipo de comparação; e de embalagens (0,0%), que repetiu o patamar do mês anterior após avançar 2,2% em julho.
O setor de bens de consumo semi e não duráveis cresceu 1,9% em agosto de 2022 frente a igual período de 2021, quinto resultado positivo consecutivo nessa comparação. A alta nesse mês foi explicada pelos avanços nos grupamentos de não duráveis (5,7%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (2,2%). Vale citar também o resultado positivo do grupamento de semiduráveis (1,1%). Por outro lado, o grupamento de carburantes (-3,6%) recuou, pressionado pela menor produção de álcool etílico.
Todas as grandes categorias econômicas acumulam quedas no ano
No índice acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial assinalou queda de 1,3%, com resultados negativos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 57 dos 79 grupos e 60,5% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, as principais influências negativas no total da indústria foram registradas por indústrias extrativas (-3,8%), produtos de metal (-11,1%), metalurgia (-5,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-12,1%) e produtos de borracha e de material plástico (-7,2%). Vale destacar também as contribuições negativas dos ramos de produtos têxteis (-13,4%), de móveis (-18,5%), de produtos de minerais não metálicos (-4,7%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,6%) e de máquinas e equipamentos (-2,3%).
Por outro lado, entre as nove atividades com expansão, a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,4%) exerceu a maior influência. Outros impactos positivos importantes vieram de bebidas (4,8%), outros produtos químicos (2,3%), produtos alimentícios (0,8%) e celulose, papel e produtos de papel (3,1%).
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os oito meses de 2022 mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-7,2%), pressionada pelas reduções na fabricação de eletrodomésticos da “linha branca” (-20,0%) e da “linha marrom” (-9,3%). Os segmentos de bens de capital (-1,2%), de bens intermediários (-1,1%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%) também tiveram resultados negativos no ano, mas todos com recuos menos intensos do que a média da indústria (-1,3%).