Genial/Quaest: Um ano depois, 89% condenam invasão e vandalismo de 8 de janeiro

Influência do ex-presidente Jair Bolsonaro na invasão da Praça dos Três Poderes divide opiniões: 47% acreditam que ele apoiou e 43% pensam que não

·        51% acham que os participantes das invasões são radicais e não representam os eleitores de Bolsonaro

·        51% acham que os participantes das invasões são radicais e não representam os eleitores de Bolsonaro

·        Nos EUA, invasão do Capitólio é tema partidário. No Brasil, ainda não

Um ano depois, os atos que culminaram com a invasão e vandalismo dos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal em 8 de janeiro de 2023 continuam rechaçados pela grande maioria da população. Pesquisa inédita Genial/Quaest mostra que em todas as regiões do país, faixas de renda, escolaridade e idade, em torno de 90% dos brasileiros condenam os atos, muito próximo aos 94% de rejeição captados logo depois dos acontecimentos.

Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o índice de desaprovação é de 85%. Entre os que avaliam positivamente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a reprovação chega a 93%.

“A rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, diz o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest e autor do livro “Biografia do abismo – como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil”, escrito em parceria com o jornalista e analista político Thomas Traumann. Lançado em dezembro de 2023 pela editora HarperCollins, o livro mostra como a polarização transbordou dos palanques para o cotidiano dos brasileiros.

 

Capitólio x Praça dos Três Poderes: ameaças à democracia têm respostas diferentes

Nunes lembra que os atos de 8 de janeiro de 2023 no Brasil guardam semelhança com a invasão do Capitólio nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021. Mas ressalva uma diferença importante:

“Dados de pesquisas YouGov mostram que em janeiro de 2021, logo depois da invasão do Capitólio, 9% dos americanos aprovavam fortemente os atentados (no Brasil foram 4%). Em janeiro de 2022, um ano depois, esse percentual passou para 14% (no Brasil, chegou a 6%, menos da metade), e em janeiro de 2023 chegou a 20%. Só entre os eleitores republicanos, 32% apoiavam a invasão que tentou impedir a confirmação de Joe Biden como presidente dois anos depois”, compara.

Para Nunes, Biden cometeu um erro ao partidarizar a invasão do Capitólio.

“Foi isso que permitiu aos republicanos se recuperarem meses depois do mais violento ataque à democracia americana. O 6 de janeiro nos EUA não é hoje um tema da democracia, mas da polarização partidária: Democratas x Republicanos. No Brasil, para que os índices de apoio às invasões continuem baixos Lula não deve partidarizar o assunto. É imperativo que esse debate não seja contaminado por cores partidárias, porque trata-se de um problema do Estado brasileiro. É a defesa das regras, da Constituição e da própria democracia que estão em jogo neste caso”, completa.

 

Influência de Bolsonaro na organização dos atos divide opiniões

Perguntados pela Genial/Quaest sobre a possibilidade de influência do ex-presidente Jair Bolsonaro na organização dos atos, as opiniões se dividem: 47% acreditam que Bolsonaro teve alguma influência, contra 43% que pensam o contrário. Em fevereiro de 2023, essa diferença era menor. A maioria (51%) acreditava que sim, e 38% que não.

No recorte regional, o destaque é a região Sul, onde em fevereiro as duas opiniões estavam empatadas em 46% e a última pesquisa registra 53% que acreditam em alguma influência e 39% que têm opinião contrária. No recorte por voto no segundo turno, a polarização é total: 76% dos eleitores de Lula acusam e 81% defendem o ex-presidente, com oscilação mínima sobre fevereiro.

A pesquisa também quis saber o que pensa a população sobre se os participantes das invasões representam a média dos eleitores do ex-presidente ou se são radicais que não representam essa parcela do eleitorado. 51% acreditam que não representam. Entre os que votaram em Lula no segundo turno, 59% acreditam que os invasores representam os eleitores do ex-presidente, contra 30% que pensam o contrário. Entre os que avaliam positivamente o governo de Lula, 56% acham que os invasores representam os eleitores de Bolsonaro, enquanto 30% acreditam que são radicais.

A pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 18 de dezembro, com 2.012 entrevistas

presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais em todos os Estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Sobre a Genial Investimentos

A Genial é uma plataforma de investimentos que tem como objetivo facilitar o acesso ao mercado financeiro, oferecendo os melhores produtos do mercado. Sempre em busca de excelência e inovação, possui hoje mais de R$ 150 bilhões de ativos sob custódia, 700 mil clientes e mais de 20 anos de história. É uma plataforma que acredita em simplicidade e facilidade na hora de investir, por isso, é 100% digital, mas sempre humana.

 

Sobre a Quaest

A Quaest é uma empresa de inteligência de dados que alia rigor científico e tecnologia para gerar insights que levem os clientes a tomar decisões estratégicas informadas. Com seis anos de experiência em campanhas políticas presidenciais, estaduais e municipais, reúne um time de doutores e mestres das mais diversas áreas do conhecimento. O fundador e presidente da Quaest é Felipe Nunes, Ph.D. em ciência política e mestre em estatística pela Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), professor da UFMG e presidente do Centro de Estudos Legislativos. Ele é o criador do Índice de Popularidade Digital (IPD).

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