MAC Dragão lança duas exposições com percurso virtual nesta quinta-feira (25)

Mostra com mais de 300 trabalhos do artista cearense Hélio Rôla, que, ao longo dos seus 84 anos, segue em plena atividade, e exposição com curadoria do núcleo educativo do Museu serão introduzidas em vídeo no YouTube do Dragão.

 

Com seus espaços fechados inicialmente para reforma e depois para enfrentamento do novo coronavírus, o Museu de Arte Contemporânea precisou adequar seus projetos e suas programações para as plataformas virtuais. Um ano depois, agora com espaços já renovados, o Museu segue enfrentando uma série de desafios no que tange à retomada do circuito de exposições, ainda com circulação de visitantes impedida por conta da pandemia. Pensando em ampliar o acesso e a participação nas experiências oferecidas pelo Museu de Arte Contemporânea, o MAC Dragão lança “Um Atlas para Hélio Rôla”, com curadoria de Flávia Muluc, e “Um desvio nem sempre é um atalho”, sob curadoria do Núcleo Educativo do MAC Dragão. Até que seja possível receber o público presencialmente com segurança, as exposições poderão ser acessadas a partir de ações virtuais, a primeira delas nesta quinta-feira (25), com um percurso virtual pelas mostras, com estreia a partir das 12h, no canal do Dragão do Mar no YouTube (youtube.com/dragaodomarcentro).

“Mesmo na impossibilidade de abrirmos as portas ao público, preparamos uma série de conteúdos e atividades virtuais para que possamos aproximar o nosso visitante do que está acontecendo hoje no Museu. ‘Um Atlas para Hélio Rôla’ e ‘Um desvio nem sempre é um atalho’ inauguram essa reabertura virtual de nossas salas expositivas. Propomos um 1º percurso virtual pelas mostras, destacando obras e textos que estão nos espaços do museu. O vídeo em formato de “tour virtual” abre para uma série de outros vídeos e propostas virtuais sobre as exposições que compartilharemos em breve com o público”, afirma Cecília Bedê, gestora do MAC Dragão.

Um atlas para Hélio Rôla

 ´Um atlas para Hélio Rôla´ traz um apanhado sobre os mais de 50 anos de carreira de Rôla, entre desenhos, pinturas, ilustrações, esculturas, xilogravuras, postagens de internet e colagens; e proporciona uma aproximação com sua obra, apresentada a partir da seleção de mais de 300 trabalhos que de alguma forma explicitam o dinâmico processo criativo deste artista e ativista multifacetado que atua nas mais diversas linguagens até os dias de hoje. As obras integram o acervo particular do artista e das coleções do MAC Dragão e da Pinacoteca do Estado do Ceará.

De acordo com a curadora, o processo foi de pesquisa foi inspirado no Atlas Mnemosyne de Aby Warburg e nos trabalhos de Didi Huberman, e o resultado é a tentativa de propiciar uma experiência museológica engajada, ao apresentar obras de diferentes técnicas, datas e estilos, sem com isso estruturar uma proposta cronológica ou de inventário. “A suspensão de uma ordem temporal busca romper com a objetividade que enquadre e reduza as obras ao seu momento de produção. Após mais de 10 anos de pesquisa sobre a produção e percurso do artista Hélio Rôla, entendi que para tratar da complexidade de sua obra, era necessário também um processo expositivo que dialogasse com seu modo de pensar e produzir arte. A exposição propõe essa experiência de provocar narrativas e suscitar questões fora das classificações habituais, abrindo espaço para um conhecimento que desperte para aspectos da vida e da produção artística, como intensa atividade social. A proposta é que as obras se conectem e dialoguem entre si, inspirando reflexões sobre a complexidade da produção artística de Hélio Rôla”, afirma a curadora Flávia Muluc.

O artista

Hélio Rôla é escultor, gravador, desenhista, ilustrador e pintor. Soma-se a essas habilidades a carreira acadêmica dedicada à ciência, enquanto médico cientista prodigioso. Ao longo dos seus 84 anos, afirma-se como artista múltiplo e foge de uma definição estilística para seu fazer artístico. Sua produção é diária e sua casateliê expressa esse movimento. Transita com fluidez entre as galerias e redes sociais e, com a mesma desenvoltura, vai do guache ao Photoshop. É nesse contexto que se configura como artista, utilizando diferentes plataformas para se lançar em diversificados suportes para produzir. Desde 2010, utiliza suas imagens para ilustrar postagens diárias no Facebook, quase sempre acompanhadas de uma reflexão em forma de textos ou poesias, os quais fazem com que suas obras assumam um aceno crítico à sociedade, configurando-se como testemunhos imagéticos de seu tempo e engajamento social.

Em seu percurso de mais de meio século dedicado às artes, ele se relaciona com diferentes instituições nas quais estabelece também distintas aproximações. Na universidade, na condição de professor, inseriu a pintura como recurso didático; nos mundos da arte, participa de exposições individuais e coletivas, em museus e galerias de arte. Com o Grupo Aranha, fez história com as pinturas murais na Praia de Iracema, reduto cultural de Fortaleza. Na atualidade, utiliza intensamente a internet para compartilhar sua arte, sempre com imagens de obras acompanhadas de críticas ou reflexões em torno de temas gerais como política e ciência.

Um desvio nem sempre é um atalho

Fruto da curadoria compartilhada do Núcleo Educativo do MAC Dragão, integrado por Cris Soares, Andrea Dalveroni, Antonio Jarbas, Carla Vieira, Chico Porto, Ka Moreira, Rafael Escócio e Vinícius Scheffer, a exposição “Um desvio nem sempre é um atalho” é uma mostra mediação que apresenta obras de 10 artistas que compõem o acervo do Museu e um painel do Grupo Aranha, relacionando esses trabalhos a obras presentes em “Um atlas para Hélio Rôla”. Compõem a mostra trabalhos de Chico da Silva, Eduardo Eloy, Grupo Aranha, Hélio Rôla, Hudinilson Júnior, Júnior Pimenta, Leonardo Videla, Leya Mira Brander, Paulo Bruscky, Sérgio Pinheiro e Siegbert Franklin.

Flávia Muluc_ Foto de Clara Machado

De acordo com Cris Soares, coordenadora do Núcleo Educativo do MAC Dragão, a Mostra traz elaborações conceituais que se relacionam com as obras do artista Hélio Rôla, embora essas conexões nem sempre sejam óbvias: “estamos criando diálogos atravessados por contemporaneidades, afinidades e contraposições”.

A ação realizará ainda oficinas educativas em um ateliê montado no espaço expositivo, inicialmente no formato virtual, até que possam ser realizadas presencialmente.

Hélio Rôla_Foto de Clara Machado

Serviço: Lançamento do 1º Percurso Virtual pelas exposições “Um Atlas para Hélio Rôla” e “Um desvio nem sempre é um atalho”

Dia: 25 de março de 2021 (quinta-feira)

Hora: 12h

Local: Youtube do Dragão (youtube.com/dragaodomarcentro)

Acesso gratuito e livre

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