Hub Tecnológico do Ceará cresce com o apoio da Angola Cables
Multinacional ajudou a levar conectividade a todas as regiões do estado nos últimos anos
O Estado do Ceará está hoje em um patamar privilegiado em relação à conectividade digital, se comparado aos estados mais desenvolvidos do país. E a Angola Cables foi uma das responsáveis por esta conquista estratégica para o desenvolvimento econômico e inclusão digital.
“Em setembro deste ano, conseguimos dobrar o número de clientes em relação a 2019 e crescemos 30% em postos de trabalho, sendo que as operações do Data Center de Fortaleza representam nossa principal fonte de receita”, analisa Victor Adonai Costa, Diretor Regional da Angola Cables.
A Brisanet Telecom, por exemplo, estruturou de maneira exponencial o acesso da população à banda larga no Estado. A companhia foi a primeira a implementar fibra ótica na região em 2011. Desde então, ela já representa 60% de toda a fibra óptica local. No interior do Ceará, a empresa totaliza 80% de toda a infraestrutura de fibra instalada.
“O estado do Ceará é amplamente desenvolvido em termos de conectividade, porque foi o primeiro do país a implementar a fibra óptica. A tecnologia chegou somente depois a estados mais desenvolvidos como São Paulo. Isso faz do Hub do Ceará um dos parques tecnológicos mais relevantes do país”, assegura Roberto Nogueira, CEO da Brisanet. A telecom cearense possui uma carteira com mais 500 mil assinantes e um quadro com mais de 5.000 funcionários, cerca de 400 novas contratações são feitas mensalmente para atender a crescente demanda da empresa. A exemplo do que fez com a fibra na sua área de cobertura, o próximo desafio da Brisanet é capilarizar o 5G para as regiões mais remotas do nordeste. No Brasil, a penetração da fibra óptica é de 41%, ao passo que no Ceará é de 63%, chegando a representar 80% no interior do estado.”
Com o estado amplamente conectado, a região chegou ao primeiro lugar no ranking em velocidade média contratada de banda larga pela população, com cerca de 70,26 Mpbs de velocidade, segundo relatório de acompanhamento do setor de telecom da Anatel do 4º trimestre de 2019. São Paulo segue na 12ª posição, com 54,40 Mpbs de velocidade contratada.
O cenário promissor não é diferente para a IVIA, empresa de tecnologia que atua no Ceará e outros Estados da região Nordeste com serviços de Tecnlogia da Informação, incluindo soluções de inteligência artificial, automação de processos e business analitics. A companhia passou por um processo de M&A e foi vendida para a multinacional de tecnologia indiana Wipro, que fatura US$ 8.2 bilhões por ano e tem ações listadas na bolsa de valores de Nova York. A estrutura robusta e de ponta do Hub Tecnológico do Ceará foi fundamental para que a Wipro tomasse a decisão de se unir IVIA para levar soluções aos seus clientes globais.
“Passamos cerca de 09 a 10 meses nesse processo de fusão com a Wipro. A negociação só foi possível porque o Ceará está muito bem conectado e em grande parte por conta da infraestrutura da Angola Cables; além, claro, da contribuição do governo estadual em fomentar a tecnologia na região”, analisa Edgy Paiva, Diretor IVIA (a Wipro company).
Julio Cavalcante, secretário executivo responsável pela área de Serviço e Inovação no desenvolvimento econômico do estado do Ceará, enxerga a evolução do Hub Tecnológico com muito otimismo. O objetivo do Governo é fomentar o aumento da geração de riqueza e a oferta de mais e melhores oportunidades de emprego e empreendedorismo. Para isto é importante gerar sinergia entre o setor de TIC e os outros setores priorizados pelo Ceará, tais como a própria, Logistica, Energias Renovaveis, Cadeia econômica da Saúde, Agronegócio, Tursimo, para que estes gerem demanda para o primeiro e ao mesmo tempo se fortaleçam com os ganhos de produtividades trazidos pela TIC.
“Os próximos três anos serão bem promissores. Estamos vendo a população de todas as regiões do estado cada vez mais conectada e com acesso a educação de qualidade desde o ensino fundamental ate o Superior. Ao mesmo tempo, temos laboratórios, nas Universidades e nas empresas que estão vindo ao Ceará com tecnologias disrupitivas, como computação em nuvem, IA, Analytics, IoT, Blockchain. Isto gera possibilidade de soluções que possam ser aplicadas , nos setores priorizados pelo Estado como, o agronegócio, energias renováveis, Economia da saúde e logística. Paralelamente, queremos continuar fortalecendo a qualificação da mão de obra local através da rede de ensino profissionalizante e superior espalhada por todas as regiões do Estado, e com acesso a Internet de alta velocidade, para atender cada vez melhor o setor de tecnologia da informação e comunicação”, diz.
Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp)
Não é possível falar em Hub Tecnológico do Ceará sem considerar a importância do Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Em 2018, Pecém passou por um processo de joint venture e o Porto de Roterdã, um dos principais da Europa, com 600 anos de atividade, passou a deter 30% das ações do completo – os outros 70% pertencem ao governo do Ceará.
“As maiores concentrações portuárias também estão em locais onde há grande concentração de infraestrutura de TI. No Complexo do Pecém, por exemplo, nós temos a ZPE Ceará. A equipe de TI da ZPE cearense desenvolveu o SICA (Sistema Integrado de Controle Aduaneiro), um sistema próprio de acesso de pessoas, cargas e veículos na área onde são movimentadas as mercadorias das empresas instaladas. O sistema possui funcionalidades exclusivas e é integrado ao Porto do Pecém e ao sistema da Receita Federal do Brasil (RFB). A Companhia Administradora do Complexo do Pecém também tem sistemas inovadores com a RFB como, por exemplo, a visualização de scanner de containers via web, o único na 3ª RF da RFB e a vistoria remota de carga de container via web pelos auditores fiscais, implantados nos últimos meses em função da pandemia. Nós almejamos nos tornar o principal polo industrial, portuário e logístico do Brasil até 2050”, afirma Alessandra Grangeiro, gerente de Negócios Industriais e de ZPE do Complexo do Pecém (Cipp S/A).”
A Angola Cables também vê com otimismo o crescimento do estado em seu ecossistema digital.
“Pretendemos crescer na região oferecendo um pacote de soluções que vai além do tradicional. Temos em nosso planejamento ser um integrador de serviços e soluções em parceria com o mercado em geral. Um ponto importante do nosso trabalho como agregador ao Ceará, é levar clientes de outras regiões do país, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais para o estado, contribuindo assim para criar um ecossistema de multivalor agregado para a região”, analisa Victor Adonai Costa, diretor regional da Angola Cables.