Levantamento de novembro aponta que 13 municípios do Ceará devem salários de médicos; Sindicato cobra providências
O Sindicato dos Médicos do Ceará divulgou, nesta terça-feira (3), a lista atualizada do Devedômetro, apontando que 13 municípios do Estado encerraram o mês de novembro com salários de médicos em atraso. Acarape, Ipueiras, Fortaleza e Caucaia estão entre as localidades em débito com os médicos, refletindo o cenário de precariedade da saúde pública no Ceará, que perpassa desde pequenas cidades até grandes metrópoles.
Criado em 2017, o Devedômetro é uma ferramenta de denúncia e monitoramento utilizada pelo Sindicato para identificar municípios inadimplentes com os profissionais de saúde. Entre os exemplos mais graves estão Pires Ferreira, que não paga médicos desde 2012, e Mulungu, com débitos acumulados de 2015. Fortaleza e Caucaia, que frequentemente recebem denúncias de má gestão e atrasos salariais, também figuram na lista, reforçando a urgência de ações corretivas.
Impacto nos profissionais e na população
A situação de inadimplência compromete a dignidade dos médicos e também afeta diretamente a população, que depende do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos de urgência, emergência e acompanhamento contínuo. Municípios como Fortaleza e Caucaia, que deveriam ser exemplos pela relevância de suas redes de saúde, enfrentam constantes acusações de má gestão, falta de insumos e sobrecarga dos profissionais.
“A saúde pública é responsabilidade de todos os entes federativos, mas a gestão municipal é a principal responsável pela contratação e remuneração dos profissionais da rede básica. Atrasos como os registrados em Pires Ferreira e Fortaleza expõem o descaso com a saúde pública e com quem a mantém funcionando: os médicos”, afirma Dr. Luigi Morais, presidente interino do Sindicato dos Médicos.
Compromisso das novas gestões
Com as eleições municipais realizadas em 2024, muitas prefeituras passarão por transições de gestão em 2025. O Sindicato alerta que as dívidas listadas no Devedômetro permanecem como responsabilidade do município, independentemente de quem assuma o cargo de prefeito. É dever das novas administrações negociar e regularizar os pagamentos pendentes, garantindo melhores condições de trabalho para os médicos e atendimento digno à população.
“É essencial que os prefeitos eleitos em 2024 assumam o compromisso de enfrentar essa realidade e superar os obstáculos deixados pelas gestões anteriores. A saúde precisa ser uma prioridade efetiva”, reforça Dr. Luigi.
Lista de municípios inadimplentes
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Acarape: novembro e dezembro de 2020
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Aracati: plantões de março de 2019 — UPA
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Catunda: novembro de 2016
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Caucaia: janeiro a abril de 2024
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Fortaleza: julho e agosto de 2023 / maio de 2024 até o momento
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Horizonte: fevereiro de 2023
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Maranguape: dezembro de 2020
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Morada Nova: outubro de 2021
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Mulungu: agosto, setembro e outubro de 2015
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Icó: dezembro de 2016
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Ipueiras: dezembro de 2020
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Paramoti: dezembro de 2020
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Pires Ferreira: 2012