Ilustradora baiana Elayne Baeta cria arte da edição 2022 do Azulejo da Câmara LGBT do Brasil

A jovem ilustradora e escritora Elayne Baeta é a primeira baiana a assinar o Azulejo da Câmara LGBT. O traço, o texto e a visão diversa da sociedade e das pessoas no olhar da artista compõem o DNA da 7ª edição do Azulejo da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil.

Desde de 2016, o azulejo é produzido ininterruptamente com o objetivo de que estabelecimentos, entidades, governos, entidades e pessoas se declarem de forma voluntária respeitosos à diversidade. A peça tem sempre o formato 20 x 20cm e traz obrigatoriamente a frase “Aqui respeitamos a diversidade” em português, espanhol e inglês.Com objetivo de provocar o respeito à diversidade através da arte, os artistas convidados tem a liberdade para criar a peça e a Câmara LGBT sugere que o azulejo tenha o traço e a essência das obras dos artistas.

Ilustradora e escritora Elayne Baeta

A pluralidade de cores de peles e formatos de braços representam corpos pretos, brancos, magros, gordos, amputados, entre outros e retratam a diversidade e a baianidade da designer.

“Eu quis que meninas estivessem em destaque, pelo simbolismo de ser a primeira vez que uma artista lésbica assina o azulejo. Por isso duas garotas estão no topo. Aqui respeitamos a diversidade — e os braços diversos esticados para cima em clima de comemoração gritam: Aqui eu posso ser eu. Também tem um dos braços amputados, porque a gente discute muito sobre a causa de pessoas com deficiência e reivindicar o direito delas de se apossar de suas próprias sexualidades sem que isso seja visto como um tabu na sociedade. Tem uma fitinha do senhor do Bonfim em um dos braços, expressão da minha baianidade, afinal é a primeira vez que uma artista da Bahia assina o azulejo.”, pontua Baeta.

O Secretário de Turismo da Bahia, Mauricio Bacellar, declara: “É um orgulho para a Bahia, onde temos políticas públicas de respeito à diversidade, ver uma baiana como símbolo desse projeto que mistura arte e expressão de luta da população LGBTQIA+. No turismo, temos realizado ações de valorização e respeito à diversidade, colocando o ser humano em primeiro lugar. Por isso, o nosso estado está entre os destinos mais procurados pelos turistas que buscam equidade”.

Ricardo Gomes, presidente da Câmara LGBT e idealizador do projeto do azulejo, pontua que Elayne entra para o hall de designers do azulejo quebrando vários paradigmas. “Ela é a mais jovem artista, além de ser a primeira lésbica e também a primeira baiana a assinar nosso azulejo. A paixão da Elayne por este projeto, ficou claro na nossa primeira conversa ainda por telefone. E claro, nossa paixão pela peça foi inevitável”.

Histórico dos azulejos

A primeira edição do azulejo foi lançada em setembro de 2016. Logo após a posse da atual diretoria, foi criada coletivamente sem a assinatura de um artista. Já em 2017, o azulejo contou com a assinatura de Weider Silvério que optou por uma arte mais clássica para emoldurar do respeito à diversidade.

Em 2018, o designer Fause Haten assinou a peça que teve o desenho inspirado em formas e seres singulares, que vão se misturando e dando origem a novas formas e cores, promovendo o encontro dessas misturas singulares. Em 2019, o designer mineiro Ronaldo Fraga, um dos mestres da moda nacional e também de ilustrações trouxe seu traço marcante e as referências de um Brasil plural, leve e divertido das suas coleções para o azulejo.

Em 2020, Laerte Coutinho, um ícone entre os cartunistas do Brasil, desenhou o azulejo e imprimiu seu traço divertido e inconfundível. Com seus personagens e personagens criados para a peça, a artista trouxe a representação de várias orientações sexuais e identidades de gênero retratadas em uma tela de celular como se fossem capturados por uma foto. A edição de 2021 trouxe a liberdade criativa do ilustrador Marcelo Stockler que utilizou a técnica de linhas fluidas para representar a memória, os sonhos e os desejos do futuro. Em tempos difíceis e desafiadores a ilustração representou o afeto entre duas pessoas, o acolhimento e o carinho de dois corpos unidos em um só.

 Sobre a Elayne Baeta

A jovem escritora best-seller, ilustradora, artista e poeta baiana de 24 anos nasceu em Salvador, cresceu no interior da Bahia e atualmente reside na capital paulista. Criadora do podcast Lésbica & Ansiosa, suas histórias e conselhos para meninas que gostam de meninas foram ouvidos mais de 100.000 vezes. Seu livro de estreia “o amor não é óbvio” foi o romance lésbico jovem mais vendido do país. E “oxe, baby” — sua primeira aparição como poeta — foi o primeiro livro de poemas sáficos a entrar pra lista de mais vendidos. Elayne acredita na força de sua voz e de sua pluralidade artística para levar representatividade para meninas que gostam de meninas. É a primeira e a mais jovem autora lésbica a alcançar espaços tão importantes.

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