Hoje, no Dia do Empreendedor, executivos contam qual o maior desafio que enfrentaram na hora de empreender

Criar uma rede do zero pode ser um caminho de muitas nuances mesmo para quem é especialista no assunto. É preciso definir a identidade da marca, desenvolver produtos, conceitos e alinhar proposta para o público direcionado. Neste Dia do Empreendedor, celebrado em 05 de outubro, conheça histórias de executivos e seus desafios na hora de empreender:

 

Igor Vendas, sócio fundador e COO de operações da Magnólia Papelaria

“Os desafios sempre estão presentes, desde a contratação de mão de obra qualificada a gestão de estoque”


Igor Vendas é um dos empresários que passou por alguns desafios quando decidiu empreender em seu negócio próprio. “Os desafios sempre estão presentes, desde a contratação de mão de obra qualificada a gestão de estoque. No momento em que você tem uma empresa de varejo, você precisa acertar essa mão de compra e venda, para que seu fluxo de caixa esteja equilibrado, essa foi uma das dificuldades que tivemos no início, de conseguir ajustar essa linha que é bastante tênue”, comenta. Outros desafios apresentados pelo empreendedor foram no quesito de prosperar e expansão, “a contratação de mão de obra é a melhor maneira de um negócio prosperar, é crucial reconhecer os bons funcionários e manter a equipe engajada. Já para expansão, desde o início, sabia que a Magnólia Papelaria era um negócio no ramo de franquias, por isso, em poucos meses, já havia ingressado no mercado”, completa.

 

Aline Médici e Rodrigo Nunes, fundadores da Ad Clinic

“Nosso maior desafio foi a dor do crescimento”

Casados, com dificuldades financeiras e um bebê de colo, Aline Médici e Rodrigo Nunes foram na contramão do que se convencionou procurar numa situação dessa e decidiram tirar o sonho do papel. Com apenas R$ 5 mil, valor que havia sobrado da venda do carro que fizeram para pagar uma dívida, criaram a Ad Clinic. Com o tempo, a rede conquistou uma cartela de clientes e contam com mais de 100 operações espalhadas pelas principais cidades e capitais do Brasil, mas para conseguir tudo isso, enfrentaram desafios ao longo do percurso. “Nosso maior desafio foi a dor do crescimento, em que vendemos muitas franquias e tivemos que lidar com as mudanças e novos obstáculos. Saímos de donos de clínicas de estética para empresários responsáveis por várias franquias”, explica Aline. Empreender não é fácil, o casal conta que para passar pelos desafios foi necessária muita resiliência e ajuda das melhores mentorias e consultorias do Brasil. “Para tornar o processo mais fácil, buscamos por capacitação e aperfeiçoamento”, completa Rodrigo.

 

Rodrigo Ressurreição, CEO e fundador da Total Clean

“Manter a constância e ser persistente’

Rodrigo Ressurreição, sempre sonhou em empreender, mas faltava a chance de apostar em algo. Foi quando o desemprego de sua irmã abriu as portas para que iniciasse a vida como dono do próprio negócio. “Apesar do desejo de empreender, essa é uma jornada repleta de desafios, entre eles o próprio empresário. Manter a constância e a persistência, além das variáveis externas que é preciso controlar”, conta. O empreendedorismo na vida do Rodrigo começou no mesmo momento em que ele atuava como supervisor de vendas para uma empresa de construção civil. Hoje a Total Clean é referência na limpeza de estofados com 141 unidades no país.

 

Guilherme Mauri, CEO da Minha Quitandinha

“A construção de uma rede de relacionamento que diversifique a expertise do seu negócio”

Com mais de 15 anos de experiência em consultoria corporativa, Guilherme Mauri, CEO da Minha Quitandinha, startup de tecnologia em varejo que atua no modelo de franquia de minimercado autônomo, compartilha os desafios enfrentados para construir uma rede de relacionamento que fortaleça o negócio. “Percebi que, para fazer a minha ideia crescer, era necessário priorizar a expertise de cada área, otimizando recursos para proporcionar essa evolução e focar na essência do empreendimento”, compartilha. Esse investimento em pessoas com habilidades diversas é visto na própria composição da empresa, que conta com três empreendedores, que englobam conhecimentos na área de TI e franquias para gerenciar o negócio. “Temos skills diferentes e complementares que ajudam demais neste desenvolvimento e, ainda assim, usamos muito a nossa rede de relacionamento para trazer especialistas para cada assunto”, finaliza.

 

Gabriel Farrel, CEO da Borda e Lenha

“O maior desafio é a falta de cultura empreendedora que faz com que as pessoas sejam céticas em relação ao pequeno empreendedor”

Gabriel Farrel, CEO e fundador da Borda e Lenha, tinha 21 anos quando deixou a faculdade de engenharia ambiental para se dedicar à primeira rede fast-pizza do Brasil. Para ele, o maior desafio foi o início da carreira, devido a falta de cultura empreendedora no Brasil. “Até pouco tempo, o símbolo de sucesso no nosso país era diretamente relacionado a se formar em uma faculdade pública e entrar no mercado de trabalho, preferencialmente por meio de uma multinacional, de modo que hoje, as pessoas são céticas em relação ao pequeno empreendedor e dificilmente apoiam quem decide seguir esse caminho”, comenta Farrel. Segundo o executivo, o começo da jornada empreendedora é uma fase em que se necessita de apoio e, muitas vezes, aprovação. “No início, a empresa não tem credibilidade e nem histórico de operação para prospectar novos clientes e por isso a ajuda das pessoas que estão à nossa volta é primordial, seja para a contratação de serviço, ou recomendação”, finaliza.

 

Ellen Fernandes e Ronaldo Godoi, fundadores da Red Fitness

“Passamos pelo nosso maior desafio no período da pandemia”


Uma dose de ousadia de Ronaldo Godoi, e outra de confiança por parte de Ellen Fernandes, levaram o casal a criar a Red Fitness, uma rede de academia de São Paulo. Durante a pandemia, a rede dobrou o número de unidades, passando de duas para quatro operações próprias, além de formatar o modelo de negócio visando a expansão pelo franchising em 2022. Atualmente, a Red Fitness conta com mais três unidades em fase de implantação. “O segredo dessa empreitada foi apostar na preparação para o momento de retomada com a diminuição das restrições”, explica Ronaldo. No mundo do empreendedorismo, é importante sempre acompanhar as mudanças no mercado. Conseguimos superar um dos piores momentos da história atual, além da instabilidade do cenário econômico do Brasil. Nosso plano agora é replicar por meio do franchising e para os próximos quatro anos, a meta é chegar ao total de 70 academias e 140 mil alunos”, completa Ellen.

 

Gustavo Ferro, CEO da Grão de Gente

“Manutenção da cadeia produtiva e qualidade, padronização dos processos e produtos, além também na logística”

Foi estudando por conta própria e implementando inovações por onde passava que Gustavo Ferro, fundou Grão de Gente, marca especializada em produtos para bebê e primeira infância. Do ajudante geral que criava artes gráficas para o chefe, ao caixa de uma churrascaria que criou o primeiro sistema de gerenciamento de dados para o negócio, Ferro foi aprendendo sozinho a desenvolver programas no computador e a usar diversas ferramentas, como HTML, Photoshop e Flash. Criou sua própria agência de mkt e durante 10 anos atendeu diferentes segmentos do mercado e trouxe soluções inovadoras para cada um. Por uma questão de logística e facilidade na operação, criou uma e-commerce de produtos de cama, mesa e banho. O inevitável, portanto, aconteceu: esse “braço curioso” da agência prosperou demais e, em seis meses, foi vendida para um investidor. Empolgado com o resultado, decidiu criar outro, desta focando no nicho para bebê, um segmento que havia se destacado nesta primeira loja virtual. Nascia então a Grão de Gente, fruto da ousadia e perspicácia de um rapaz criativo. No início, a empresa operava com conceito de drop shipping, ou seja, vendia a partir da imagem dos produtos de fábricas, depois comprava e entregava para o consumidor. A partir de 2015 a empresa passou a desenhar e fabricar os próprios produtos. “Os desafios acabam sendo parecidos, mas vão tomando proporções diferentes de acordo com o tamanho da empresa. Os maiores estão na manutenção da cadeia produtiva e qualidade, na padronização dos processos e dos produtos e também na logística. É importante sempre estar atualizado com as novas tecnologias, sempre pensando em inovar para otimizar toda a cadeia e atender melhor o cliente”, explica Gustavo.

 

Sylvia de Moraes Barros, CEO da The Kids Club

“O maior desafio para mim é que, no fim do dia, o empreendedor é sozinho na sua tomada de decisões”

Para Sylvia de Moraes Barros, CEO da The Kids Club, rede de microfranquias de escola de inglês para crianças de 18 meses a 12 anos, “é muito desafiador ter que entender e gerenciar as diversas áreas da empresa. Mesmo tendo colaboradores responsáveis por cada setor, um pequeno/médio empreendedor tem que supervisionar tudo”. Sylvia ainda reforça que além de dominar bem o seu produto, “tem que entender de finanças, RH, marketing, relacionamento com o franqueado, etc. É por isso que o apoio de associações no relacionamento com pares e eventos setorizados é muito importante”.

 

Pedro Paixão, fundador e CEO da Ultra Cursos

“Depois da frustração de tentar e não conseguir crédito com o mercado, aprendi que precisava ‘jogar o jogo dos bancos”

O CEO da Ultra Cursos, rede de escolas de ensino profissionalizante, ao iniciar sua vida no empreendedorismo, encontrou dificuldades em conseguir crédito acessível para investir em seu negócio. Deste então, Pedro entendeu que “o relacionamento com os bancos é algo que todo empreendedor precisa se preocupar. Em algum momento você precisará de crédito para expandir seus negócios, para capital de giro, para comprar mercadorias ou para  investir em alguma nova estratégia. E para conseguir boas linhas de crédito a boas taxas de juros e prazos, um bom relacionamento com as credoras é imprescindível”.

 

André Oliveira, CEO da CredFácil 

“Esteja preparado para mudanças rápidas, seja resiliente e persistente, toda empresa começa dando prejuízo para depois dar lucro e o fluxo de caixa da empresa é a coisa mais importante na gestão de qualquer negócio”.

De família humilde, André Oliveira nasceu em Umuarama, interior do Paraná, filho de um alfaiate e de uma costureira. Já adulto, em 2004, em uma noite sonhou ser dono de uma empresa chamada CredFácil. E como em uma visão do futuro, pediu demissão e com a rescisão que recebeu, no valor de R$ 10 mil, investiu e abriu a empresa. Em quatro anos, a empresa prosperou chegando a 20 lojas de concessão de crédito no Paraná, mas em 2008, a crise financeira mundial, que afetou principalmente os bancos, não deixou de atingir Oliveira. Sem recursos para captação no exterior, houve escassez nas linhas de crédito e mesmo com capital de giro suficiente para se manter por seis meses, foi preciso fechar 18 lojas e mandar os funcionários embora.  Passado esse momento turbulento, a economia voltou a crescer e o “boom” na busca por empréstimos bancários também cresceu. “Esteja preparado para mudanças rápidas, seja resiliente e persistente, toda empresa começa dando prejuízo para depois dar lucro e o fluxo de caixa da empresa é a coisa mais importante na gestão de qualquer negócio”, explica o executivo que hoje tem 1020 franquias e faturou R$ 220 milhões em 2022.

 

Henrique Galvani, COO da Arara Seed

“O maior desafio da minha jornada empreendedora foi a transição do modelo de gestão e a construção de processos”

Aos 29 anos, após voltar de um intercâmbio em San Diego, nos Estados Unidos, Henrique Galvani decidiu intraempreender no Grupo BLB Brasil e criar a Arara Seed, primeira plataforma de equity crowdfunding em startups do agronegócio. Para ele, o maior desafio foi a transição do modelo de gestão e a construção de processos. “A BLB já tinha processos bem definidos, cultura, clientes e estrutura, assim, quando criei a Arara Seed, entendi que empreender é transpirar 90% do tempo, pois ao mesmo tempo que você tem que estar atento ao caixa da empresa e aos clientes, você também precisa cuidar de ativos que vão guiar o futuro do negócio, que são pessoas e culturas”, explica Galvani.

Leandro Souza, presidente do grupo Impettus, holding que detém as marcas Espetto Carioca, Mané, Buteco Seu Rufino e Bendito 

“A profissionalização do setor foi o maior desafio no início”

Em 2011, Leandro Souza, ao lado do amigo e sócio Bruno Gorodicht, inaugurou a primeira unidade do Espetto Carioca, rede de bares e restaurantes, que mais tarde abriu caminhos para a abertura do grupo Impettus, que detém também as marcas Mané, Bendito e Buteco Seu Rufino. Segundo o executivo, entre os principais desafios que teve no início da jornada empreendedora estão os processos logísticos do negócio. “O maior desafio que enfrentei ao empreender foi a profissionalização do setor. Quando começamos, tínhamos muita dificuldade principalmente na questão logística, com fornecedores e parceiros. Para corrigir isso, começamos a estreitar relação com grandes players do mercado, até  porque nossa meta era também nos tornarmos um player. Outro desafio foi saber lidar com o medo e receio de sair do mercado CLT para se tornar empresário em um negócio de alta competitividade, que é o mercado de alimentação”, explica Souza.

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