Intensidade da seca diminui na Bahia e Sergipe e fica estável em Alagoas e Ceará. Severidade do fenômeno aumenta nos demais estados do Nordeste

Em termos de área com seca, Pernambuco e Piauí tiveram recuo do fenômeno, enquanto demais estados não registraram variação da área com seca. Bahia, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe seguem com 100% de seus territórios com seca

No Nordeste aconteceu o avanço da seca grave no Rio Grande do Norte e da seca moderada no leste do Maranhão e oeste do Piauí, devido à piora nos indicadores do fenômeno, segundo a última atualização do Monitor de Secas de agosto. Por outro lado, devido às chuvas acima da média nos últimos meses, houve um recuo da seca moderada em parte do litoral baiano e da seca fraca no leste pernambucano. Em termos de área com seca, houve um recuo do fenômeno em Pernambuco e no Piauí. Nos demais estados nordestinos, as porções com seca se mantiveram estáveis.

Na comparação entre julho e agosto, Alagoas teve a permanência da severidade do fenômeno. O território alagoano segue com seca grave, moderada e fraca respectivamente em cerca de 16%, 28% e 11% do estado. Alagoas também registrou em agosto o menor percentual de área livre de seca entre os estados do Nordeste: 43%.

A Bahia registrou uma leve redução da área com seca moderada, que passou de 94% para 90% de seu território entre julho e agosto. Desde março deste ano, 100% da Bahia passa por seca. Em agosto a Bahia teve a 3ª maior área total com seca entre as 21 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor: 567 mil km². Apenas Mato Grosso e Minas Gerais tiveram uma área maior com a presença do fenômeno.

Segundo o Monitor de Secas, em agosto o Ceará seguiu com o fenômeno em 100% de seu território, o que acontece desde fevereiro deste ano. Em termos de severidade, a situação permanece estável com cerca de 60% do estado com seca moderada e 40% com seca fraca – os dois tipos menos severos da escala do Monitor. Esta é a maior severidade registrada no Ceará desde janeiro de 2020, quando 28% de seu território passou por seca grave.

Entre julho e agosto, a área total com seca no Maranhão se manteve estável em cerca de 70% do estado, sendo seca moderada em 41% do território maranhense e seca fraca em 29%. Com os demais 30% livres do fenômeno, o Maranhão teve a condição de seca menos severa do Nordeste em agosto. No entanto, a condição verificada em agosto foi a mais severa no estado desde novembro de 2020, quando houve seca grave em 4% do território maranhense.

No caso da Paraíba, a área total com seca permaneceu em 100% do estado em agosto – condição registrada desde junho. Entre julho e agosto, o Monitor verificou um leve aumento da área com seca grave, que passou de 26% para 27% do estado. Essa é a condição mais severa do fenômeno no território paraibano desde fevereiro de 2020, quando 46% do estado passaram por seca grave.

Pernambuco, entre julho e agosto, registrou o ressurgimento de área com seca grave em 1% do estado, além de seca moderada em 64% e seca fraca em 21% do território. Essa é a condição mais severa do fenômeno no estado desde abril, quando houve seca grave em 3% de Pernambuco, seca moderada em 58% e seca fraca em 22%. Por outro lado, entre julho e agosto a área livre de seca subiu de 7% para 12%, maior percentual desde maio: 21%.

No Piauí a área livre de seca subiu levemente de 13% para 14% de seu território entre julho e agosto. Nesse período, em termos de severidade, houve intensificação do fenômeno com o aumento da área de seca moderada de 57% para 62% do estado. Já a seca grave se manteve no patamar de 8% do Piauí. A condição do fenômeno verificada em agosto foi a mais severa no estado desde março de 2020, quando cerca de 20% do território piauiense passou por seca grave.

Entre julho e agosto, o Rio Grande do Norte teve um agravamento da seca com o aumento significativo da área com seca grave, que subiu de 38% para 52% do estado – pior condição dentre os estados nordestinos. Esta é a maior área com seca grave no território potiguar desde setembro de 2018: 54%. Além disso, a condição verificada em agosto foi a mais severa no estado desde janeiro de 2019, quando 12% do RN passaram por seca extrema. Desde dezembro de 2020, todo o território potiguar registra seca.

Em agosto foi verificado um abrandamento da seca em Sergipe. Em comparação a julho, a área com seca moderada caiu pela metade: de 28% para 14% do território sergipano. Por outro lado, a seca grave permanece no patamar de 31% do estado. A condição do fenômeno em Sergipe em agosto foi a mais branda desde janeiro deste ano, quando 22% do estado registrou seca grave. Desde outubro de 2020, Sergipe passa por seca em todo o seu território.

Em agosto deste ano, em comparação a julho, a área com seca se expandiu em uma das 21 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor de Secas: Santa Catarina. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em outros três estados: Paraná, Pernambuco e Piauí. Outros 16 estados não tiveram variação do território com seca (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins). O Distrito Federal permanece sem registrar o fenômeno desde fevereiro.

Em 12 estados, 100% de seus territórios registraram seca em agosto: Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Exceto o DF, que não teve registro de seca no último mês, as demais oito unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor apresentam entre 56,5% e 98,2% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

Em termos de severidade do fenômeno, 14 estados tiveram uma intensificação da severidade da seca em julho: Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Nos casos de Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo; foi verificada a situação de seca mais severa no histórico de cada um deles no Monitor.

A região entre o noroeste paulista e o Triângulo Mineiro é a única com seca excepcional – a mais severa na escala do Monitor. Com isso, São Paulo e Minas Gerais são as duas unidades da Federação com seca excepcional respectivamente em 14,83% e 2,74% de seus territórios.

Em Alagoas, Ceará e Rio de Janeiro a severidade do fenômeno se manteve estável entre julho e agosto. Por outro lado, Bahia, Espírito Santo e Sergipe tiveram abrandamento da situação de seca, enquanto o DF segue sem o fenômeno desde fevereiro.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguida por Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste com o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em seus respectivos estados são as seguintes:

ALAGOAS: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)

BAHIA: Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA)

CEARÁ: FUNCEME, Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE)

MARANHÃO: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (LABMET-UEMA)

PARAÍBA: Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA)

PERNAMBUCO: Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)

PIAUÍ: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR)

RIO GRANDE DO NORTE: Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) e Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)

SERGIPE: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS)

A metodologia do Monitor de Secas, em operação desde 2014, foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno  ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

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