IPCA – Resultado “ruim” pode levar Selic abaixo dos 5%

“Os dados para o IPCA mostraram variação negativa de 0,04% no mês de setembro.  O resultado é o menor para o período em 20 anos”

 

Os dados para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mostraram variação negativa de 0,04% no mês de setembro.  O resultado é o menor para o período em 20 anos e, segundo especialistas, apesar de mostrar controle sobre a economia, indicam que os cortes nos juros brasileiros ainda não tiveram o efeito desejado de acelerar a economia. A queda no índice foi puxada principalmente pelo grupo alimentação e bebidas, em seu segundo mês seguido de baixa. O acumulado de janeiro a setembro fica em 2,49%, dentro da meta estipulada pelo Banco Central, que tem o centro em 4,5% com variação de 1,5%.

Para Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, o resultado é um sinal positivo. “O bom resultado do IPCA traz boas notícias para a economia brasileira, mostrando uma inflação bastante controlada”, diz. Segundo Casabona, o resultado pode acalmar os mercados, ainda muito voláteis com as pressões internacionais. “Esse resultado pode trazer um alivio para o mercado brasileiro, ainda muito impactado pelos mercados globais neste mês. Ainda assim, há chances de a guerra comercial ofuscar a economia doméstica”, complementa a Sócia-Diretora da FB Wealth.

Para Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, não houve surpresa do mercado, afinal, outros dados indicavam uma economia estagnada. “No caso do IPCA os dados não surpreenderam, até porque a economia não está andando. O mercado ainda está desaquecido, como podemos ver pela taxa de desemprego que não cai, pois, a economia ainda não está sentindo o efeito de medidas como o corte de juros. Assim, a inflação estagnada ou em queda já era esperada. Precisamos olhar ainda os próximos dados, mas é fato que a inflação irá terminar o ano abaixo do centro da meta”, analisa Laatus.

Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital, vê o dado como importante, principalmente para a o consumidor final. “É um dado bastante relevante. A deflação não acontece há muito tempo. Acho que isso tem um resultado imediato na produção, todos sabem que a inflação prejudica muito a economia do país, principalmente no aspecto microeconômico”, ressalta. Para Bergallo, o resultado pode levar mais reduções na taxa de juros. “Importante frisar que isso tem um impacto imediato na perspectiva do corte de juros do Copom. Então, se abre espaço sim para uma Selic abaixo de 5% no curto prazo”, finaliza.

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