PIB do Ceará deve crescer 1,3% em 2022, estima Santander
§ Segundo estudo com projeções do banco, serviços serão principal responsável pela alta
FORTALEZA – Puxado pelo setor de serviços, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará deve crescer 1,3% em 2022, após ter registrado alta de
2,7% em 2021 e queda de 3% em 2020. As estimativas fazem parte de um estudo especial do Departamento Econômico do Santander sobre economia regional.
Realizado anualmente, o levantamento apresenta projeções do banco por estados e regiões do País para o horizonte de 2020 a 2023. Os últimos dados oficiais do IBGE para as economias estaduais foram publicados em 2019.
Para o Santander, o PIB brasileiro vai avançar 2,6% este ano, enquanto a região Nordeste deve ter expansão de 1,7%. O Ceará representa 15,6% da economia nordestina, terceiro maior peso entre os nove estados da região, atrás da Bahia (28%) e de Pernambuco (18,4%).
Nos cálculos de Gabriel Couto, economista do Santander e autor do estudo, os serviços serão a principal influência positiva para o crescimento cearense em 2022. O setor deve mostrar incremento de 2,1% no estado este ano, em linha com a expectativa de 2% para a média do Nordeste.
“Pelo segundo ano consecutivo, os serviços devem ficar em terreno positivo no Ceará. Estimamos que a reabertura da economia tenha permitido que o setor terciário no Nordeste compensasse totalmente em 2021 a contração de 2020”, diz Couto.
Em 2021, o Santander estima que o PIB dos serviços cresceu 3% no Ceará e 3,3% na média do Nordeste, após retrações de 3,6% e 3,8% em 2020, respectivamente. O estudo aponta que os serviços representam 77,8% do PIB cearense, e 75% da economia nordestina.
Na agropecuária e na indústria, por outro lado, o PIB do Ceará deve ter retração este ano, observa Couto. No primeiro setor, depois de queda de 5% em 2021, o recuo previsto para 2022 é de 0,2%, em linha com a perspectiva de redução de 0,3% para a média nacional no PIB agro. O segmento responde por 5,1% da economia do estado.
Já o PIB industrial deve diminuir 3,1% este ano no Ceará, após avanço de 4,1% em 2021. Na média do Nordeste, o PIB industrial subiu 0,6% no ano passado e vai recuar 0,3% este ano, calcula o Santander. “A política monetária mais restritiva e problemas nas cadeias produtivas globais devem impactar o setor em 2022 no Nordeste, assim como nas demais regiões do País”, ressalta Couto.
Segundo o estudo do banco, a indústria é responsável por 17,1% da economia cearense, pouco abaixo do peso do setor na média da economia do Nordeste, de 18,5%.