Por que o feedback ganhou força na pandemia como estratégia de engajamento e motivação?
Em tempos de incerteza nas empresas, o feedback se tornou, mais do que nunca, uma peça-chave para ganhos em engajamento, queda de turnover, diminuição de custos, aumento da produtividade e, consequentemente, no crescimento organizacional.
Segundo a plataforma Hubspot, uma média de 43% dos colaboradores com maior grau de engajamento dá e recebe feedback ao menos uma vez na semana. Nesse contexto, 78% afirmam que o reconhecimento por meio deste método os deixa mais motivados a realizarem as tarefas do cotidiano, enquanto 69% “trabalhariam com verdadeiro empenho se seus esforços fossem reconhecidos pelos gestores”.
Em termos práticos, o feedback é o ato de avaliar o desempenho dos colaboradores de forma coletiva e individual, via escrita ou verbal. Mas, pode ocorrer em duas situações diferentes: o feedback positivo acontece quando a pessoa alcança a performance esperada com a função de reconhecê-la, a fim de validar suas escolhas corporativas. Já o negativo, entra em ação nos momentos em que a equipe está com pontos de atuação que carecem de melhorias. Assim, ambos devem ser experiências construtivas.
“Para que as engrenagens da companhia funcionem com fluidez, é imprescindível investir em exercícios de comunicação como o feedback, porque, ao decidir comunicar de maneira clara os objetivos a serem atingidos e o papel de cada um nesta missão, facilita-se o caminho percorrido pelo time. Contudo, construir uma cultura sustentável de colaboração organizacional também significa entender o que os colaboradores esperam do local de trabalho. Ou seja, é uma atividade democrática e que deve contemplar todos os agentes de uma organização”, explica a Dra. Cristiane Romano, mestre e doutora em Ciências e Expressividade pela USP e pós-graduada em Gestão e Estratégia de Marketing pela PUC-Minas.
Quando se trata do feedback ideal, o primeiro passo é balancear os aspectos positivos e negativos da performance do colaborador, a fim de refletir cuidadosamente sobre os tópicos a serem abordados. A conversa deve ocorrer em um lugar neutro, sem possibilidades de interrupções. Inclusive, durante a fala de uma das partes, é aconselhável que a outra apenas anote as observações para pronunciar-se somente depois.
Quanto ao início da atividade, uma boa ideia é destacar as qualidades do ouvinte em vez de partir para as cobranças imediatamente. Outro fator a ser levado em conta é o tom das palavras, a fim de evitar o uso de expressões fortes e que gerem constrangimento. Lembrando que a estratégia do feedback tem que ser construtiva para que os objetivos citados sejam atingidos. “No momento atual, o feedback cumpre o papel de oferecer suporte à performance, assegurando que as melhorias no desempenho da equipe migrem da teoria para a prática de forma assertiva. Portanto, o RH deve demonstrar o valor das mudanças aos funcionários com um acompanhamento pós-avaliação”, finaliza Cristiane Romano.