Pacientes com fibromialgia precisam ser prioridade, afirma enfermeira Wladia Medeiros

No Brasil, pacientes com fibromialgia enfrentam uma batalha dupla: a dor crônica da condição e a dificuldade em acessar tratamento adequado através do Sistema Único de Saúde (SUS). A fibromialgia, caracterizada por dores musculares difusas e fadiga, é uma condição complexa que muitas vezes desafia o diagnóstico e o tratamento. A busca por um laudo médico e o subsequente acesso ao tratamento se tornam obstáculos significativos para muitos brasileiros que dependem do SUS.
Sem um laudo médico oficial, muitos ficam sem acesso a tratamentos especializados, como fisioterapia e terapias medicamentosa e psicológica. A demora na emissão desse laudo pode agravar os sintomas e impactar negativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Wladia Medeiros, enfermeira e ativista social, compartilha sua perspectiva sobre o desafio. “O processo para conseguir um diagnóstico de fibromialgia é frequentemente longo e complicado. Muitos pacientes têm que passar por diversos especialistas e exames antes de obterem um laudo que ateste a condição. Enquanto isso, a dor e o desconforto se intensificam, prejudicando ainda mais a qualidade de vida deles”, abordou.
A complexidade do diagnóstico se deve, em parte, à falta de exames específicos para a fibromialgia. O diagnóstico geralmente é feito com base na exclusão de outras condições e na avaliação dos sintomas clínicos. Isso resulta em um caminho demorado e muitas vezes frustrante para os pacientes, que podem sentir-se desamparados.
O Sistema Único de Saúde, apesar de ser um pilar fundamental na assistência à saúde no Brasil, enfrenta desafios em termos de priorização e recursos para tratamento de condições como a fibromialgia. A sobrecarga do sistema e a limitação de recursos podem contribuir para a demora na obtenção de diagnósticos e tratamentos adequados.
A questão da priorização é um ponto determinante. Especialistas e defensores da saúde pública argumentam que a fibromialgia deveria receber mais atenção no SUS, dado o impacto significativo que tem sobre a vida dos pacientes. A inclusão de políticas específicas e a melhoria dos processos de diagnóstico e acesso ao tratamento são passos importantes para melhorar a situação.
“Precisamos urgentemente de uma abordagem mais estruturada e eficiente para lidar com a fibromialgia dentro do SUS”, destaca Wladia Medeiros. “Investir na formação contínua de profissionais de saúde e na criação de protocolos específicos pode fazer uma grande diferença. A prioridade deve ser garantir que todos os pacientes, independentemente de sua localização ou condição financeira, tenham acesso aos cuidados e tratamentos de que necessitam”, finalizou Wladia Medeiros.

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