Greve dos Petroleiros – movimento já atinge 13 estados e mais de 18 mil trabalhadores do Sistema Petrobrás
Nesta quinta, trabalhadores da Usina Termelétrica Três Lagoas (MS) e de quatro plataformas no Ceará aderiram à greve. Na Bacia de Campos, já são 23 as plataformas cujos petroleiros participam do movimento |
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Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 2020 – Já são mais de 18 mil os trabalhadores do Sistema Petrobrás engajados na greve nacional promovida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos desde o último sábado (1/2). Hoje, trabalhadores da Usina Termelétrica Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e de quatro plataformas no Ceará aderiram ao movimento. Na Bacia de Campos, o número de plataformas envolvidas já chega a 23. Com isso, o movimento mobiliza mais de 50 unidades, em 13 estados (ver lista abaixo). A greve é motivada pela decisão da Petrobrás de fechar a Fábrica de Fertilizantes (Fafen) do Paraná e pelo descumprimento pela empresa de cláusulas e negociações firmadas no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A Comissão de Negociação Permanente, que há seis dias ocupa pacificamente uma sala no edifício-sede da Petrobrás, obteve três novas decisões judiciais que garantiram sua permanência no local: uma da desembargadora Maria Helena Motta, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região, e duas da juíza Najla Rodrigues Abbude, da 66ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, que reiterou as decisões tomadas pela juíza Rosane Ribeiro Catrib no fim de semana, durante o plantão judiciário, e negou pedido da Petrobrás de desocupação da sala baseado no despacho do ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que estabeleceu condições para a manutenção da greve da categoria. A comissão é formada por Deyvid Bacelar, Cibele Vieira, Tadeu Porto e José Genivaldo da Silva, da FUP, e Ademir Jacinto, do Sindiquímica-PR. Em Brasília, dirigentes da FUP e da CNQ/CUT estão desde ontem (05/02) se reunindo com deputados e senadores do campo progressista, cobrando apoio à greve dos petroleiros. O grupo busca interlocução dos parlamentares com a direção da Petrobrás para que os representantes da empresa reúnam-se com a Comissão de Negociação Permanente da FUP. Reinvindicações A FUP reivindica a suspensão imediata do programa de demissões de 1.000 funcionários da Fafen-PR, comunicado pela Petrobrás e que, segundo a empresa, será iniciado em 14 de fevereiro. As demissões ferem a cláusula 26 do ACT, que determina que qualquer demissão em massa deve ser negociada previamente com os sindicatos, o que não ocorreu. Além disso, os petroleiros querem que a Petrobrás estabeleça todos os grupos de trabalho (GTs) determinados no ACT para negociar pontos que não foram consensuais entre a empresa e a categoria. Esses pontos envolvem a tabela de turno dos trabalhadores da Petrobrás; o banco de horas; o plano de saúde; e a participação nos lucros e resultados (PLR). Ainda que já tenha aberto alguns GTs, a empresa tem tomado decisões por conta própria, sem o devido diálogo com os sindicatos nesses ambientes, como determinado pelo ACT. A Comissão de Negociação Permanente pretende manter a ocupação até que a diretoria da Petrobrás sinalize com a abertura de um canal efetivo de diálogo sobre a paralisação das atividades da Ansa/Fafen-PR. O grupo pleiteia a suspensão imediata do fechamento da unidade e do processo de demissão de cerca de 1.000 trabalhadores da fábrica. Também exigem o cumprimento das negociações determinadas no fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), em novembro passado, que foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
QUADRO NACIONAL NESTA QUINTA, 6 DE FEVEREIRO DE 2020 Amazonas Terminal de Coari (TACoari) – trabalhadores aderiram à greve nesta quarta, 05/02 Refinaria de Manaus (Reman) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01 Rio Grande do Norte Polo de Guamaré – comissão de base segue verificando as condições de segurança nas permissões de trabalho (processamento e produção de GLP, querosene de aviação e diese) Base 34 – trabalhadores em estado de greve Ceará Plataformas – 4 unidades já aderiram à greve, com os trabalhadores em processo de entrega das unidades para a equipe de contingência e desembarque. Terminal de Mucuripe – trabalhadores da manutenção aderiram à greve Temelétrica TermoCeará – sem rendição no turno desde 02/02. Somente equipes de contingência na unidade. Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor) – sem rendição no turno desde 02/02. Gerência assumiu a unidade com a contingência. Pernambuco Refinaria Abreu e Lima (Rnest) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 com 100% de adesão dos trabalhadores Terminal Aquaviário de Suape – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 com 100% de adesão dos trabalhadores Bahia Unidades da UO-BA (Taquipe, Miranga, Bálsamo, Araças, Candeias, Santiago e Buracica) – atividades paralisadas Refinaria Landulpho Alves (Rlam) – sem rendição no turno Terminal Madre de Deus – sem rendição no turno Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO) – atividades paralisadas Espírito Santo Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) – trabalhadores cortaram a rendição no turno na manhã desta terça (04/02) Sede administrativa da Base 61, polo de produção terrestre em São Mateus – 100% de participação dos trabalhadores terceirizados e próprios Minas Gerais Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 Refinaria Gabriel Passos (Regap) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01 Rio de Janeiro Bacia de Campos – trabalhadores de 23 plataformas seguem a orientação do sindicato de entregar a operação das unidades para as equipes de contingência da Petrobrás e pedir o desembarque imediato. Os trabalhadores em escala para embarcar não estão fazendo a rendição dos grupos que estão nas plataformas. Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB) – trabalhadores cortaram a rendição do turno às 23h de 03/02 Terminal de Campos Elíseos (Tecam) – trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02). O turno opera com o número mínimo para as instalações, um operador e um supervisor Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB) – trabalhadores estão mobilizados desde segunda (03/02), com atrasos crescentes no turno Refinaria Duque de Caxias (Reduc) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02 São Paulo Terminal de Guararema – adesão dos trabalhadores à greve nesta quinta (06/02) Terminal de Barueri – adesão dos trabalhadores na manhã do dia 03/02 Refinaria de Paulínia (Replan) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01 Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap) – cortes alternados nos turnos Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC) – cortes alternados nos turnos Mato Grosso do Sul Usina Termelétrica de Três Lagoas – trabalhadores aderiram à greve na manhã desta quinta (06/02) Paraná Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 Fábrica de Xisto (SIX) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa) – adesão de 95% dos trabalhadores à greve. A unidade está sendo operada por técnicos de operação e engenheiros de outras unidades da Petrobrás que foram acionados para se somar aos 5% que não aderiram à greve. Terminal de Paranaguá (Tepar) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 Santa Catarina Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU) – trabalhadores aderiram à greve na terça (04/02) Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ) – trabalhadores aderiram à greve na terça (04/02) Terminal de Guaramirim (Temirim) – trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02) Terminal de São Francisco do Sul (Tefran) – trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02) Base administrativa de Joinville (Ediville) – trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02) Rio Grande do Sul Terminal de Niterói (Tenit) – adesão à greve na manhã de 03/02 Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) – sem rendição no turno desde as 07h de 01/02 |