Musicoterapia é eficaz na estimulação de habilidades sociais e de comunicação da pessoa autista

A musicoterapia é uma abordagem ao tratamento psicológico e comportamental que atende às necessidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais de indivíduos de todas as idades, desde crianças pequenas a adultos.
“A musicoterapia funciona como uma ferramenta de comunicação para as pessoas que possuem dificuldade ou não conseguem se comunicar e interagir”, aponta a Shyrlene Lima.
Ela explica que trabalhava no setor de responsabilidade social de uma empresa. Lá, instituiu um projeto voltado para as demandas socioemocionais dos funcionários. “Pensamos em competências socioemocionais e trabalhar as capacidades individuais. Questões simples acabam saindo do diálogo, gerando situações insustentáveis. Nesse processo, instituimos a musicoterapia”, disse.
Como coordenadora do projeto, a especialista conheceu Taigaro Holanda (DJ Tai). Por anos, o profissional, que foi diagnosticado com o espectro autista, trabalhou como gerente de RH da mesma companhia que Shyrlene. Mas foi o projeto que evidenciou algumas questões a ser trabalhadas. “Não conseguíamos entender que a reação do Tai quando envolvia afeto poderia ser um transtorno. Achávamos que era brincadeira dele. Havia muito nas oficinas a questão do afeto e do abraço. Ele era reativo”, afirma.
“O projeto de musicoterapia foi encantador por ter oferecido a várias pessoas o ‘eu verdadeiro’ de cada um. Foi bastante enriquecedor, especialmente após o Taigaro estabelecer uma conexão incrível com a música”, comenta Shyrlene.
Para Taigaro Holanda (DJ Tai), além de Shyrlene, a pedagoga e especialista em Responsabilidade Social e Sustentabilidade Empresarial, Leidiane Pereira, foi responsável “start” para a busca por ajuda especializada. “Foi quando comecei a enxergar: se eu fazia parte do projeto, por qual motivo não conseguia ir? Pensei me ressignificar e hoje utilizo a música. A cada dia estou tentando me aprimorar meus sentidos”, diz.
Também contribui para o desenvolvimento do artista o musicoterapeuta Rogério Jales. “No processo em que o Tai viveu, além de pontos a serem observados, ele se descobriu autista. Fiquei muito feliz e vi que Taigaro estava trabalhando com música. A música foi uma ferramenta. Estou feliz em vê-lo encontrar esse caminho”, completa.

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